segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Relacionamentos modernos

Pensamento da Semana

Transtorno Bipolar


A bipolaridade é uma doença emocional caracterizada por transtornos de humor. O bipolar tem momentos de depressão e outros de euforia excessiva (mania) e é por este motivo que as pessoas consideradas bipolares, até tempos atrás, eram chamadas de maníaco-depressivas.
O problema da bipolaridade é que o humor da pessoa reage de modo incompatível ou exagerado à situação e está sujeito a muitas variações que fogem ao controle, gerando muito sofrimento. Quando o bipolar está na sua fase maníaca, pode extrapolar quanto à noção de riscos e, em momentos de depressão, pode cometer atos extremos ou se retrair, ficar apático, etc., afetando suas atividades normais e rendimento.
Ambas as situações geram conflitos no relacionamento com as outras pessoas, podendo gerar relações desequilibradas, discussões impulsivas, dentre outros. Há também quadros mistos, em que euforia e depressão se misturam numa mesma fase e quadros em que, entre uma fase e outra, a pessoa pode ter um estado de humor normal ou apresentar leves sintomas. Em casos mais graves, estes intervalos não existem e o portador dificilmente levará uma vida dita normal e independente.
A bipolaridade é, muitas vezes, confundida com a depressão, uma vez que os portadores geralmente enfrentam mais momentos depressivos que de mania e o humor elevado é, muitas vezes, associado a um estado de felicidade normal da pessoa. Pode ser confundido também com o déficit de atenção, pela característica em comum de desatenção e agitação e também com o transtorno compulsivo obsessivo, uma vez que bipolares são auto-exigentes e extremistas. Desta forma, nem sempre o paciente é diagnosticado corretamente e não é raro serem tratados com antidepressivos, o que pode conferir uma melhora no estado depressivo, mas pode acarretar grandes problemas quanto ao estado maníaco, uma vez que potencializa o quadro.
Geralmente o tratamento é feito com estabilizadores de humor prescrevidos por médicos psiquiatras e acompanhamento psicológico. Boas noites de sono, exercícios físicos, boas relações afetivas, hobbies, alimentação saudável e espiritualidade são algumas formas de contribuir para se estabilizar o humor e conferir uma melhor qualidade de vida à pessoa, além da ajuda de amigos e familiares, principalmente no sentido de imposição de limites e compreensão, evitando julgamentos prévios e desnecessários.

domingo, 7 de novembro de 2010

Nem tudo é fácil

Palavras de nossa grande poetisa Cecília Meireles

"É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.

É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...

Mas com certeza, nada é impossível.
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!"

Pensamento da Semana

Discalculia


A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um problema de aprendizado independe, mas pode estar também associado à dislexia. Tal distúrbio faz com que a pessoa se confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, fórmulas, seqüência numéricas, ao realizar contagens, sinais numéricos e até na utilização da matemática no dia-a-dia. Estima-se que esta patologia atinja cerca de 3 a 6% da população em idade escolar

Pode ocorrer como resultado de distúrbios na memória auditiva, quando a pessoa não consegue entender o que é falado e conseqüentemente não entende o que é proposto a ser feito, distúrbio de leitura quando o problema está ligado à dislexia e distúrbio de escrita quando a pessoa tem dificuldade em escrever o que é pedido (disgrafia).

É muito importante buscar auxílio para descobrir a discalculia independente do sujeito se encontrar ou não no período escolar quando alguns sinais são apresentados, pois alguns discalcúlicos são chamados de desatentos e preguiçosos quando possuem problemas quanto à assimilação e compreensão do que se é solicitado.

Também é de grande importância ressaltar que o distúrbio neurológico que provoca a discalculia não causa deficiências mentais como algumas pessoas questionam. O discalcúlico pode ser auxiliado no seu dia-a-dia por uma calculadora, uma tabuada, um caderno quadriculado, com questões diretas e se ainda tiver muita dificuldade, o professor ou colega de trabalho pode fazer seus questionamentos oralmente para que o problema seja resolvido. O discalcúlico necessita da compreensão de todas as pessoas que convivem próximas a ele, pois encontra grandes dificuldades nas coisas que parecem óbvias.

