quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Autoestima

Se um dia alguém fizer com que se quebre 
 a visão bonita que você tem de si,
com muita paciência e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão recupera a sua peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela é a tarefa mais importante,
você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro,
para bem dentro de você
e faça dali o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.
Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho.

Brahma Kumaris

Pensamento da Semana

"Fracassar na grande maioria das vezes faz disparar uma resposta emocional que nem todos nós sabemos lidar da melhor forma. A forma como lidamos com as nossas emoções depois de um fracasso, distingue a sua utilidade, ou ao invés, o seu tormento."

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pergunte ao Psicólogo


Olá!
 Meu nome é Felipe, tenho 26 anos e não sei mais o que fazer. Tenho autoestima muito baixa, já fui a dois psicólogos e não consegui me sentir melhor.
Há mais de cinco anos que venho me sentindo desta forma; mais feio menos inteligente do que as outras pessoas, isso em todo lugar que tenha gente.
Até os 16 eu não apresentava nada disso, com 17 comecei a apresentar um quadro de acne, o que me levou a ficar mais introspectivo. Com 18 anos ela foi desaparecendo e eu fiquei com algumas cicatrizes (que são bem tranqüilas) e linha de expressão um pouco mais acentuada do lado da boca. Também sou bem baixinho. 
Enfim, desde então não consigo passar um dia sequer sem pensar na minha autoimagem, mas posso dizer que escuto mais elogios (que sou bonito, inteligente, bom aluno, funcionário, etc.) do que criticas. 
Aonde quer que eu vá fico pensando o que as pessoas estão achando de mim, tenho a impressão de que elas ficam me reparando, quando converso com alguém tenho que pensar no assunto que estamos discutindo e ao mesmo tempo tentando imaginar qual será o julgamento que ela está fazendo de mim. 
Com isso não consigo fazer nada direito, não concentro no trabalho, na faculdade, é muito difícil me relacionar, arrumar uma namorada, sempre tem alguém melhor do que eu. 
Quero saber o que posso fazer, preciso dar um jeito de deixar isso de lado e viver.

Grato

Primeiramente quero agradecê-lo pelo confiança e disposição em me escrever e claro, destacar sua perseverança e coragem. É muito difícil encontrar pessoas tão jovens conscientes da importância da saúde mental.
Através do seu relato Felipe, me pergunto se realmente você lida tão bem com o processo desencadeado pela acne. Ressalto que é muito comum adolescentes apresentarem o quadro mencionado por você. Vale destacar que o processo inflamatório da derme popularmente conhecido como espinha pode variar de pessoa para pessoa. Diversos fatores contribuem para sua emissão ou agravamento como alimentação, produção de hormônios, determinadas medicações, pouco higiene dentre outros. Portanto, é de extrema relevância procurar um médico dermatologista para analisar e tratar o caso. Isso mesmo. Acne tem tratamento.
Outro ponto destacado por você: “lido bem com isso”, “na verdade ouço mais elogios do que críticas”, “sou bem baixinho” e por fim “desde então não consigo passar um dia sequer sem pensar na minha autoimagem”. Felipe consegue perceber quantas ambivalências você apresentou em seu texto? Ora você se sente bem, confiante. Ora apresenta um grande sentimento de menos valia.
Diante do apresentado considero importante destacar alguns pontos. Primeiro devemos compreender o que é autoestima e como ela é formada.
De uma forma mais simplificada este sentimento consiste na forma como elaboramos a nossa percepção sobre nós mesmos, ou seja, como nos vemos; bonitos, feios, atraentes, inteligentes e extrovertidos. Claro que nossa autoestima está relacionada com nossos “defeitos” ou características físicas e comportamentais que não gostamos muito. Para que nossa autoestima seja formada ou elaborada é necessário que analisemos 3 importantes variáveis. São elas;
1.    O que eu penso sobre mim;
2.    O que as pessoas que me cercam pensam sobre mim;
3.    E por fim, o que eu penso que as pessoas acham de mim.
Felipe através destas 3 variáveis é que vamos compreender a forma como você estrutura sua autoestima.
Fica claro, portanto, que o sentimento de autoestima está diretamente relacionado ao processo de aprendizagem, ou seja, ao analisarmos o caso apresentado por você devemos realizar o que chamamos de analise funcional e descrevermos de forma sistemática todos os comportamentos que são considerados por você como problema identificando a frequência com que os mesmos acontecem e quais os estímulos que o desencadeiam. Através desta análise o psicoterapeuta comportamental poderá planejar seu plano de ação.
Ilustrando minha explicação; como o Felipe percebe as pessoas baixinhas? Elas são menos atraentes? Não conseguem ter sucesso profissional? E suas marcas de expressão o que elas representam para você? Por que as meninas teriam menos interesse por você? Estes questões, por exemplo, poderiam ser abordadas em sua terapia.
Portanto, Felipe considero interessante que você busque o seu terceiro psicológico. Um profissional que trabalhe com a abordagem Comportamental. Acredito que você terá uma maior identificação. Aproveito para destacar que o explanado aqui não deve ser encarado como um diagnóstico e sim como uma orientação.
Mais uma vez Felipe agradeço sua atenção e conto com seu apoio na divulgação deste espaço virtual.



