terça-feira, 29 de junho de 2010

A atuação dos psicólogos no SUAS em debate

O texto a seguir fora retirado na integra do site "Psicologia Online - POL"
Entre os dias 21 e 23 de junho de 2010, o Seminário “A atuação dos psicólogos no Sistema Único de Assistência Social” debateu o papel dos psicólogos no SUAS, bem como os dilemas dessa atuação e as dificuldades e os desafios para avançar na política de Assistência Social. O evento foi fruto de iniciativa conjunta dos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) por meio da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS).
“O evento pode ser considerado um marco na relação da profissão com as políticas públicas. Primeiro porque a ação no SUAS coloca o psicólogo a responder como a sua prática pode contribuir com a dimensão subjetiva do direito que a pessoa cidadã tem. Tal noção, que pode ser bem vista exercitada no SUAS, também tem sido alvo de redimensionamentos da profissão nas demais áreas de atuação. Em segundo lugar, o evento foi um marco, tendo em vista o modo como foi organizado, sendo discutido passo a passo com o MDS. O ministério, que desenvolve a Política Nacional de Assistência Social, tem contado com o trabalho do psicólogo para a consecução de suas ações. Nesse sentido, trata-se de um evento no qual lado a lado profissão e política pública discutem suas possibilidades e responsabilidades com a sociedade brasileira”, relatou a presidente do CFP Ana Lopes.
“O seminário foi importante para possibilitar a discussão de conceitos, de referências e dar visibilidade para a rede de psicólogos que atuam nas equipes do SUAS”, destacou a conselheira do CFP, Iolete Ribeiro. “A participação ampla de pessoas de diversas regiões do País, trazendo questões importantes, enriqueceu o debate e mostrou a força dessa rede”, completou.
Segundo Iolete a perspectiva é de crescimento no número de psicólogos atuando na área e alerta que essa ampliação deve ser acompanhada por debates como esse. “Essas discussões podem mobilizar mais profissionais para atuar na rede”, acredita.
O seminário foi transmitido ao vivo pela internet e acompanhado por mais de 8.500 pontos durante a abertura, que contou com a presença da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, da presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Ana Lopes, da presidente da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), Fernanda Magano, da secretária nacional de assistência social, Maria Luiza Amaral Rizzotti e da conselheira do Conselho Federal de Assistência Social (CFESS), Kátia Regina Madeira.
A Conferência de abertura foi realizada pelo psicólogo Marcus Vinícius de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia, que abordou aspectos subjetivos da desigualdade social e pontuou desafios da atuação profissional dos psicólogos nas políticas públicas.
As discussões nas mesas foram norteadas por temas como os dilemas da atuação interdisciplinar na Proteção Social, a Psicologia necessária nos serviços de Proteção Básica, a atuação do psicólogo na Proteção Especial e os marcos éticos e normativos do SUAS.
Os vídeos do seminário estarão disponíveis em breve, na integra, via internet.

sábado, 26 de junho de 2010

Os cinco estágios do luto

A morte sem sombra de dúvidas é a única certeza de nossas vidas. Todo mundo cresce ouvindo este ditado popular. Entretanto, mesmo sabendo desta árdua verdade poucas pessoas apresentam uma maturação emocional para vivenciá-la de forma harmoniosa. Por estes e outros motivos 0 processo de luto sempre esteve presente tanto no campo da Psiquiatria como no da Psicologia. Diante desta realidade em 1969 a Psiquiatra Elizabeth Kübler-Ross propõe uma descrição do processo de luto e perda categorizando-os em cinco estágios pelo qual as pessoas passam ao lidar com a morte e o morrer. O modelo foi apresentado por Kübler-Ross em seu livro "Sobre a morte e o morrer", publicado originalmente em 1969 (KÜBLER-ROSS, 1998). Os estágios são conhecidos hoje como "Os Cinco Estágios do Luto" (ou da Dor da Morte, ou da Perspectiva da Morte).
Os estágios são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Nem todos os pacientes passam sequencialmente por todas estas fases.

(1) negação: o doente nega a doença, "amortecendo" o impacto do diagnóstico;
(2) revolta: quando não é mais possível negar, a negação é substituída por sentimentos de revolta e ressentimento;
(3) barganha: já que a revolta não resolve o problema, tenta-se obter a cura através de barganhas e promessas a Deus;
(4) depressão (interiorização): surgem lamentações, queixas, desinteresse e a necessidade de ficar só;
(5) aceitação: não há mais depressão ou raiva, mas uma contemplação do fim próximo com um certo grau de tranqüila expectativa, e a compreensão de que a vida chegou ao fim.

