sábado, 24 de julho de 2010

Pensamento da Semana

Pergunte ao Psicólogo


Destaco que as opiniões aqui apresentadas não devem ser consideradas como um diagnóstico, mas sim, como a emissão de uma opinião sobre uma temática específica.
Olá Dr. Sérgio, acredito que o sr. pode me esclarecer sobre o que está acontecendo comigo. Meu nome é W, tenho 19 anos, sou estudante de direito e faço estágio. Acredito que eu esteja me tornando um sociopata. Penso que a origem de tudo tenha sido minhas escolhas, venho de uma família (ou quase uma família) de classe média-baixa, só consigo estudar por causa da bolsa que ganhei do governo. Quando comecei, meus amigos acharam que eu ficaria metido e chato por querer seguir um caminho, que é generalizado como da classe alta. Um ano e meio depois, mesmo sem eu ter mudado a relação com eles, sinto que todos se afastaram. Nessa nova empreitada conheci outras pessoas, sendo elas de um nível social bem superior ao meu. Mas minha falta de recursos e responsabilidades com a família me impedem de levar uma vida ao nível deles. Nesse tempo, ainda mudei um pouco minha personalidade, passei a me interessar por coisas que me agregam conteúdo (livros, teatro, música erudita), além de ter amadurecido, em outras palavras, ter me tornado um senhor de 40 anos, no corpo de um rapaz de 19. Agora estou aqui, com um sentimento de apatia perante a todos os meus semelhantes. Parece que hoje as pessoas só se importam com status, com o que a pessoa tem, e não com o que ela é! Eu não consigo ser falso com as pessoas e me passar por algo que não sou. Para piorar, sou tímido e homossexual, apenas dois amigos (de verdade) sabem. Me sinto um peixe fora d'água, que irá morrer sozinho. Desejo ouvir sua opinião.
Olá W! Antes de qualquer coisa quero lhe agradecer por ter confiado no meu trabalho e me enviado este email. Primeiramente temos que compreender o termo por você apresentado, sociopata ou de acordo com a psicopatologia transtorno de personalidade anti-social. Este conceito é muito sério e é utilizado para classificar indivíduos que apresentam uma personalidade com traços perversos, mais conhecidos em nossa sociedade como psicopatas ou assassinos em série. Ok? É importante conhecermos os termos afinal eles servem para descrever traços de comportamentos. Indiferença para com o próximo é muito pouco para diagnosticar uma personalidade anti-social. Além do mais, W a indiferença apresentada por um sociopata não pode ser encaracada como algo do tipo; se ele não quiser conversar comigo tanto faz ou eu é que não vou levar arrumar o quarto, deixa dar bicho neste lugar. A indiferença para essas pessoas perfaz o campo da manipulação, humilhação, agressão no mais alto grau levando em grande parte a morte de outros. Para o sociopata matar uma pessoa seria a mesma coisa que acordar e comer um pão com manteiga no café da manhã.
Acredito W que o pode estar acontecendo com você está muito direcionada a questão social, ou seja, você está tendo a oportunidade de traçar um caminho completamente diferente de grande parte de sua família. A medida que o sujeito vai ampliando seu contexto social e seu repertório comportamental é normal ele demonstrar interesse por outros hobbies e atividades culturais como é o caso mencionado por você em relação ao teatro e a música. Entretanto, você não pode se esquecer que seu círculo social anterior a faculdade não está inserido em tantas transformações intelectuais o que resulta em um distanciamento aqui denominado de cultural. Destaco, aliás, que este ponto deve ser visto como um dos maiores obstáculos no relacionamento humano. Então o que fazer? No campo da Antropologia existe um conceito chamado relativização que nada mais é do que a capacidade do ser humano em perceber a cultura do outro e respeitá-la. Ressalto que perceber não é a mesma coisa que aceitar. Por isto que você tem sofrido com tantas transformações. Destaco W que você também deve ser capaz de relativizar visto estar inserido em um contexto sócio-econômico bem diferente do seu. Não acredito que somente o fato da responsabilidade para com sua família seja o fator que o impeça de se relacionar socialmente com seus amigos da faculdade.
Por fim, mas não mesmos importante quero destacar a esfera de sua sexualidade. Me chamou muito a atenção a forma como você mencionou sua opção sexual “e para piorar sou tímido e homossexual.” Diante desta afirmativa será que posso levantar a hipótese de que você gostaria de ser diferente? Não seria esta uma questão ou a questão que tem distanciado você de tantas pessoas? Afinal quanto menos informação maior o preconceito. Sem sombra de dúvidas esta premissa não é regra, mas sabemos que quanto mais racionalizado sermos maior a possibilidade de ampliação de nossas ideias e comportamentos.
Portanto, W você está certo! Um rapaz de 19 anos preso no corpo do um homem de 40 anos definitivamente irá se sentir um peixe fora d’água, afinal tudo em nossa vida tem um tempo. Devemos ter paciência e amadurecer de acordo com as experiências que vamos vivenciando caso contrário, podemos queimar etapas de extrema importância para nosso fortalecimento e sucesso vivencial.
Sem mais lhe desejo sorte e um “lago” para que você possa retornar ao local onde o peixe sabe viver da melhor forma.