quinta-feira, 28 de junho de 2012

Resiliência: aprenda a dar a volta por cima



Ao encarar desventuras, há quem consiga se reestruturar rapidinho. Isso é resiliência. Saiba como desenvolvê-la

Saber que dificuldades fazem parte da vida é essencial para desenvolver a resiliência. Cair e levantar. Na teoria o mecanismo parece fácil. Na prática, as coisas são bem diferentes. Ao passar por uma situação que traz sofrimento – como o término de um relacionamento, a morte de um parente querido ou uma demissão – o processo de recuperação nem sempre é simples. A sensação de desânimo e perda pode durar um bom tempo e é fácil sentir como se nada mais fizesse sentido.
Porém, há indivíduos que enfrentam grandes percalços e, mesmo assim, conseguem vencer a dor e se reestabelecer em pouco tempo. Essa habilidade em superar é chamada pela Psicologia de resiliência. O termo foi sabiamente emprestado da Física, que define a resiliência de um objeto como sua capacidade de sofrer pressão ou impacto e, depois, voltar à forma original.

Inabalável?

É bom ficar claro que resiliência não tem nada a ver com ausência de sofrimento. De acordo com George Barbosa, diretor científico da Sociedade Brasileira de Resiliência (Sobrare), nos anos 70 havia esse entendimento e os resilientes eram chamados de invulneráveis. Mas isso foi logo corrigido. “O evento está lá, é real. Mas a maneira de interpretá-lo é que faz a diferença”, diz.
Voltando à analogia com a Física, do mesmo jeito que um objeto sofre desgaste e transformação, seja por causa da perda ou do ganho de energia, as pessoas ditas resilientes lidam com medos, dores, angústia e desespero diante de experiências traumáticas. Mas elas superam o impacto e conseguem dar outro significado ao acontecimento dentro do seu contexto de vida.

Questão de perspectiva

Deve-se dizer que nos primeiros dias ou semanas depois de um trauma é extremamente normal retomar a experiência desagradável por meio de lembranças e até pesadelos. Mas, enquanto as pessoas consideradas resilientes reúnem forças para se reorganizar emocionalmente e retomar a vida normal, há uma boa parcela que leva um tempão para conseguir ficar de pé novamente.
A diferença entre os dois grupos está basicamente na maneira de interpretar o evento.
Nos resilientes, aos poucos as recordações são elaboradas e incorporadas à sua autobiografia, transformando-se em memórias que futuramente podem ser evocadas como fontes de experiência.
Já para os indivíduos vistos como mais vulneráveis, há uma maior dificuldade em reduzir os estragos causados pelo trauma. Nesses casos, um dos sintomas é ficar revivendo o acontecimento, o que resulta em muita angústia.
Há quem chegue a desenvolver quadros psiquiátricos, como depressão. Para ter uma ideia, das pessoas que são expostas ou vivem uma situação traumática, cerca de 15 a 20% desenvolvem algum transtorno psíquico.
Por trás da fortaleza
Mas, afinal, por que há indivíduos que conseguem enfrentar as adversidades com tanta desenvoltura? Segundo Barbosa, são pessoas que desde cedo aprenderam a atribuir um significado adequado às suas crenças (ou seja, sem muito rigor). Dessa forma, desenvolveram a habilidade de transitar por diversos ambientes e situações. Trocando em miúdos: são mais flexíveis. É utilizando essa característica que os resilientes acabam se tornando mais controlados, atentos, confiantes, empáticos, otimistas e carismáticos.
“Por isso são conhecidos como pessoas com maior maturidade emocional”, diz o diretor científico da Sobrare.
Por outro lado, quem é muito rígido em relação àquilo que acredita corre o risco de sofrer mais para compreender e superar os infortúnios que vez ou outra aparecem pela vida. É como se só soubessem ir para casa por uma rua e, quando essa é bloqueada, não recorrem ao jogo de cintura para procurar rotas alternativas ao contrário dos resilientes.