Kübler-Ross originalmente aplicou estes estágios para qualquer forma de perda pessoal catastrófica, desde a morte de um ente querido e até o divórcio. Também alega que estes estágios nem sempre ocorrem nesta ordem, nem são todos experimentados por todos os pacientes, mas afirmou que uma pessoa sempre apresentará pelo menos dois.


Referência
KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. 8.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
OBS: Resolvi anexar o vídeo depois que assiti em um dos blog´s que sou seguidor ()

Evento em Brasília


O evento pretende impactar gestores, educadores, pesquisadores e profissionais de diferentes segmentos da comunidade, mobilizando-os em direção à sensibilização e entendimento dos diferentes tipos da violência e vulnerabilidades que afetam os jovens na sociedade, nas instituições e nas famílias, além de evidenciar um conjunto de abordagens e perspectivas de pesquisa e de intervenção que subsidiam trabalhos acadêmicos e de políticas públicas. Enfocar a discussão sobre pesquisas, redes de atenção e políticas de atendimento para jovens em situação de vulnerabilidade poderá contribuir para o aprofundamento de ações na área, para a formação continuada de profissionais e a articulação em rede entre diversos atores sociais atuantes, direta e indiretamente, com a temática da adolescência e vulnerabilidade.

Pensamento da Semana


O homem e suas emoções


A emoção é uma forma de comportamento na qual as respostas viscerais condicionadas têm um papel preponderante. Diferente da motivação, nem sempre a emoção tem um objetivo definido. Frequentemente, ela consiste em uma reação difusa e desorganizada a algum estímulo interno ou externo.
O comportamento emocional é determinado por um complexo jogo de predisposições hereditárias e de condicionamentos.
As reações emocionais tendem a durar mais do que outras reações porque os músculos viscerais lisos, uma vez estimulados, são lentos para relaxar. Esta persistência pode estabelecer um estado emocional de longa duração, que continua depois que os estímulos já desaparecem. Este estado é chamado de humor. Embora este estado emocional seja persistente não é tão intenso como a própria emoção.
As emoções básicas são: prazer, tristeza, raiva e medo. Entretanto, todas elas têm uma enorme escala de variação. Por exemplo, o prazer pode variar da satisfação ao êxtase, sendo que nesta escala estão incluídos o amor, a alegria dentre outros; a tristeza pode variar do desapontamento ao desespero; o medo da timidez ai terror e a raiva do descontentamento ao ódio.
O desenvolvimento emocional é influenciado pela hereditariedade e pela aprendizagem. A constituição individual é um fator determinante na sensibilidade do sistema nervoso autônomo, no grau da resposta visceral e no padrão de difusão das respostas viscerais. Outro ponto de grande relevância pauta-se no grau de maturação que se encontra o sujeito , pois antes que certas respostas emocionais possam aparecer, os órgãos do sentido devem estar maduros a um ponto em que possam perceber claramente os estímulos. Da mesma forma os processos cerebrais devem estar maduros antes que possam experimentar certas nuances da emoção.
Os estímulos externos causam as reações emocionais, o significado que damos a essas reações e a maneira pela qual nós a expressamos são resultado da aprendizagem.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mau humor pode ser doença

Todo mundo conhece pessoas que vivem de mau humor. Sabe aquele amigo que sempre está de cara fechada, irritado, impaciente que não perde a oportunidade de mudar o ambiente onde se encontra? Então, ele pode ser um forte candidato para apresentar um quadro transtorno persistente do humor, denominado pela psicopatologia como Distimia.
O quadro de Distimia pode ocorrer desde a infância. Entretanto, estudos comprovam ser mais freqüente sua manifestação na adolescência. Por estes e outros motivos o diagnóstico da Distimia deve ser realizado por profissionais competentes visto a dificuldade em sua identificação podendo o mesmo ser confundido por comportamentos típicos da adolescência, como por exemplo; intolerância, certo isolamento social, alto nível de crítica e apatia.
A incidência geral na população é cerca de 3%. Para cada homem distímico existem cerca de três mulheres.
Mas como identificar a Distimia?
Os sintomas vão além do mau humor, ou humor triste de forma persistente. A pessoa pode sentir o apetite aumentado ou diminuído, insônia ou muita sonolência, sensação de baixa energia e cansaço, baixa auto-estima com a sensação com não ter valor ou ser incapaz, apresentando ainda dificuldade de concentra-se ou em tomar decisões bem como a sensação de falta de esperança na vida e em projetos. Não necessariamente todos estes sintomas devem estar presentes, mas são comumente identificados nos pacientes que manifestam esta psicopatologia.
O que se desenvolve essa doença?
Ela é causada por um conjunto de fatores, como relações familiares complicadas na infância; pais abusivos, agressivos, e distímicos. A probabilidade aumenta em famílias que tenham mais membros que sofram de depressão, pânico ou outras patologias ligadas a Distúrbios de metabolismo de Serotonina
Como se trata a Distimia?
O tratamento para esta psicopatologia abrange tanto o acompanhamento medicamentoso como o psicoterápico. A medicação utilizada para este fim pertence a classe dos antidepressivos. Faz-se necessário que havendo comorbidade com outras patologias as mesmas também serem tratadas. No que tange a esfera da Psicologia a mesma se faz fundamental. Indico aqui, a abordagem Comportamental com ênfase na família. O tratamento portanto, tem como principal objetivo romper com o círculo vicioso da psicopatologia: melancolia> espírito de reclamação> amizades reclamonas> isolamento social> feed backs negativos> baixo astral> depressão. A melhora, com a medicação e a terapia provoca um círculo virtuoso: melhor astral> menos reclamações> menos isolamento> situações de vida mais reforçadoras> feed backs positivos> estímulo para uma vida com mais qualidade.