domingo, 18 de julho de 2010

Pensamento da Semana




Estatuto da Criança e do Adolescente – 20 anos de luta defendendo o futuro do Brasil


Não é nenhuma novidade que toda criança e adolescente está apresentando cada vez mais espaço dentro de nossa sociedade. Percebemos tal comportamento quando os pequenos escolhem suas próprias roupas, quando votam, no momento em que auxiliam os genitores a lidarem com determinada parafernália tecnologia ou simplesmente quando apresentam suas expectativas ou opiniões diante de decisões que refletirão sobre todo sistema familiar como o local onde passar as férias. Todavia, de voltássemos há alguns anos perceberíamos que nem sempre nossas crianças e adolescentes apresentaram este comportamento. Na idade média, por exemplo, não existia o que chamamos de infância e adolescência. Este público era encarado como adultos em miniatura. Recebiam tratamento de adultos. As crianças quando nasciam eram encaminhadas a casa de escravas para serem amamentadas e depois de certo tempo as que resistiam as diversas pragas e doenças retornavam a casa de seus genitores. Ressalta-se que neste período havia um alto nível de mortalidade para esta população. Assim que retornavam a casa dos genitores os pequenos eram já engajados e alguma atividade laborativa sendo, portanto, inserida de forma radical em um universo totalmente adulto. A realidade aqui descrita somente começou a mudar com a criação das escolas. Através destas instituições as crianças e neste momento somente as com grande poder aquisitivo podiam trabalhar e ampliar diversas características típicas de cada fase do desenvolvimento humano. Ressalta-se que somente com a revolução industrial os filhos de operários começaram a se matricular e freqüentar o âmbito escolar.
Portanto, fica nítido o espaço conquistado por nossas crianças e adolescentes em nossa sociedade. Essa conquista também atingiu a esfera jurídica através da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - Lei nº 8.069 que completou 20 anos no dia 13/07. Desde sua criação, o Estatuto da Criança e do Adolescente influencia as práticas educativas dirigidas à criança e ao jovem. Apesar desse aparente, reconhecimento, sua compreensão efetiva — enquanto marco e referencial para uma mudança estrutural das práticas educativas — é ainda uma possibilidade a ser desvelada. Mesmo sendo referência mundial em termos de legislação destinada à infância e à adolescência, o Estatuto necessita ainda ser compreendido de forma legítima. Um longo caminho deve ser trilhado pela sociedade civil e pelo Estado para que seus fundamentos sejam vivenciados cotidianamente.
O Estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus capítulos e artigos, o Estatuto discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação, adoção, tutela e questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos infracionais.
Portanto, o ECA deve ser encarado por todos os educadores como um instrumento catalisador para a formação de um futuro cidadão e não como uma ameaça. Considero importante destacar aqui o medo comumente relato por diversos educadores ao lidarem com crianças e adolescentes. Ouço em diversos debates e palestras que tenho oportunidade de participar ou ministrar que algumas crianças e adolescentes utilizam do ECA como uma “arma”, ou seja, “se você fizer isso eu vou chamar o Conselho Tutelar”. Este comportamento faz com que muitas vezes os educadores sintam-se coagidos não emitindo o comportamento necessário para a correção do comportamento inadequado. Destaco que não estou referindo à coerção, mas, sim, de destacar e apresentar um comportamento adequado para uma criança e adolescente. Daí a necessidade de todos os educadores conhecerem de forma clara os artigos e pressupostos do ECA. Afinal, não devemos confundir direitos ou libertinagem.