Virando o jogo

A boa notícia é que todo mundo pode desenvolver a resiliência e, assim, ficar mais hábil em se levantar após um tombo. Para isso, é preciso estimular algumas habilidades individuais e sociais. Inicialmente deve-se ter a percepção e a consciência de que as dificuldades fazem parte da vida de todo mundo. Isso é essencial para desconstruir o pensamento de vitimização que paralisa e adoece as pessoas.
Outro passo fundamental para avançar na trilha que leva à capacidade de superação é identificar e reconhecer os próprios limites diante de situações causadoras de estresse. Além disso, é muito importante investir em recursos que possibilitem aprofundar o conhecimento sobre si próprio. Desta forma. Almeja-se evitar o sentimento de frustração e a baixa autoestima.
Cultivar relações de amizade verdadeira é mais um fator determinante para alcançar um maior grau de resiliência, já que os amigos costumam estar à disposição para ajudar em qualquer circunstância  o que aumenta, de quebra, a autoconfiança.
Segundo Barbosa, que costuma trabalhar o desenvolvimento da resiliência, quem tiver disciplina para seguir os modelos propostos conseguirá, com o tempo, atribuir novos significados aos traumas e, assim, tornar a vida mais gostosa. “Mesmo que haja dor”, finaliza.

Exercite a superação

A seguir, George Barbosa dá algumas dicas que considera fundamentais para o desenvolvimento da resiliência. “Quem for muito sistemático em relação a todas pode ganhar a fama de chato ou metódico. Portanto, é preciso dosar a maneira com a qual se dedica a cada uma”, aconselha. Vamos lá:
  1. Tenha autocontrole diante de situações importantes para você
  2. Analise o contexto da ocasião em que se encontra 
  3. Tenha autoconfiança em sua capacidade de realizar aquilo que se propõe a fazer
  4. Desenvolva a capacidade de conquistar e manter as pessoas junto de si 
  5. Trabalhe a habilidade de ser empático
  6. Seja otimista e alimente a esperança diante de percalços
  7. Procure “ler” e entender o que se passa com o próprio corpo
  8. Tenha o exato senso de valorização da vida
Para mais informações acesse: www.sobrare.com.br

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Pensamento da Semana


Depressão: Tratamento psicofarmacológico ou terapia?