domingo, 20 de junho de 2010

Pensamento da Semana


sexta-feira, 18 de junho de 2010

Estresse: o mau da civilização moderna


Estresse é um fenômeno psicofísico que sempre existiu no comportamento humano. Desde os primórdios de nossa vida neste planeta a natureza nos muniu de um dispositivo de percepção que coloca nosso corpo em estado de alerta contra possíveis ameaças e perigos, independentemente da vontade externa, de nossa própria vontade e muitas vezes até mesmo da razão. Essa quando requisitada, participa apenas da construção da estratégia de controle para melhor lidar com o agente estressor.
Mudadas as condições ambientais em que vivemos e produzimos (processo civilizatório) o comportamento de reação também se modificou. Ao invés de nos refugiarmos em cavernas e utilizarmos a tocha de fogo para afugentar o animal que nos atacava, começamos a traçar estratégias, mecanismos que nos permitiram banir o medo e dissipar os inúmeros perigos que nos ameaçam diariamente.
O lobo passou a ser o chefe, o tigre transformou-se no concorrente, a matilha virou família, o campo de guerra o trânsito e assim por diante.
Não existe atualmente nenhum âmbito da vida civilizada ou moderna que não esteja impregnado pelo estresse. A produção, a educação, o lazer, a comunicação, as relações humanas, o amor, a sexualidade e até mesmo a saúde. Esta última apenas a conquistamos se nos estressarmos para mantê-la através dos permanentes cuidados com a alimentação, prática regular de atividades físicas, terapias dentre outros.
Portanto é impossível o homem viver sem o estresse. Ele é que nos move para a produção intelectual, tecnológica, industrial e científica. Sendo assim, porque para algumas pessoas o estresse se torna prejudicial? Antes, porém, devemos destacar que o estresse pode acometer qualquer pessoa nos nas mais diversas fases do desenvolvimento humano. É importante ressaltar que o mecanismo do estresse é individual, ou seja, uma situação que para uma pessoa pode ser corriqueira, pode ser muito desgastante para outra. Isto acontece pelo fato de que cada ser humano tem um jeito de avaliar e resolver os problemas.
Os sintomas mais comuns do estresse são; tensão muscular, taquicardia, respiração acelerada, dilatação da pupila, excesso de suor, tristeza, bruxismo, dor de cabeça, diarréia, dor na coluna, sentimento de medo e agressividade, fixação sobre um determinado problema, alteração no desempenho de atividades rotineiras, perda de memória, fala desordenada dentre outros.
A seguir apresentamos algumas dicas para melhorar seu estilo de vida e diminuir seu nível de estresse.

No trabalho
  • Orientar e treinar estratégias mais adequadas para lidar com o estresse, melhorando a qualidade de vida;
  • Orientar hábitos saudáveis eliminando os fatores externos ao estresse como o excesso de ruídos e iluminação;
  • Treinar posturas corretas durante o trabalho. No caso dos digitadores, evitar os punhos flexionados, estendidos ou em desvio lateral;
  • Treinar a redução de movimentos repetitivos e o grau de tensão;
  • Dar pausas de descanso, interrompendo a tarefa, com exercícios respiratórios e físicos ou atividades de relaxamento e descontração que compensem as posições estáticas.