domingo, 11 de julho de 2010

Pensamento da Semana



Aprendizagem e seus processos


O processo de aprendizagem é básico na formação da pessoa humana. O homem tem uma capacidade ilimitada de aprender e aprende de várias formas: ensaio e erro, imitação, condicionamento, insight e raciocínio. Só podemos afirmar que uma pessoa aprendeu quando há uma mudança em seu comportamento como resultado da experiência.
A aprendizagem depende de vários fatores como inteligência, motivação, maturação, percepção dentre outros. Pesquisas têm demonstrado que a rapidez com que aprendemos uma determinada habilidade ou fragmento de algum material, a quantidade do que lembramos e a duração de tempo de tal retenção depende muitíssimo da maneira pela qual a habilidade e os dados são aprendidos e praticados pelo sujeito bem como quanto significado tem para o aprendiz (motivação) e se ele recebe ou não um feedback (retorno, conhecimento dos resultados) de seu progresso. Todavia, não podemos nos esquecer também o próprio potencial do indivíduo e do seu estado orgânico e emocional.
Sendo assim, como podemos contribuir para a eficiência da aprendizagem?
1 – O feedback que informa ao aprendiz sobre seu progresso melhora a aprendizagem porque torna capaz de ajustar sua performance e pode agir como uma forma de reforço positivo. Tal feedback pode ser diretamente observável pelo aprendiz como na maioria dos esportes ou pode ocorrer na forma de informação de segunda mão. Experiências de feedback retardado sugerem que a aprendizagem motora é mais dependente de um conhecimento imediato de resultados do que a aprendizagem verbal.
2 – O ajuste da prática é um importante fator a considerar quando se discutem os métodos mais eficientes de estudo. A prática distribuída é geralmente superior à prática maciça na aprendizagem motora, na aprendizagem verbal seriada e na de pares associados, quando as respostas são tão semelhantes que podem interferir com cada outra. Também na prática distribuída a extensão de cada período de prática e a posição e extensão dos períodos de repouso são igualmente considerações importantes.
3 – Se a aprendizagem global ou por partes é mais efetiva isso vai depender do tipo de tarefa, do indivíduo e da extensão do material a ser dominado. Material altamente significativo geralmente é mais bem aprendido por períodos distribuídos de prática de aprendizagem global. Se o material é longo, entretanto, ele deveria ser repartido em partes menores o que proporcionaria um maior significado. A memorização automática de tarefas simples e daquelas que não têm significação particular para o aprendiz é mais bem adquirida pelo método parcial.
A aprendizagem parcial é também recomendada na aquisição de habilidades motoras e tarefas que constituem graus variados de dificuldade. Nestes casos, cada parte pode requerer uma quantidade de tempo diferente para ser dominada. A principal desvantagem do método parcial é que desde todas as partes são aprendidas toma um tempo extra juntá-las em um todo. Também a lembrança de uma parte pode interferir em outra. No estudo de assuntos escolares, a aprendizagem global é recomendada para visão geral inicial do tema, com aprendizagem parcial para áreas de complexidade particular e integração dessas áreas em um todo como uma etapa final.
4 – Fatores adicionais que influenciam a razão de aprendizagem são; significação, a quantidade do material e a espécie do material. Nós todos aprendemos mais depressa quando estamos interessados ou envolvidos no assunto em questão. Itens vividos ou distintos são aprendidos mais rapidamente porque estamos menos sujeitos a interferências.
As experiências aprendidas podem transferir-se de modo tal que a aprendizagem passada influencie a presente. Assim o que aprendemos em uma situação pode afetar outra situação. Esta transferência de treino é bastante importante para a aprendizagem.
Outra questão importante com relação a aprendizagem pauta-se no aspecto quantitativo da memória ou retenção que á medida comparando-se o que é lembrando com o que foi originalmente aprendido. Os três métodos mais importantes de se medir a retenção são: a evocação, o reconhecimento e a reaprendizagem. Mas isso é assunto para futuras tags.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Previsão do suicídio por meio de exame cerebral

O texto aqui apresentado fora retirado na íntegra do site Banco da Saúde

Nos últimos cinco anos, um número crescente de estudos tem apontado para o risco, mesmo que raro, de pensamentos suicidas que podem acompanhar tratamentos com antidepressivos.