Na atualidade os antidepressivos são os medicamentos mais comumente prescritos, nos Estados Unidos 1 em cada 10 adultos tomam. Em Portugal a venda de antidepressivos nos últimos dez anos teve um aumento de 110%, segundo o relatório do INFARMED, e no Brasil em cinco anos a venda de antidepressivos  subiu 48%. Segundo especialistas, o aumento nas vendas desse tipo de medicamento deve-se à prescrição exagerada da “pílula da felicidade”, tanto por médicos de outras áreas quanto para pacientes sem depressão. As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os próximos 20 anos não são das mais animadoras. Segundo levantamento da instituição, a depressão será, em 2020, a segunda “doença” mais prevalente do mundo.
Para as pessoas que sofrem de depressão clínica grave, estes novos fármacos têm sido uma dádiva de Deus. Para todos os outros, a imagem não é tão clara. Curiosamente, a grande maioria das pessoas que tomam antidepressivos não têm depressão profunda. Em vez disso, essas pessoas podem sofrer de ansiedade leve, angústia, humor diminuído, stress elevado, reclamando que “simplesmente não estão felizes”, sentem-se em baixo, têm um senso de culpa ou descontentamento, ou qualquer uma das centenas de outras formas de mal-estar a que podemos chamar de período de aflição.
Com a nova classe de antidepressivos chamados inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), que geralmente são pouco aditivos e têm um perfil baixo de efeito secundários, muitos médicos de cuidados primários bem intencionados sentem-se confortáveis a prescrever antidepressivos aos  seus pacientes quando estes “precisam de algo” para diminuir a sua tristeza e abatimento.  E, para mim este ato tão bem intencionado, tem muito mais de prejudicial do que de benéfico.
Sou apologista que a grande maioria das queixas de mal-estar psicológico, especialmente as que provocam disfuncionalidade no local de trabalho e nas relações intimas e sociais, necessitassem de uma abordagem conjunta entre a prescrição de medicamentos e o acompanhamento com terapia psicológica.
Na depressão grave, numa primeira fase pode ser necessário que a pessoa com depressão seja medicada com antidepressivos no sentido de reverter os sintomas físicos desagradáveis e incapacitantes. No entanto, dado que a depressão é um transtorno de humor que se relaciona com os acontecimentos da vida e com a forma como a pessoa enfrenta os seus problemas, será que a toma de antidepressivos pode ser considerado uma solução para o bem-estar e felicidade geral? Admito que não!
Muitas formas de psicoterapia diferem das abordagens que incidem exclusivamente nos medicamentos, debruçando-se sobre as causas em vez dos sintomas. Muitas terapias ensinam as pessoas deprimidas ou ansiosas novas habilidades, novas estratégias de lidar com as situações indutoras dos problemas, reestruturação de pensamentos e crenças sobre si, sobre o mundo ao seu redor, e sobre o seu futuro, que pode levar a novos padrões de comportamento. Embora não seja uma panaceia, a psicoterapia pode fornecer estratégias e métodos para mudar o pensamento das pessoas, estratégias de lidar com as situações do dia-a-dia e técnicas de redução dos sintomas físicos desagradáveis, produzindo benefícios duradouros.
Se for ensinado às pessoas deprimidas técnicas de relaxamento e competências de assertividade apropriadas, se melhorarem a sua capacidade de comunicação, e mostrar-lhes como evitar distroções negativas da realidade, certamente o seu mal-estar irá melhorar, assim como o abatimento e a desesperança.
Fato: Não há pílula que possa ensinar essas habilidades.
Mudanças de estilo de vida relativamente simples também podem fazer uma diferença significativa. Por exemplo, num estudo realizado na Duke University, um grupo de pacientes receberam um programa de trinta minutos de exercício físico três vezes por semana, que se mostrou “tão eficaz quanto o tratamento medicamentoso no alívio dos sintomas de depressão maior” numa questão de poucos dias.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Transtorno de Personalidade Histriônico


De acordo com CID 10 o Transtorno de Personalidade Histriônica (F60.4 )inicia-se  na idade adulta a apresenta uma variedade de contextos e para seu diagnóstico deve enquadrar em pelo menos cinco dos critérios abaixo:
  • Se sentir desconfortável em situações em que não é o centro das atenções;
  • A interação com os outros é muitas vezes caracterizada por um comportamento inadequado sexualmente mostrando-se sedutor ou com comportamento provocativo;
  • Exibe rapidamente emoções distintas alternando entre elas;
  • Usa consistentemente a aparência física para chamar a atenção para si;
  • Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carente de detalhes;
  • Mostra auto-dramatização, teatralidade, exageradas na expressão das emoções;
  • É sugestionável, ou seja, é facilmente influenciado por outros, ou por circunstâncias;
  • Considera suas relações como mais íntimas do que realmente elas são.

 Tratamento para Transtorno de Personalidade Histriônica
 A Psicoterapia em diferentes abordagens pode ser uma forma eficaz de tratamento
Os indivíduos que sofrem deste transtorno são normalmente difíceis de tratar por uma multiplicidade de razões.
 Como na maioria dos transtornos de personalidade, as pessoas somente se apresentam para o tratamento quando o estresse ou algum outro fator situacional dentro de suas vidas tornou impossível sua capacidade de funcionar e enfrentar a situação.
 No entanto, em comparação com pessoas que sofrem de outro tipo de transtorno de personalidade, muito mais rápidos a procurarem tratamento e exagerarem os seus sintomas e as dificuldades de funcionamento.
 Como característica das pessoas com transtorno de personalidade histriônica, tende a ser mais emocionalmente carentes e são muitas vezes relutantes em anunciar a terapia. 
A psicoterapia de Grupo e terapia familiar geralmente não são recomendados, pois a pessoa que sofre com esse transtorno muitas vezes chama a atenção para si e exagera a cada ação e reação.
 As pessoas com transtorno de personalidade histriônica muitas vezes expressam todos os sentimentos com a mesma profundidade de emoção, desconhecendo as sutilezas dos seus próprios estados emocionais e da vasta gama disponível para eles.
A terapêutica deve ser favorável e o bom relacionamento será geralmente facilmente estabelecido com o paciente desde o início.
 O terapeuta muitas vezes é colocado no papel de salvador e pode ser constantemente solicitado para resolver e solucionar os problemas diários do paciente.
 Todo problema é normalmente expresso em um tom dramático e necessitado de ajuda pelo exagero pontuado pelo paciente.
 Muitas vezes o terapeuta será percebido como sexualmente atraente para o paciente, ou será assediado pelo paciente para buscar a atenção e ter a terapia focada em suas habilidades de conquistas.
 O terapeuta pode utilizar de técnicas que permitam o paciente confrontar com sua realidade, obter por ensaios comportamentais a estimulação da assertividade e focar os problemas de forma individualizada para encontrar soluções aceitáveis, fazendo com que o cliente tenha maior previsibilidade e consiga desenvolver sua capacidade de solução de problemas em sua autogestão.