Em casa

  • Desenvolver atitudes positivas e mais saudáveis de bem estar emocional visando manter a auto-estima. Praticar a capacidade de relaxamento profundo através da respiração e repouso em ambientes tranquilos como ao ar livre;
  • Praticar exercícios aeróbicos – caminhadas, natação, ciclismo sistematicamente;
  • Não deixar que a atividade profissional domine todo o seu tempo. Disponha de tempo para lazer, inclusive os de caráter social;
  • Valorizar os períodos de lazer, não transformando as férias numa maratona em busca do tempo perdido;
  • Reservar um espaço para o passatempo preferido;
  • Não levar para casa, os problemas do trabalho. Se o trabalho é desgastante, dedique-se em casa a tarefas que deêm satisfação;
  • Ingerir alimentação balanceada, rica em fibras e em vitaminas, principalmente do complexo B, vitamina A, C e cálcio.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pensamento da Semana


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Prova de Fogo


Um filme...um casamento...um movimento.
“Prova de Fogo é um lembrete divertido e desafiador do que é preciso para se ter um casamento vencedor”.
Prova de Fogo é um filme direcionado a todos os casais estando estes vivendo bem ou enfrentando alguma dificuldade no convívio diário. Resumidamente o filme trata de um desgaste enfrentado no casamento de Caleb e Catherine. Com o passar do tempo ambos buscaram alcançar metas diferentes. A conseqüência para tal decisão recorre em constantes desavenças, dificuldade em comunicar-se, ausência de vida sexual e sobrecarga sobre um dos cônjuges. Por fim, Catherine decide pedir divórcio. Caleb angustiado comunica a seus pais a decisão de a sua esposa. Ao saber do momento difícil enfrentado por seu filho o pai de Caleb o visita e o pergunta se ele concordava com a decisão de Catherine. Caleb diz que não, mas que não sabia como poderia reverter a situação. Diante desta afirmação seu pai solicita um prazo de quarenta dias para que o filho tente resgatar seu casamento fazendo uso de um livro, intitulado “O desafio de amar”. Caleb em um primeiro momento reluta, mas aceita o desafio lançado por seu pai. O restante da história você vai ficar sabendo ao assistir o filme. Acredite! Você não vai se arrepender.
O filme faz com que telespectador reflita sobre seu casamento ou relacionamento. Se buscarmos o significado da palavra casamento encontraremos no dicionário Larousse (2001) duas expressões; 1 – união legal de um homem e de uma mulher e 2- combinação, união, aliança.
Em nossa cultura as duas expressões citadas pelo dicionário descrevem bem o que compreendemos como casamento. Entretanto, se o significado desta palavra nos remete a tanta proximidade porque assistimos a tantos divórcios? Várias poderiam ser as questões aqui levantadas. Todavia, o que mais comumente ouço no consultório é o sentimento de culpa. Grande parte dos casais ao darem início ao processo psicoterapêutico apresenta o parceiro ou parceira como sendo o pivô dos problemas que nunca acabam. E quando digo problema refiro-me a questões do tipo: deixar a tampa do vaso levantada, comprar em grande quantidade, deixar as roupas jogadas, não lavar as louças dentre outros. Observo que mundo contemporâneo tem contribuído para fomentar a disputa entre os cônjuges, desta forma, os casais perdem o real significado do casamento, ou seja, construir juntos, descansar juntos, crescer juntos, chorarem juntos, rirem juntos. Por isto a existência da aliança. Se buscarmos o significado deste símbolo perceberemos que o formato circular da aliança fora escolhido uma vez que o mesmo não apresenta lado, nem principio ou fim, mas sim, um elo utilizado para unir dois corações. Para os antigos gregos, duas almas. Acredito que a guerra entre os gêneros masculino e feminino na busca de espaço e reconhecimento está também sendo traçada dentre das residências. Saliento que a busca de reconhecimentos nos mais diversos âmbitos são importantes e porque não dizer necessários. A problemática dar-se início quando os guerreiros e guerreiros não se desfazem de suas armaduras para adentrarem em seu lar. O bom marido percebe as necessidades de sua esposa. Conhece seu modo de vestir, seu cheiro e aquela carinha que diz “você sabe que eu não gosto disto”. Com a boa esposa não é diferente. A mulher sábia sabe como conquistar seu marido, como controlar as dificuldades que seu marido não pode ou consegue suportar. Com seu discernimento sabe apimentar o relacionamento. O casal em sintonia vivencia o mais puro e verdadeiro amor. Mas o que poderíamos chamar de verdadeiro amor? Comportamentos adequados e maduros para superar e enfrentar os mais diversos obstáculos. Neste momento, o casal consegue percebe-se enquanto um elo, unidos pela aproximação dos corações apesar das inúmeras dificuldades.
Enquanto psicólogo sinto-me honrado quando consigo auxiliar um casal a se redescobrir, a se aperceberem. Por vezes ouço pessoas dizerem que quando um casal busca terapia é porque realmente irão se separar. Não concordo com este afirmação. Dizer que existem casais que durante a terapia optam por um divórcio é fato. Todavia, não podemos compreender como regra.
Existe uma frase conhecida para que, se interesse em Psicologia muito usada pelos acadêmicos que afirma: “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Acredito que dentre tantas outras esta ilustra perfeitamente o casamento. Duas pessoas diferentes com um tempero adequado que hora amarga, mas que também apresenta um dos melhores sabores já experimentado. Pelo menos é assim que vivo meu casamento. Assim, peço licença para meus leitores e uso deste espaço para demonstrar o meu carinho e amor pela minha esposa, minha delícia e também minha dor. Amo você!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pergunte ao Psicólogo