A discalculia é mais comprometedora da funcionalidade que os problemas relacionados à leitura, porque toda nossa vida gira em torno de números. O mau desempenho matemático tem várias consequências, como a baixa remuneração dos empregos e a dificuldade de aquisição de renda.

Você percebe que seu filho está em conflito com a matemática quando tem notas baixas na disciplina, dificuldade de aprender, não consegue compreender a tabuada, persiste em contar nos dedos, não faz relações com tempo, tamanho e quantidade. Mas, para avaliar a aquisição ou não da discalculia, o recomendado é aplicar testes padronizados. Nem toda resistência é sinal do problema. E é dentro deste contexto que se faz necessário buscar o auxílio de um profissional especializado. Destaco que somente o profissional da Psicologia é licenciado através de lei para a aplicação, correção e devolução dos testes psicológicos que poderão auxiliar no diagnóstico da dicalculia.

Pais e escolas que não conhecem o conceito da discalculia ficam desamparados. Atribuem o transtorno à preguiça ou à suposta “burrice” das crianças. Assim, acabam usando medidas punitivas, castigos e o conflito familiar para mudar o comportamento das crianças.

Ao longo da vida, os reflexos das “complicações numéricas” são tantos que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Matemática, o raciocínio desenvolvido pela matemática pode influenciar também no progresso da leitura e da análise de textos. Além disso, crianças com dificuldade na disciplina geralmente carregam estereótipos na escola. Na fase adulta, se não tratadas, podem ter complicações até na hora de fazer compras parceladas, distribuir o salário e montar o orçamento doméstico.

Se pais e professores não têm paciência, e didática, a criança poderá ficar insegura e com medo de novas situações, podendo desenvolver até mesmo uma fobia matemática. Baixa autoestima devido as críticas e punições de pais e colegas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pensamento da Semana

Pergunte ao Psicólogo


Boa tarde,

Dr. Sérgio, estou passando por um momento de dúvidas e conflitos com meu marido. Me chamo J. e preciso de uma orientação. Acredito que meu marido esteja com Pseudolalia ou transtorno de personalidade. Li a respeito das duas doenças, se é que possa denominar dessa forma e identifiquei traços das duas no comportamento dele:

- a mentira tornou-se um hábito. Ele mente sem necessidade, mente para encobrir seus erros, mente para as pessoas sentirem pena dele, mente para conseguir as coisas que quer. Mas, sempre as pessoas descobrem as suas mentiras e mesmo assim ele continua mentindo.

- ele sempre coloca a culpa nas outras pessoas para justificar as suas mentiras. Eu menti pra você porque você é fraca, eu menti porque não achei apoio, eu minto porque minha família é desestrutura e minha mãe me criou assim.

- ele não sente culpa ou remorso diante do sofrimento que ele causa nas pessoas com suas mentiras, e muito menos sente vergonha por ter mentido. Ele fala: Eu não sou doido eu fiz o que fiz sabendo o que estava fazendo.

No momento estamos separados, mas eu o amo muito e acredito que ainda vale a pena investir no nosso relacionamento. Hoje tenho certeza de ele precisa de um tratamento não só para que possamos ter um casamento saudável, mas para que ele possa ter uma vida de verdade, hoje ele vive das suas mentiras e não consegue conquistar nada de bom financeiramente, profissionamente e nem mesmo socialmente.

Gostaría de saber se existe alguma forma que eu possa convencê-lo a procurar um tratamento, mostrar para ele que precisa de ajuda. A imposição não funciona. Quando ele se sente acuado não há diálogo. Ele tenta e sempre consegue escapar das conversas ou situações em que ele não pode ser o condutor.

Por favor, me ajude.

Obrigada J

Boa noite J!

