quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pensamento da Semana


Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência


O Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes foi instituído por movimento social em Encontro Nacional, em 1982, com todas as entidades nacionais. Foi escolhido o dia 21 de setembro pela proximidade com a primavera e o dia da árvore numa representação do nascimento de nossas reivindicações de cidadania e participação plena em igualdade de condições.
Esta data é comemorada e lembrada todos os anos sendo um momento para refletir e buscar novos caminhos e também como forma de divulgar as lutas por inclusão social.
Ter uma deficiência interfere tanto na pessoa que a possui (no desenvolvimento, aprendizagem, personalidade, relações familiares e sociais, aspectos estruturais ou funcionais), quanto no profissional que a atende. Na pessoa com deficiência essa intervenção está ligada a inúmeros fatores, tais como: tipo de deficiência, intensidade, extensão, época de sua incidência. Olhando o seu histórico, leva-se em consideração as oportunidades de desenvolvimento e ajustamento que foram oferecidas ou negadas ao paciente.
Com relação aos profissionais que têm dificuldades de atender e se relacionar com essa classe de pessoas, essa convivência pode levar-lhes a aflorar suas próprias limitações ou suas “deficiências” – num desabar de falsas sensações de onipotência. Por isto, a negação torna-se um mecanismo de defesa para o não atendimento. Amiralian (1997, p. 34), citando Fedidá, acentua que para muitos – e os profissionais de psicologia não estão isento disto -, “a deficiência é intolerável, não só por fazer ressurgir insuportáveis angústias de castração, destruição e desmoronamento, mas também por lembrar que o deficiente é sempre um sobrevivente que escapou de um cataclismo, de uma catástrofe que já ocorreu, o que poderá acontecer a qualquer um. (…) Como um espelho perturbador, pode fazer reviver angústias primitivas”.
Por outro lado, segundo Amaral, (1991, p. 19), “no exercício de suas funções dois “mundos diferentes” se encontram. (…) Alertados, conscientizados e, ao mesmo tempo, respaldados por esse saber recém-construído, muitos profissionais têm podido re-ver, re-pensar e re-fazer sua prática, tanto do ponto de vista técnico como das relações interpessoais”.
Assim, aproveitamos a oportunidade para destacar o respeito que nosso campo científico e profissional possui para com estes cidadãos e em algum momento pacientes. Sem sombra de dúvidas muito ainda há se conquistar para este público tão específico. Todavia, se faz necessário uma participação mais ativa não somente das pessoas que apresentam deficiência como também de toda comunidade que a qualquer momento poderá se encontrar em uma situação semelhante. O Ponto de Equilíbrio se dispõe a levantar esta bandeira e defender os direitos sociais, educacionais e emocionais destas pessoas.

Referências Bibliográficas
AMARAL, L.A. Intervenção “extramuros”: resgatar e prevenir. in. Deficiência: alternativas de intervenção. São Paulo; Casa do Psicólogo, 1997.
AMIRALIAN, M.L.T.M. O psicólogo e a pessoa com deficiência. in. Deficiência: alternativas de intervenção. São Paulo; Casa do Psicólogo, 1997.

domingo, 12 de setembro de 2010

Pensamento da Semana



Amor e limites; estimulando o amadurecimento emocional dos filhos


A participação dos pais junto a educação acadêmica dos filhos tem sido uma grande preocupação de diversas instituições de ensino. Afinal, a presença e o interesse dos genitores nas mais diversas atividades realizadas pelos filhos serve como um grande reforçador para a manutenção de comportamentos como dedicação, melhor desempenho, estimulação da flexibilidade emocional, maior tolerância à frustração dentre outros. Por estes e outros motivos a Escola Criar e Aprender promoveu no dia 1ª deste mês um encontro destinado aos pais de seus alunos intitulado: “Escola para Pais”. Este projeto desenvolvido pela pedagoga Simone tem como principal objetivo refinar os laços afetivos dos pais com os filhos através de encontros dirigidos por diversos profissionais; psicólogos, pediatras, fonoaudiólogos dentre outros. Para dar início a esta iniciativa o Ponto de Equilíbrio fora convidado para abrir o ciclo de palestras. Este fora intitulado como; “Amor e limites; estimulando o amadurecimento emocional dos filhos”. Este tema fora solicitado pela direção da escola. De acordo com a pedagoga as mudanças sofridas pela família têm dificultado os pais em ofertar uma educação de melhor qualidade a seus filhos. Simone refere-se principalmente ao aumento da jornada de trabalho de ambos os genitores como um desses fatores dificultadores. Diante desta premissa buscou apresentar aos genitores um pequeno resumo sobre a cultura infantil, ou seja, como a criança era encarada a alguns séculos atrás e forma como a criança contemporânea se comporta. A partir desta visão os pais foram convidados a voltarem a sua infância e a perceberem as diferenças entre a educação ofertadas pelos seus pais e consequentemente a forma como eles educam seus filhos. Com base nesta perspectiva diversos foram as mudanças destacando-se maior abertura na participação familiar bem como o sentimento de culpa comumente presente no momento de corrigir determinado comportamento. Destacamos que este sentimento se manifesta pela ausência dos genitores em grande parte das atividades dos filhos. Todavia, devemos ter clareza e sutileza ao abordamos esta questão. Trabalhar nos tempos atuais não um luxo e sim, uma necessidade para ambos os genitores. Ofertar o melhor para os filhos é uma escolha cara que pesa no bolsa. Afinal; natação, escola particular, transporte escolar, aula de inglês, roupa de marca, telefone celular, plano de saúde, passeio no shopping...ufa! Portanto, buscou-se apresentar aos pais de forma descontraída a relevância na função paterna e materna bem como no modelo que os mesmos são para a construção da identidade de seus filhos. Não existem regras prontas para se educar uma criança. Este caminho é um percurso cheio de descobertas e acidentes; literalmente um constante aprendizado. Portanto, aos pais que buscam esta descoberta apenas permitam-se! Permitam-se chorar, sorrir, brigar, elogiar e o mais importante amar seus filhos.Afinal, o amor supera tudo. O amor deve ser incondicional. Acredite; "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo final."