Ressalto que todos os nomes aqui mencionados são fictícios. Esta medida fora tomada no intuito de resguardar os internautas interessados em participar desta tag. Aproveito também para destacar que as opiniões aqui apresentadas não devem ser consideradas como um diagnóstico, mas sim, como a emissão de uma opinião sobre uma temática específica.

Email enviado por G.C.S.R.P
Olá! Preciso de uma ajuda psicológica ou até mesmo um conselho. Não tenho ninguém para desabafar e estou me sentindo um tanto quanto angustiada e sufocada.
Tenho 21 anos e sou casada há dois. Meu marido é ótimo e eu o amo demais. Ele é divorciado e o curioso em nossa história é que a ex-esposa dele não está nem aí para nós dois. Pelo contrário, segue a vida dela normalmente e aparenta estar extremamente feliz. Eles não têm filhos.
Acontece que sinto uma grande vontade se não chamar de necessidade de me mostrar superior a ela. Inclusive já trocamos farpas pelo Orkut por motivos até banais.
Ela já até excluiu do Orkut os amigos que tínhamos em comum, pois eu consegui descobrir a senha de um deles e bisbilhotava o perfil dela, invadindo recados, fotos e mandando recados pelo talk, muitas vezes ofensivos. Ela raramente responde minhas insinuações, porém, eu é que não consigo parar de me sentir inferior a ela, sendo que temos vidas diferentes e independentes.
Gostaria de uma ajuda para esquecer esse passado, que até meu marido e ela já se esqueceram e eu fico fazendo questão de remoer. Isso me machuca muito.
Gostaria de uma opinião e de uma ajuda
Atenciosamente,
G.C.S.R.P
É muito comum a presença de sentimentos de insegurança, competitividade e antipatia para com os antigos companheiros(as) de nosso(a) atual cônjuge. Entretanto, temos quer ter clareza para distinguir realidade de fantasia. No caso em questão, várias são as contingências que devem ser analisadas cara jovem, como por exemplo; se você é uma mulher que se deixa dominar pelo ciúmes, o padrão de comportamento que você apresentou em seus relacionamentos anteriores bem como a forma com que foram rompidos, ou seja, houve traição? Outro ponto também importante a ser mencionado cara “G” pauta-se na forma como você se vê e se gosta. Estamos aqui nos remetendo é claro, sobre sua auto-estima. Todas as variáveis aqui mencionados se fazem relevantes visto contribuir na compreensão de seu padrão comportamental, em outras palavras, na forma como você encara seus relacionamentos afetivos.
Outra questão importante está direcionada na questão do que você prioriza e foca em sua vida. É mencionado no começo de sua mensagem que a ex-esposa de seu marido já superou a separação e está construindo novos projetos e metas. Diante disso a pergunta que deve ser realizada: qual é o real perigo deste antigo relacionamento em seu casamento? Não teria que você “G” se preocupar mais com seu relacionamento do que “bancar” uma detetive virtual? Vale mencionar que os comportamentos por você relatados são caracterizados como invasão de privacidade e você pode caso alguns dos envolvidos manifestarem interesse responder judicialmente.
Não seria mais proveitoso se você investisse toda essa determinação e criatividade na manutenção de seu casamento? Não estaria no momento de você estar usufruindo deste poder de esposa e realmente valorizar tudo o que a ex-esposa não conseguiu manter?
Outra coisa interessante “G” que você não menciona é a idade da ex-esposa. Não sei se estou certo, mas através do seu relato ela aparenta ser mais velha que você ou mais madura emocionalmente. Digo isso pelos comportamentos que ela vem apresentando para com suas alfinetadas. Comportamentos estes que devem ser elogiados por sinal, uma vez que não reforçam suas tentativas de descontrolá-la. Quem sabe não é daí que surge o sentimento por você comentado de inferioridade?
Por fim, quero dizer que cada pessoas escreve sua história. Assim, nós podemos dar o tempero necessário de romance, drama, aventura e suspense. Portanto, “G” não tente viver a história de outra. Busque escrever a sua. O que? Não sabe como? Comece então pelo princípio. O que falta em seu relacionamento para que você se concentre mais nele ao invés de buscar dificultar a vida alheia?
Aproveito a oportunidade para pedir desculpas em responder a sua demanda, mas estava com problemas de conexão. Sem mais, despeço-me esperando poder ter contribuído de alguma forma para amenizar seu sofrimento. Fique com Deus e tome posse do que é seu deixando o que não te pertence de lado.