Atualmente, a monitorização cuidadosa é a única opção clínica, mas uma nova técnica, que mede e analisa a atividade elétrica do cérebro, pode prever que as pessoas possam ser mais suscetíveis ao suicídio induzida por antidepressivos.

Apesar de rara, a gravidade do risco de suicídio foi o suficiente para motivar a Food and Drug Administration (FDA) a colocar uma "tarja preta" de advertência nos rótulos de vários antidepressivos.

Para identificar indivíduos de alto risco, os pesquisadores do Laboratório de Cérebro, Comportamento e Farmacologia na Universidade da Califórnia estão usando uma abordagem chamada eletroencefalografia quantitativa (EEGq).

Os neurologistas usam freqüentemente EEG para diagnosticar doenças como a epilepsia ou lesões cerebrais. A inovação do EEGq é seu uso em conjunto com um algoritmo ma

temático para transformar os resultados em um mapa do atividade cerebral.

No EEG, o paciente usa touca de eletrodos colocados em vários locais em todo o couro cabeludo, cada qual mede a atividade elétrica proveniente do cérebro naquele ponto específico.

A pesquisa está usando este EEG quantitativo para determinar como os diferentes cérebros dos indivíduos respondem aos antidepressivos diferentes, tentando encontrar marcadores mais precoces que indicam se uma nova terapia seja eficaz.

Mas, além de eficácia, a pesquisa da psicólogo Aimee Hunter também está interessada nos efeitos colaterais, uma vez que estes muitas vezes aparecem muito antes que qualquer melhora no humor. Um dos efeitos colaterais pode ser a ideação suicida.

Imagem abaixo mostrando áreas com baixa atividade (maior risco de suicídio).

Um estudo anterior de Hunter mostrou que pacientes em uso de antidepressivos que indicaram um aumento da ideação suicida também mostraram uma diminuição drástica da atividade em uma região cerebral denominada córtex frontal médio-lateral apenas 48 horas após o início dos remédios, mas depois de uma semana, os dois grupos foram praticamente idênticos novamente.

Esta poderia ser uma evidencia de um prenúncio de resposta no futuro.

Outras técnicas que poderiam prever a resposta de um paciente aos antidepressivos são extremamente caros, e não práticas para o uso generalizado. Mas uma máquina de EEG é algo que cada médico, em especial o psiquiatra, poderia ter no escritório para quantidades relativamente pequenas de dinheiro.

Apesar de este estudo ser um passo na tentativa de personalizar o tratamento antidepressivo, ainda assim o agravamento da ideação suicida não é um evento freqüente, acontecendo em menos de 10 por cento das pessoas. Assim, serão necessários mais dados para conclusões

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ponto de Equilíbrio em mais uma palestra

Aconteceu no último dia 28 uma palestra destinada aos catequistas que integram a Paróquia Sagrado Coração de Jesus localizada no bairro Cariru. A palestra teve como tema: “Indisciplina – um olhar multifacetado”. O mesmo acontecera nas instalações do C4 situado no mesmo bairro da paróquia. Contou com catequistas dos bairros: Bela Vista, Cariru, Vila Ipanema e Bairro das Águas. O tema apresentado fora uma solicitação dos próprios catequistas que vêm enfrentando alguns obstáculos para decorrente falta de disciplina de algumas crianças e adolescentes.

Um dos pontos primordiais pautou-se na forma como os catequistas compreendiam seus catequizandos, ou seja, faltava uma percepção mais refinada da origem do sujeito nas esferas; social, psicológica e fisiológica. Esta intervenção se faz necessária uma vez que devemos analisar todas as variáveis que interferem de forma direta no comportamento de cada ser humano. Com base nesta análise inicial poder-se-á realizar um planejamento que atinga os interesses e expectativa dos envolvidos.