domingo, 22 de abril de 2012

Você pode potencializar seu relacionamento - Parte IV


CUIDE DE SI
Como tenho vindo a transmitir, dar atenção ao outro, olhar para as mudanças que ocorrem, projetar-se no parceiro, aproveitar as elevadas expetativas para promover boas emoções, são tudo formas de reforçar a relação e potenciá-la para o próximo nível. No entanto, nada disto é possível de forma eficaz se você não estiver bem consigo mesmo. Para que isso aconteça é necessário investir em si mesmo, é preciso cuidar de si. Investir na sua própria vida e felicidade vai promover também o seu relacionamento.
Se você está passando por uma fase difícil, muitas vezes a coisa mais eficaz que  pode fazer é remover cuidadosamente a sua excessiva atenção da relação, por um período razoável. Descentralizar-se do outro,  do que a outra pessoa está fazendo mal, ou não está fazendo, e concentrar-se em tomar uma ação positiva na sua própria vida, em primeiro lugar. Por exemplo, na sua autoestima, autoconfiança, relação consigo mesmo, no seu trabalho, nos seus hobbies, no seu bem-estar geral.
Ao contribuir para que a sua vida seja mais satisfatória, você pode conseguir tirar a pressão excessiva do seu relacionamento como sendo a sua única fonte de felicidade. Além disso, quando você se cuida, você fortalece-se promovendo uma atitude mais positiva no relacionamento. A outra pessoa vai começar a tratá-lo de forma diferente, sem você ter feito grande coisa no seio do relacionamento. Ao mudar o seu foco e a sua energia de volta para você, isto permite capacitar-se, renovar-se e injetar esse animo de volta na relação.
Quando você opta por dizer obrigado, quando fornece apoio invisível, ou expressa um apelido bobo, as emoções de positividade emergem e fazem sentir-se num retorno de bem-estar no relacionamento. Não se esqueça, os pequenos gestos importam bastante. Presentes caros e exóticos e férias de sonho são agradáveis e bem-vindas, mas não são tão significativas a longo prazo, como ações simples, como ter tempo para notar uma roupa nova ou aplaudir o sucesso de um parceiro. A positividade expande a sua consciência, gerando mais atitudes positivas, mais entendimento, mais envolvimento, mais valorização, e mais confiança. Pequenas ações ajudam a construir um reservatório de boa vontade que irá manter o seu relacionamento a bom ritmo.
Dica: As oportunidades para encher o reservatório da boa vontade e emoções positivas, dependem de si. Dependem do quanto você que fazer coisas para contribuir para a saúde do seu relacionamento.  Não deixe de investir em si, no outro e no seu relacionamento.