Pensamento da Semana


Pergunte ao Psicólogo


Ressalto que todos os nomes aqui mencionados são fictícios. Esta medida fora tomada no intuito de resguardar os internautas interessados em participar desta tag. Aproveito também para destacar que as opiniões aqui apresentadas não devem ser consideradas como um diagnóstico, mas sim, como a emissão de uma opinião sobre uma temática específica.
Email enviado por Bruno
Oi. Por Favor, me responda a essa pergunta: tenho 22 anos de idade e tenho um amigo de 12 anos. Tenho muitos amigos na minha faixa etária, mas prefiro andar com este amigo mais novo. Será que tem algo errado comigo? É errado ter amigos com essa diferença de idade? Minha família diz que isto é errado, mas não consigo ver isso. Por favor, me ajude. Muito obrigado.
Antes de mais nada Bruno quero agradecê-lo por confiar em mim e querer participar desta tag. Então, quantas perguntas! Vamos por parte! Você está certo em fazer amizades. Conhecer pessoas e construir redes sociais mais refinadas é de suma importância para o amadurecimento de vários aspectos de nossa personalidade como, por exemplo; afetividade, sexualidade, treino de nossas habilidades sociais, tolerância para com as diferenças e a frustrações. Entretanto, a medida que vamos nos desenvolvendo apresentamos a necessidade de nos relacionar com pessoas de nossa faixa etária visto os mesmos comumente apresentarem problemas vivenciais muitos parecidos com os nossos ou pelo menos em partes. Conhecer pessoas mais jovens não é nenhum problema ou mau. Porém, como você mesmo sabe esse comportamento traz para o sujeito um estigma como mencionado em seu texto além, de não proporcionar a aquisição de novos comportamentos necessários inclusive para a inserção no mundo dos adultos. Um mundo com menos fantasias e flexibilidade. Vale destacar também, que esta amizade mencionada por você não poderia estar ligada a uma sensação ou pensamento de não conseguir obter sucesso em comportamentos competentes a sua faixa etária como namorar, trabalhar, saber se comportar em ambientes de festa ou se inserir em uma faculdade? Dizer que é errado é uma expressão muito complexa. Afinal, como já apresentado Bruno não estou te examinando em um consultório para dar um parecer clínico. Entretanto, considero interessante você procurar um profissional da Psicologia para que você possa compreender melhor a questão apresentada. Espero poder ter contribuído para com sua pergunta me colocando à disposição para futuros contatos. Assim, despeço-me com um abraço fraterno.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A percepção da criança sobre a morte