O encontro transcorreu-se de forma bastante harmoniosa contando com a participação de todos os presentes que me acolheram de forma incomparável. Sendo assim, mais uma vez agradeço o convite oriundo do Geraldo Ildeo e toda sua equipe.

sábado, 3 de julho de 2010

Pensamento da Semana

Pergunte ao Psicólogo


Destaco que as opiniões aqui apresentadas não devem ser consideradas como um diagnóstico, mas sim, como a emissão de uma opinião sobre uma temática específica.
Email enviado por Edna.
Meu nome é Edna tenho 30 anos e moro em Nanuque.Gostei muito do li neste artigo. Tenho um filho que está na quarta série. Descobri a pouco tempo que alguns meninos que estão quinta série vêm batendo e xingando meu filho de orelhudo e quatro olhos. Ele não tem mais vontade de ir a escola e sempre que se aproxima o horário dele se arrumar começa a chorar. Eu fico muito preocupada e sinceramente não sei como fazer diante desta situação. Você poderia me auxiliar? Obrigado!
Resguardar as vítimas do Bullying é o primeiro passo quando identificamos esse comportamento agressivo. Lembramos que o mesmo pode ser tanto de teor verbal quanto físico e em alguns casos os dois ao mesmo tempo. Fato é que ambos podem desencadear uma série de problemas psicológicos como mencionados na tag (Bullying – um olhar sobre as diferenças). Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) revela que 28% das crianças brasileiras já foram vítimas de bullying nas escolas e 15% sofriam agressões todas as semanas.
Assim Edna é de extrema importância que você procure a instituição educacional onde seu filho se encontra matriculado. Apresente a problemática para a equipe pedagógica da escola juntamente com a direção. É importante manter um diálogo aberto com a equipe de profissionais que podem realmente não saber das condições pelas quais seu filho tem vivenciado.
Outra questão de grande relevância pauta-se em comunicar os pais/responsáveis das crianças agressoras uma vez que os mesmos devem estar cientes dos comportamentos que seus filhos vêm apresentando.
Procurar a ajuda de um profissional da psicologia também se faz relevante visto os comportamentos que seu filho tem apresentado. Este profissional poderá auxiliá-lo neste momento de transição, ou seja, de resolução de conflito.
Vale ressaltar Edna que o Bullying ainda não é considerado crime. Entretanto, se os comportamentos agressivos contra seu filho persistirem e você não se sentir apoiada pela instituição de ensino você pode procurar apoio junto ao Conselho Tutelar de sua cidade. Este órgão em um primeiro momento fornecerá a você todo apoio para sanar a problemática inclusive te fornecendo documentos (relatórios) que enriquecerão sua causa caso seja necessário procurar um órgão maior como a justiça.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bullying - um olhar sobre as diferenças.


Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais, o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde é sem dúvida, o do bullying. Termo encontrado na literatura psicológica que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais mais comumente vivenciados no contexto escolar.

Sem tradução adequada na língua portuguesa, define-se universalmente como “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento”. Caracteriza-se através de comportamentos como; insultos, intimidações, colocar apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outras pessoas, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais.

O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. E esta é uma variável de extrema relevância ao analisar a temática. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar: nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral), nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem relações interpessoais.

As vítimas do Bullying ficam estigmatizadas e como decorrência podem apresentar rebaixamento em sua auto-estima, níveis variados de depressão, isolamento social, comportamentos ansiogênicos bem como fobia escolar caso o bullying esteja ocorrendo na instituição educacional onde o sujeito esteja matriculado.

As vítimas do bullying são normalmente tímidas, fracas e frágeis. São incapazes de se defender, de reagir. Geralmente são discriminadas por ter alguma diferença, como ser negras, deficientes físicas, altas, baixinhas ou gordinhas, ou mesmo por terem sotaques diferentes, tirar boas notas ou não apresentar bom desempenho nos esportes. Algumas se tornam vítimas-agressoras: agredindo outras crianças, descontam e transferem os maus-tratos sofridos. Outras são as chamadas vítimas provocadoras, ou seja, buscam irritar o agressor, mas não conseguem se defender quando intimadas pelo “valentão”.

As marcas que ficam nas vítimas de bullying são muito fortes e infelizmente, na maioria das vezes mudam permanentemente a vida das vitimas.

O importante é ressaltar que o atendimento psicológico oferece resultados promissores em relação a todas essas marcas, principalmente as terapias de abordagem comportamental.

Claro que não se pode mudar o passado, mas com o atendimento psicológico podemos fazer um “controle de danos” e com isso saber lidar com os problemas decorrentes antes que esses se agravem.