Chico Xavier

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Pensamento da Semana

Filhos adotivos; a verdade do amor



As perguntas que crianças adotadas fazem sobre a adoção parecem provocar, mais que qualquer outro tópico delicado, a ansiedade dos pais. Sendo excessivamente zelosos a respeito do assunto os pais adotivos tendem a necessitar de orientações específicas e realistas sobre como explicar a adoção a seu filho.
É consenso que as crianças devem saber a respeito de sua situação de adotivos e que são os pais adotivos que devem contar a verdade. Manter isso em segredo cria uma tensão em suas comunicações em seu relacionamento com a criança. Ela provavelmente sentirá algo em seu relacionamento que ainda não entende. Além do mais é bem difícil manter uma adoção em segredo. Parentes e amigos podem deixar escapar ou a criança pode descobrir a verdade através de outras fontes como cartas, fotos e documentos. As crianças adotivas ficam ressentidas e emocionalmente pertubardas caso venha saber de sua situação de adotivos por meio de fontes que não sejam seus pais. Portanto, a adoção deve ser um fato aceito e reconhecido entre pai e filho. Isto não quer dizer que você deva superenfatizar o fato, trazendo-o a baila a cada vez que apresentar seu filho a alguém.
Estudos tem indicado que uma alta porcentagem de pessoas adotadas em busca de seus pais naturais não souberam de sua situação de adotivos de forma raivosa ou negativa. Além disso, não se sentiam à vontade para discutir suas perguntas ou sentimentos com seus pais. A adoção simplesmente não era típico aberto para conversas.
Quando contar?
A maioria dos especialistas recomenda que se “conte cedo”, após dois ou três anos de idade. Espera-se que este momento seja seguido por conversas ao longo de toda a infância. Estudos tem demonstrado que as reações negativas da criança são minimizadas se você lhe contar que é adotada antes dos cinco anos ao invés de esperar até que ela tenha de dez a doze anos.
Como a compreensão da adoção pela criança muda com a idade e a experiência você precisará desenvolver o relacionamento adotivo conforme ela amadurece, para aprofundar sua compreensão e responder as sua muitas perguntas. Somente na adolescência é que a criança irá entender completamente os complexos aspectos envolvidos. Portanto, “contar” não é um evento isolado, mas um processo para a vida toda!

Orientações gerais
* Seja aberto, natural e honesto. Respostas falsas ou evasivas desencorajam perguntas posteriores. Quando as crianças não recebem respostas honestas podem imaginar algo muito pior que a verdade;
* Mantenha suas respostas curtas e simples para as crianças muito jovens. Tente não contar mais do que a criança quer saber. Quando você não tem certeza do que seu filho está realmente perguntando, peça-lhe para repartir a pergunta ou fazê-la com outras palavras;
* Seu tom emocional é tão importante quanto as palavras que você usa. É importante que seus sentimentos de amor, compreensão e respeito sejam comunicados, independentemente de como você explica as coisas;
* Os pontos cruciais a transmitir a uma criança adotada são quanto você a queria, quanto a ama, agora e como ela será sempre sua, não importa o que aconteça.
* Não enfatize demais a adoção, dizendo, ao apresentar a criança “quero que você conheça meu filho adotivo”. As crianças adotadas não querem que você divulgue este fato para pessoas de fora da família;
* Não importa quão irritado esteja nunca diga a seu filho que “ultimamente você está tão difícil que se você não melhorar ou devolve-lo para orfanato”;
* Seu filho adotivo pode lhe dizer em um momento de raiva; “você não é o meu pai ou mãe de verdade, portanto, não pode me dizer o que fazer”. Fique calmo e firme. Afinal como pai e mãe você o ama e tem o direito legal e emocional de lhe dizer o que fazer.