O texto aqui apresentado fora solicitado por uma internauta de nome Georgete. A poucos dias ela me enviou um email solicitando maiores esclarecimentos sobre a percepção da criança sobre a morte.
Assim, antes de mais qualquer coisa, devemos chamar a atenção sobre o tema apresentado visto este ainda ser encarado como um tabu por grande parte de nossa sociedade. Falar em morte ou sobre a morte em algumas famílias é quase impossível. É como se o comportamento de não evocar o assunto criasse poderes que repelissem a morte de nossos entes ou amigos queridos.
Portanto, já devemos esclarecer que o ato de não dialogar ou apresentar um comportamento de esquiva para com as crianças não é o melhor caminho para a compreensão do que é a morte. Os pais e ou responsáveis que ainda acreditam e se comportam como mencionado acima podem aumentar em seus filhos sentimentos de solidão, abandono além de tristeza, apatia e comportamentos ansiogênicos. Outro ponto importante pauta-se na fase de desenvolvimento que a criança se encontra. É de suma importância que os pais ou responsáveis conheçam a maturidade emocional de seus filhos para que possam se sentir mais seguros e passar esta confiança para as crianças.
A cada idade os recursos que uma criança tem para compreender os fenômenos que acontecem na sua vida são diferentes. Estes recursos variam e dependem de vários fatores, entre eles, sua maturidade e sua percepção do mundo a sua volta, sua história de vida, a forma como os pais e a escola lhe passam a informação e as crenças religiosas de seus pais.
Para facilitar a compreensão solicitada pela internauta separamos por faixa etária o desenvolvimento da criança.
• 0 a 3 anos
O bebê ou a criança percebe ou sente quando há a sua volta excitação, tristeza, ansiedade; percebe quando falta uma pessoa significativa ou a presença de pessoas novas ou estranhas ao ambiente familiar, porém ainda não possui recursos para compreender a morte, mas absorve as emoções daqueles que o rodeiam e pode mostrar sinais de irritabilidade, mudanças nos seus hábitos alimentares ou sono. Às vezes, se já adquiriu o controle dos esfíncteres, pode haver uma recaída e a criança pode fazer xixí ou cocô na cueca ou na calcinha. Depende muito da comunicação não verbal, do cuidado físico, do afeto e precisa ser reassegurado.
• Dos 3 aos 6 anos:
A criança acha que a morte é reversível, temporária, que a pessoa que faleceu voltará a qualquer momento. Nesta fase a criança é regida pelo que denominamos o pensamento mágico e egocêntrico: ela pensa que suas ações, sentimentos ou palavras são como varinhas de condom. As crianças dessa faixa etária, acreditam que a morte pode ser vista como um castigo devido a um mau comportamento.
A criança sente o impacto das emoções dos seus pais e irmãos; e freqüentemente o não dito o afeta provocando regressões, como fazer xixí na cama, chupar o dedo, segurar um paninho, etc.
Geralmente nessa etária os filhos têm dificuldade de expressar seus sentimentos verbalmente e conseqüentemente o faz através de ação; pode ficar mais agressivo, irritado ou impaciente quando brinca.
• Dos 6 aos 9 anos:
Algumas crianças começam a entender as causas objetivas da morte, algumas ainda não. Ainda podem ver a morte como um espírito que vem para levar a pessoa; pode pensar que a morte é contagiosa e ela pode morrer também. A criança se seduz por o tema de mutilação e mostra curiosidade em relação ao aspecto do corpo morto.
Pode associar a morte com violência, devido a isto freqüentemente pergunta “Quem o matou”? Cria categorias em relação a quem pode morrer: os mais velhos e os que apresentam deficiências.
Nesta fase se preocupa com o que acontece com os mortos, como vivem, comem e respiram. Mesmo neste momento pode apresentar ansiedade e ter dificuldade de expressar suas emoções e sentimentos de desamparo. Pode apresentar diferentes sintomas transitórios como fobias, regressões, psicossomatizações. Se os pais não trabalharem esses sintomas, eles podem perpetuar se por mais tempo.
• Dos 9 aos 13 anos:
• A percepção da criança: À medida que passa o tempo a criança tem mais recursos mentais e emocionais para compreender as causas da morte. Agora se preocupa com o fato de como vai mudar sua vida com a perda da pessoa, do relacionamento. Apresenta resistência a se abrir e falar de suas emoções. No inicio pode parecer que ela não se importa com o que aconteceu, que ignora os eventos, que faz de conta que não houve morte. Os sentimentos de angustia e tristeza demoram a aparecer, e ela pode ter uma tendência a se isolar. Começa a mostrar interesse em rituais religiosos. Nesta fase se for um dos seus pais que faleceu, a criança pode querer assumir as responsabilidades do falecido e tomar seu lugar para ajudar e aliviar a tristeza de quem ficou. Isto se torna um peso e causa de futuras somatizações e conflitos.
Portanto, Georgete espero ter contribuído para sanar sua dúvidas. Aproveito a oportunidade também para destacar a importânai dos educadores em ajudar os filhos ou os alunos a superar as dificuldades, mesmo na tenra infância.Desta forma eles poderão oferecer meios para que as crianças construam seus recursos internos para enfrentar as dificuldades do mundo adulto e tornarem-se pessoas com capacidade para lidar com suas emoções e criar a empatia para lidar com as dos outros.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Consequências psicológicas e sociais acerca da revelação do resultado de soropositividade para HIV