A pseudolalia é uma doença grave. Trata-se do vício compulsivo de mentir. Segundo especialistas da psiquiatria e psicologia a prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma profunda insegurança emocional, além de traumas de infância.

A atitude funciona como um mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de carência acentuada. As pesquisas revelam também, que uma pessoa que carrega o vício de mentir pode não conseguir se controlar, tornando-se semelhante ao quem tem o vício de jogo ou é dependente de drogas e/ou álcool.

Crianças vítimas de uma educação julgadora, imposições, disciplinas rígidas e que por vezes vivem dominadas com autoritarismo são fortes candidatas à doença. A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individuação e viver num real criado imaginariamente, comportando-se de forma difícil de contato humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.

Destaco J, que somente um profissional especializado poderá realizar um diagnóstico preciso desta patologia. Esta é uma variável importante de explanar visto este procedimento ser de difícil realização. O comportamento de mentir pode fazer com que o profissional emita um diagnóstico inadequado como o transtorno de personalidade, ou o famoso psicopata.

A dúvida por você apresentada é muito pertinente uma vez que as duas patologias apresentam algumas semelhanças. Vale a pena destacar também J que as informações encontradas na internet devem sempre ser filtradas para que possam servir como um norteador vivencial.

Sem sombra de dúvidas, as duas patologias por você mencionadas merecem acompanhamento especializado, uma vez que as consequências dos comportamentos destas pessoas recaem não somente sobre elas, mas também sobre as pessoas que as cercam, ou seja, sua família, sua empresa ou amigos.

Uma avaliação psicológica sem sombra de dúvidas se faz necessária diante do quadro por você apresentado. Todavia, você está certa. O processo psicoterapêutico não ocorre de forma obrigatória. O paciente deve estar ciente desta necessidade. Até mesmo porque J na psicoterapia a verdade é condição sine qua non. Seria o momento em que o paciente se encontraria consigo mesmo. Um local onde podemos encontrar e apresentar não somente o nosso melhor como também nossa pior. O que buscamos constantemente esconder das demais pessoas e muitas vezes de nós mesmos.

Acredito que se você deseja investir nesta relação, apresentar as variáveis que impediram, ou melhor, que os separaram devam ser apresentadas sem pudor. Fechar os olhos para esta problemática J é aceitar e reforçar o comportamento de mentir. Destaco, que amar é uma via de mão dupla, ou seja, quem ama deseja e deve ser também ser amado. Um casamento não é sustentado por apenas um dos cônjuges. O ideal seria buscar o ponto de equilíbrio, ou seja, o casal deveria buscar constantemente através do diálogo utilizar do melhor de cada um para administrar os mais diversos problemas.

J, lembra do Pinóquio? Aquele personagem criado pelos estúdios Disney? Toda vez que ele mentia seu nariz crescia. E digno de passagem como cresceu... No desenrolar do trama Pinóquio sentiu na pela ou melhor na madeira (rs) as conseqüências de seu comportamento. Ele somente parou de mentir quando ele se esforçou e desejou. Mesmo com a presença constante do pequeno grilo que servia como sua consciência.

Portanto, cuidado para que você mesma não acabe acreditando em mais uma mentira de que ele irá mudar mesmo sabendo de toda a realidade que o cerca. E atenção! A mentira é uma arte. O mentiroso é um grade ator. Assim, deixo aqui uma pergunta: você deseja fazer parte desta platéia?

Espero ter respondido sua pergunta me colocando à disposição para futuros contatos. Aproveito para destacar que o texto supracitado caracteriza-se como a emissão de uma opinião e não como um parecer psicológico.

Pergunte ao Psicólogo


Olá!

Estou com uma pequena dúvida sobre relacionamentos.

Namoro uma garota há 2 anos, estamos planejando virar noivos. O relacionamento vai muito bem, nós nos entendemos bem e costumamos conversar muito. Ela é uma pessoa bem carinhosa, e bem carente. Eu sou uma pessoa que, devido ao fato de morar somente com a mãe por vários anos, me acostumei a ser solitário e mais individualista.