O QUE AMBOS QUEREM É IMPORTANTE PARA A UNIÃO SAUDÁVEL
De acordo com a Teoria da Troca Social que é uma perspectiva dentro da psicologia social que descreve as relações humanas (Kelly & Thibaut, 1978; Thibaut & Kelly, 1959). Essencialmente, de acordo com a teoria, a estabilidade de todas as relações são o resultado de cada decisão individual sobre o seguinte:
A relação entre custos e benefícios: O saldo do que nós colocamos na relação contra o que recebemos dela.
O nível de satisfação: Como o relacionamento se compara às expectativas que cada um de nós acha que devemos ter.
O grau de dependência: As nossas chances de ter um melhor relacionamento com uma pessoa diferente.
Assim, formamos relacionamentos com as pessoas que dão tanto para nós como nós damos a eles (rácio), tratam-nos de acordo com as nossas expectativas (satisfação), e são as nossas melhores alternativas no momento e local (dependência). Mas, o outro faz os mesmos cálculos sobre nós. Assim, os rácios, satisfação e dependência influenciam os relacionamentos. Os desejos e necessidades de ambos os parceiros interessam para o bem-estar no relacionamento.
Este cenário não é muito ”romântico”, mas essa é a essência desta perspetiva. Os relacionamentos (de amigos-com-benefícios para o casamento) são um processo de troca no núcleo. Quando uma relação é um bom negócio para ambos os parceiros, eles ficam juntos e estabelecem laços duradouros. Quando não é, pelo menos, um eventualmente escolhe ir para outro lugar.

6 DICAS PARA FORTALECER O ENTENDIMENTO E AS TROCAS SAUDÁVEIS
Baseado na Teoria da Troca Social, apresento algumas dicas:
1) Descubra o que você quer. Tudo começa com você. Algumas pessoas realmente passam por cima desta etapa. Ficam tão embrulhadas em “encontrar o amor” ou “agradar aos outros” que se esquecem de descobrir o que querem num relacionamento.Você tem uma palavra a dizer sobre o seu relacionamento, tem opção de escolha. Você pode ter uma ideia do que pretende. No entanto, você também não precisa ficar obcecado sobre cada pequeno detalhe. Construa uma ideia geral do que você gostaria de melhor num parceiro. Como você gostaria que ele se comportasse? O que você gostaria que ele fizesse? Como gostaria que ele o tratasse? Que tipo de relação você está procurando? Tire um momento (ou mais) e tente descobrir isso. Mesmo que você já esteja a ter um relacionamento.
2) Decida o que você vai dar em troca. Não existe tal coisa como investir em algo para nada. O namoro e os relacionamentos não são excepção. Então, o que você está planejando dar ao outro. Como está pensado em potenciar o relacionamento e o seu parceiro? Seja honesto, não se subestime nem exagere acerca de si mesmo. Pense em todos os pontos fortes, os benefícios e qualidades positivas que você tem para compartilhar com um parceiro ou com o seu parceiro. Construa uma ideia do que você está disposto a compartilhar, a abrir mão e da forma de envolvimento e dedicação que está disposto a expressar.
3) Verifique as suas expectativas. Dê uma boa olhada no que você quer, versus o que você está disposto a dar. Será que combinam? É um objetivo realista? Tal como expliquei anteriormente, as expetativas podem ser utilizadas de forma positiva e construtiva a favor do parceiro e consequentemente da relação. No entanto, é preciso analisar as suas expetativas, principalmente face ao que você acha que consegue fazer e dar ao relacionamento.
4) Conheça o que o seu parceiro quer. É importante levar em consideração o que o seu potencial parceiro ou o atual quer, os seus ideias, os seus desejos, visões, sonhos, entre outros.
5) Avalie as suas opções. Nem sempre as coisas correm bem entre os parceiros. Mas se você está seguro que vale a pena, que é a pessoa com quem está ou quer vir a estar que tem o potencial que julga ser necessário para construir um relacionamento sólido, avalie as suas opções. Quer dar-se bem, investir na outra pessoa, fazer algumas cedências, discutir alguns assuntos, são alguns dos caminhos construtivos a poder escolher. Qualifique  e avalie a sua relação, não de forma taxativa, mas de forma simples. É importante ter uma noção do que gosta e do que pretende melhorar, para depois tomar boas decisões. Por vezes é preciso negociar um pouco e ver o que funciona. É uma boa opção? Você pode fazer um acordo? É um abordagem ganha-ganha? Veja quais são as opções que a “troca entre parceiros” lhe parece.
6) Escolha uma opção ou reavalie o seu plano. Se você encontrar uma boa estratégia para ambos, siga em frente. Especialmente quando a relação é justa, satisfatória, e encontram a melhor alternativa para ambos. No entanto, se você não gosta das suas opções, então é hora de repensar os passos acima descritos. Reveja-os novamente. O que você quer é um pouco irrealista? Você precisa dar um pouco mais para conseguir o que você realmente quer? Você precisa tentar uma nova abordagem?
Dica: Repita, refine e refaça o processo. Eventualmente, você vai encontrar uma conexão (ou vários) que funciona.
DESEJO-LHE BOAS ATITUDES, E UM BOM RELACIONAMENTO!

