terça-feira, 22 de junho de 2010

Mau humor pode ser doença

Todo mundo conhece pessoas que vivem de mau humor. Sabe aquele amigo que sempre está de cara fechada, irritado, impaciente que não perde a oportunidade de mudar o ambiente onde se encontra? Então, ele pode ser um forte candidato para apresentar um quadro transtorno persistente do humor, denominado pela psicopatologia como Distimia.
O quadro de Distimia pode ocorrer desde a infância. Entretanto, estudos comprovam ser mais freqüente sua manifestação na adolescência. Por estes e outros motivos o diagnóstico da Distimia deve ser realizado por profissionais competentes visto a dificuldade em sua identificação podendo o mesmo ser confundido por comportamentos típicos da adolescência, como por exemplo; intolerância, certo isolamento social, alto nível de crítica e apatia.
A incidência geral na população é cerca de 3%. Para cada homem distímico existem cerca de três mulheres.
Mas como identificar a Distimia?
Os sintomas vão além do mau humor, ou humor triste de forma persistente. A pessoa pode sentir o apetite aumentado ou diminuído, insônia ou muita sonolência, sensação de baixa energia e cansaço, baixa auto-estima com a sensação com não ter valor ou ser incapaz, apresentando ainda dificuldade de concentra-se ou em tomar decisões bem como a sensação de falta de esperança na vida e em projetos. Não necessariamente todos estes sintomas devem estar presentes, mas são comumente identificados nos pacientes que manifestam esta psicopatologia.
O que se desenvolve essa doença?
Ela é causada por um conjunto de fatores, como relações familiares complicadas na infância; pais abusivos, agressivos, e distímicos. A probabilidade aumenta em famílias que tenham mais membros que sofram de depressão, pânico ou outras patologias ligadas a Distúrbios de metabolismo de Serotonina
Como se trata a Distimia?
O tratamento para esta psicopatologia abrange tanto o acompanhamento medicamentoso como o psicoterápico. A medicação utilizada para este fim pertence a classe dos antidepressivos. Faz-se necessário que havendo comorbidade com outras patologias as mesmas também serem tratadas. No que tange a esfera da Psicologia a mesma se faz fundamental. Indico aqui, a abordagem Comportamental com ênfase na família. O tratamento portanto, tem como principal objetivo romper com o círculo vicioso da psicopatologia: melancolia> espírito de reclamação> amizades reclamonas> isolamento social> feed backs negativos> baixo astral> depressão. A melhora, com a medicação e a terapia provoca um círculo virtuoso: melhor astral> menos reclamações> menos isolamento> situações de vida mais reforçadoras> feed backs positivos> estímulo para uma vida com mais qualidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

Saudações a todos os internautas e o psicólogo Sérgio. Descobri seu blog recentemente quando realizava uma pesquisa sobre Distimia. Quero de dar os parabéns por informar as pessoas sobre esta doença. Descobri recentemente que sou portador desta doença. Me identifiquei muito com texto porque muitas vezes eu era visto como chato pelos meu amigos o que acabou me isolando de muitas pessoas inclusive de minha namorada. Não conseguia entender de onde vinha tanto mau humor. Após passar por muitos problemas resolvi procurar um psiquiatra e descobri a doença. Hoje depois de dois meses de tratamento tanto com o médico como com o psicólogo já estou me sentindo bem melhor! Aprendendo a identificar quando me descontrolo e buscar controlar toda esse sentimento. Mais uma vez parabéns por informar para todas as pessoas sobre esta doença que acreditem não é fácil de enfrentar.
Augusto Soares Perpétuo/Campinas-SP

Ponto de Equilíbrio disse...

Boa tarde Augusto! Fico muito contente em contribuir para com sua pesquisa e ampliação dos conhecimentos sobre seu atual quadro mental. Concordo com você no que se refere a relevância de fornecer informações sobre as mais diversas patologias, visto este ser o primeiro passa para a busca de uma avalição especializada. Desejo-lhe sorte no tratamento deixando meu espaço virtual a sua disposição para troca de informações ou assuntos afins.

Anônimo disse...

Boa tarde.
Nunca tinha ouvido falar dessa doença, mas após pesquisar os sintomas da minha conjuge a encontrei. Minhas esposa, tem todos esses sintomas, todo dia, toda hora. Ela consegue transformar os momentos mais felizes numa tragédia.
Hoje tivemos uma briga feia, me fazendo questionar o divórcio. Mas eu a amo, e se houver uma chance de ajuda-la eu quero fazer. Mas a duvida que me é levantada é se o SUS, faz esse tratamento, pois com esse jeito dela, acabei por perder muitas oportunidades, e estou passando por um momento financeiro complicado. O que fazer? Como fazer? Onde fazer? Preciso de uma ajuda!!!

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