Eu tenho o hobby de lidar com "card games", cartas colecionáveis, e inclusive participo de campeonatos de jogos envolvendo cartas colecionáveis. Mas minha namorada não aceita que eu vá cuidar do meu hobby. Eu já chamei várias vezes para ela vir junto comigo, mas ela vai a muito contragosto ou faz chantagem emocional para que eu vá ver ela - mesmo que meu hobby seja somente uma tarde por semana, que acabe antes de a noite cair e que eu saia para vê-la logo após.

Creio estar certo em não dar trela à chantagem e continuar fazendo aquilo que eu gosto de fazer, pois eu entendo que eu também tenho que ter coisas que gosto de fazer por mim mesmo para não me sentir frustrado, e que ela ao invés de ficar-me "segurando na coleira" (minha sensação) deveria arrumar um jeito de me acompanhar - o que eu no lugar dela faria.
Gostaria de sua opinião sobre o assunto. É certo o que estou fazendo? Ou deveria parar de procurar meu hobby por causa da minha namorada? Gostaria também de saber onde o sr. responderá minha dúvida, se é por email ou no seu site.

Obrigado pela atenção

Bom dia vinao.bern!

Obrigado por me escrever e visitar o meu blog. Espero contar com sua ajuda na divulgação deste espaço virtual. Aproveito a oportunidade para ressaltar que esta mensagem não deve ser entendida como um diagnóstico e sim, como a emissão de uma opinião diante da problemática por você apresentada.

Em relação ao tema apresentado devemos começar pelo fato de que o casamento é uma instituição pautada na comunhão, ou seja, dividir é uma condição priori para que o mesmo se mantenha. Por isso que o símbolo maior do casamento é a aliança. Que representa um círculo sem lado e ausente de marcar. Se você analisar com calma os mais diversos casais perceberá esta capacidade de partilha nas mais diversas esferas como; vida econômica, círculo de amizades, vida social dentre outros. O casal vinao.bern, deve buscar constantemente através do dialogo um ponto de equilíbrio para a manutenção do casamento. Chamou-me muita a atenção dois pontos descritos em sua mensagem. A primeira está pautada no comportamento em ser solitário e individualista. O casal com estas características dificilmente alcançará uma vida harmoniosa. Os comportamentos por você mencionados apresentam diversos efeitos colaterais como; alexia (dificuldade na expressão de sentimentos), agressividade, falta de percepção para com o cônjuge o que a longo prazo poderá resultar em uma separação. A segunda refere-se na carência que sua namorada apresenta. Este comportamento também pode apresentar diversos efeitos colaterais que podem ser caracterizados como uma necessidade de estar junto com você constantemente, comportamentos ciumentos, dificuldade da inserção do casal no meio social, problemas de relacionamento com a família de origem dentre tantos outros.

Percebo vinao.bern a necessidade de amadurecimento do casal. Penso que vocês não se relacionam tão bem como mencionado. Até mesmo porque viver bem na ausência de problemas não é uma tarefa difícil para ninguém. Todavia, fica nítido a necessidade de trabalhar a capacidade empática do casal. Esta deve ser compreendida como um sentimento de se colocar no outro do outro buscando sentir suas dores, medos, irritações dentre outros. Ressalto que esta capacidade é um importante instrumento não somente para o casamento, mas também para todos os nossos relacionamentos.

Portanto, acredito que você deve sim continuar tendo suas preferências e desejos como sua namorada. Todavia, destaco que fazer das diferenças um instrumento de sedução e manutenção do casamento e/ou relacionamento é uma arte. Nenhum artista nasce pronto. Ele deve treinar e estudar a arte a que se dedica e para ter reconhecimento o mesmo acaba por errar diversas vezes. Porém, o mesmo tem humildade para transformar o erro em aprendizado e inovação.

Espero ter contribuído com sua questão me colocando à disposição para eventuais contatos.