sábado, 21 de abril de 2012

Você pode potencializar seu relacionamento - Parte III


PERCEBA O QUE HÁ DE NOVO NO SEU PARCEIRO
Sermos surpreendidos de forma construtiva pelo parceiro é vital para sustentar e promover as emoções positivas no relacionamento. Mas, para ser surpreendido, primeiro você tem que prestar atenção. O problema é que a maioria de nós vamos ficando tão familiarizados com o nosso parceiro, que corremos o risco de deixarmos de reparar nele. Mas o fato de você parar de olhar e de reparar em coisas novas não significa que ele tenha parado de mudar. É apenas a ilusão de estabilidade que nos leva a concluir que os nossos parceiros são fixos, como se fossem entidades estáticas. Com se já não existisse nada para descobrir ou que se possa olhar de forma curiosa.
Por vezes, constrói-se uma imagem mental do outro, esta passa a ser confortável, e mantêmo-la. Isto pode ser devastador. Tudo muda, nós mudamos, nós aprendemos, nós crescemos e desenvolvemo-nos. E por certo, o seu parceiro também. Quando chegamos ao ponto de julgarmos que conhecemos o outro tão bem que já não vale a pena prestarmos mais atenção a ele, é como se o outro deixa-se de ser visto. Criamos uma “cegueira mental” em relação ao parceiro, deixando de reparar nele e nas suas novidades e alterações.
Olhar para o parceiro com elevado crédito, como alguém dinâmico, interessante e em constante crescimento pode ser promotor de um relacionamento ativo, construtivo e desafiador.
Portanto: Dedique algum do seu tempo para notar ativamente as diferenças no seu parceiro. Procure cinco coisas que são diferentes desde a última vez que você olhou para ele. Essas diferenças podem ser tão simples quanto uma gravata nova e tão profunda como uma mudança de crenças espirituais.
Este exercício de “consciência atenta“, aumenta o nosso compromisso com o parceiro. Permite que se construa um envolvimento entre ambos, permite que o outro perceba na prática o quão é levado em consideração. Permite conhecer um pouco mais o mundo do outro, e que se quisermos podemos tentar entender o entusiasmo do outro por determinada atividade. Experimente reparar mais no seu parceiro, envolver-se mais com ele, nas suas escolhas, nos seus interesses, e até mesmo nas suas dificuldades. Por certo crescerá um maior interesse, envolvimento e muitas coisas novas irão ser descobertas e valorizadas.

FORNEÇA APOIO EM SEGREDO
Certamente o apoio explicito torna-se importante de realizar quando o outro anda stressado, com problemas e a necessitar de ajuda. No entanto, por vezes este sentido de obrigação pode conduzir ao lado mais negro do suporte. Pode levar à análise e comparação, pode conduzir ao sentimento de ingratidão por parte do outro. Como se não se estivesse a fazer senão a nossa obrigação. O que leva ao aumento de stress entre ambos, isto porque o que dá suporte pode ver como uma obrigação, e o outro pode ver como um compromisso.
Não quero ser taxativo e dizer que o apoio mais eficaz é o ”invisível”. Ambos são necessários. Mas certamente o mais promotor de bem-estar entre o casal, é o apoio secreto, é o apoio de envolvimento e de compaixão. Os atos escondidos de bondade, como por exemplo, alegrar o dia de seu companheiro, especialmente quando ele ou ela está passando por um momento desafiador podem ser tremendamente restauradores. Então, ao invés de fazer grandes gestos, tente encontrar maneiras subtis para tornar a vida do seu parceiro mais fácil. Coloque a bebida preferida na geladeira ou arrume o espaço de trabalho que se encontra desordenado. Ser solidário secretamente e por vontade própria é uma boa maneira de exercitar a sua atitude positiva, mesmo a uma pequena escala.