Antes de discutirmos sobre a temática proposta é imprescindível esclarecermos aspectos conceituais sobre a AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Esta por sua vez é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV (sigla para vírus da Imunodeficiência Humana), que compromete o funcionamento do sistema imunológico, pela destruição dos linfócitos T4, impedindo-os de executar sua tarefa de proteger o organismo contra os agressores externas como, por exemplo, o controle imunológico originado pela exposição a bactérias, vírus e parasitas. Com o avanço da doença, o corpo humano fica cada vez mais a mercê de doenças oportunistas, onde se destaca a pneumonia e alguns tipos de cânceres bastante comuns em pacientes portadores do vírus HIV, que desenvolvem a AIDS (Ministério da Saúde, 1998).
O vírus da AIDS é transmitido através de contato direto e/ou troca de sangue bem como fluidos corporais de uma pessoa já infectada, ou seja, através de atividade sexual sem proteção, ao dividir agulhas, transfusão de sangue contaminado (possivelmente testado) e de mãe para filho por meio de três vias: a via placentária, durante o primeiro trimestre de gravidez; no momento do parto e durante a amamentação (Smeltzer & Bare, 2000).
O diagnóstico de HIV/AIDS está pautado no exame físico, na história clínica do paciente na confirmação dos fatores de risco, nos sintomas e, por fim, na identificação laboratorial (Smeltzer & Bare, 2000).
Atualmente três exames são utilizados para a confirmação da contaminação pelo HIV. O teste ELISA (Ensaio Imunoabsorvente a Enzima) identifica anticorpos destinados especificamente contra o HIV, comprovando que a pessoa foi exposta ou infectada pelo vírus. Não estabelece, portanto, um diagnóstico de AIDS. Caso o resultado apresentado pelo ELISA seja positivo, outro exame é aplicado a fim de confirmar o primeiro – Western blot – que tem como objetivo identificar anticorpos para o HIV. Outro exame, o ensaio da radioimunoprecipitação (RIPA), é utilizado para detecção da proteína encontrado no vírus HIV no lugar dos anticorpos, este teste é o de maior especificidade, sendo também o mais trabalhoso e de alto custo.
Consequencias psicológicas e sociais acerca da revelação do resultado
Segundo Smeltzer & Bare, (2000), os pacientes cujos resultados forem a soronegatividade podem manter o comportamento de risco ou sentimento de que estão imunes ao vírus, sendo estes, decorrentes de uma falsa sensação de segurança. Destaca-se então a necessidade de um constante acompanhamento para esses pacientes no que se refere ao aconselhamento com o intuito de alterar esse padrão de comportamento.
Já os pacientes que recebem o diagnóstico de soropositividade vivenciam sensações completamente distintas das anteriores. Segundo Kaplan (1993), esses pacientes passam por certo nível de ansiedade que pode incluir: agitação, ataques de pânico, insônia, taquicardia ou transtornos fóbicos. Sentimentos de menos-valia, desesperança e depressão também podem ser vivenciados.
As conseqüências interpessoais e sociais decorrentes do conhecimento do diagnóstico podem ser devastadores. Os pacientes podem perder seus parceiros sexuais, serem discriminados em seu local de trabalho ou em sua residência, dificultando e/ou reduzindo seu contato com o meio social. Desta forma, “estar contaminado pelo vírus HIV significa, na maioria das vezes, passar a viver uma situação aversiva onde se observam alterações comportamentais, cognitivas e afetivas” (Avi,2001,p.116).
Por estes motivos Kaplan (1993), esses pacientes devem receber a garantia de que serão realizados todos os esforços necessários para que estes enfrentem as possíveis complicações médicas e psicológicas, juntamente ao apoio familiar, o que auxiliará no alívio da dor e da sensação de desesperança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVI, Giovana Delvan Stuhler. Atendimento Comportamental a Portadores do Vírus HIV. In:GUILHARD, Hélio José et al. Sobre Comportamento e Cognição: expondo a variabilidade. Santo André, SP: ESETec e Editores Associados. 2001. V.7, cap.15,p.116-119
Brasil. Ministério da Saúde – Coordenação Nacional de DST e AIDS. AIDS no Brasil: um esforço conjunto governo-sociedade. Brasília. 1998.120 p.
HAROLD, Kaplan. Aspectos psiquiátricos da Síndrome da Imunodeficência Adquirida(AIDS). In:Compêndio de Psiquiatria: Ciências Comportamentais- Psiquiatria Clínica. Porto Alegre:Artes Médicas Sul, 1993. Cap.11, p. 289-296.
SMELTZER, Suzanne C. & BARE, Brenda G. Tratamento de Pacientes com Infecção por HIV e AIDS. Trabalho de enfermagem médico-cirúrgico.Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2000. V3, cap.48,p.1288-1315.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Pensamento da Semana