REFORCE E RENOVE O CONTATO COM O SEU PARCEIRO
O mimo, o carinho e o sexo regular fazem maravilhas para a satisfação  e bem-estar no relacionamento. Mas para os casais cuja vida sexual está parada, o carinho e o mimo já são apenas miragens, mesmo apenas um pequeno toque ou gesto carinhoso pode fazer a diferença.
Um simples “toque atencioso”, em que os parceiros se tocam suavemente no pescoço, ombros e mãos, aumenta a oxitocina, uma hormona que facilita a ligação, e reduz a pressão dos parceiros diminuindo os níveis de stress fisiológico. Cultivar a consciência do sentido corporal e perceber a necessidade que todos nós temos do toque é essencial como promotor da conexão entre os parceiros. Não só para um bom relacionamento sexual, mas durante toda a convivência. Por outras palavras, você pode colher os benefícios da proximidade física, mesmo quando não tem tempo ou energia para uma intimidade muito ativa. Apenas um abraço rápido ou um toque carinhoso pode impulsionar o seu humor e a sua conexão com o seu companheiro.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Relacionamento precisa de manutenção - Parte I

Tenho recebido diversas mensagem solicitando dicas de como melhorar o relacionamento. Textos enviados por homens e mulheres que desejam alcançar um relacionamento mais saudável. Ressalto que a busca de informações sem sombra de dúvidas é um importante passo para alcançar essa felicidade. Portanto, decidi criar esta tag intitulada "Relacionamento precisa de manutenção".  Diversos são os comportamentos apresentados pelo casal como problema. Desta forma, formulei pautados nas mensagem mencionadas algumas dicas.
Aproveito para reforçar o valor da Psicoterapia destinada ao casal. Este é um instrumento técnico-científico de grande valia para auxiliar casais que estejam passando por sérias complicações na vida a dois. Fica então minha dica e espero que gostem! Aproveitando não deixem de comentar.

SEJA GRATO
Agradecer o seu parceiro parece simples, mas a gratidão pode fornecer a dose diária de incentivo que o mantém motivado a longo prazo. A gratidão ajuda a lembrar-nos das boas qualidades dos nossos parceiros. Não só a gratidão mas também o reconhecimento. Saber agradecer, elogiar, reconhecer ações, vincar atitudes, e reconhecer virtudes no parceiro permite reforçar o envolvimento do relacionamento saudável e criar emoções fundamentadas.
Alguns estudos revelam que os casais que coabitam, nos dias em que um  dos parceiro expressa mais gratidão, o outro sente-se mais satisfeito com o relacionamento. Na azáfama do dia-a-dia e dos enormes afazeres, as distrações são enormes, corremos o risco de “adormecer” na relação e dar o parceiro como garantido. Com se não fosse necessário dizer mais nada hoje do que já foi dito ontem. Estes esmorecer emocional e até mesmo de envolvimento pode contribuir para esfriar o relacionamento.
Mas a gratidão pode funcionar como uma dose de reforço, injetando emoções positiva no relacionamento. Expressar a gratidão é um combustivel para o bom desenvolvimento dos relacionamentos. Claro que essa gratidão tem de ser genuína. Tudo é um hábito, e estes podem ser desenvolvidos, treinados e aperfeiçoados. E a gratidão também.
No entanto, e como as palavras e o diálogo têm um enorme poder e impacto na forma como fazemos passar a mensagem, é preciso ter alguns cuidados acrescidos e sermos criteriosos. Dou exemplo de algumas frases:
Gratidão de impacto negativo: Obrigado por fazer o jantar, eu estava realmente com fome
Gratidão de impacto positivo: Você é um grande cozinheiro, foi tão gentil da sua parte ter cozinhado para mim
Nem todos temos a mesma forma de nos expressarmos. E na expressão de gratidão é importante que no conteúdo do discurso a outra pessoa seja o alvo da gratidão. A expressão de gratidão deve focar-se na outra pessoa. Certamente ela irá sentir-se bem, podendo emergir sentimentos de reconhecimento dos seus valores, esforços, caraterísticas, entre outros.  Promove-se os bons sentimentos no parceiro, e consequentemente um reforço nos laços emocionais entre ambos.

PROMOVA A ALEGRIA E O GOZO
A alegria e a boa disposição podem ser uma das primeiras vítimas de uma vida ocupada. Quando a sua vida consiste recorrentemente em trabalho, pagar contas, arrumar a casa e dormir, e todo um conjunto de coisas de ordem rotineira, o tempo para a diversão e gozo podem desaparecer de um relacionamento. É primordial manter viva a alegria, divertindo-se, brincando, usando linguagem e expressões de cumplicidade que expressem bom humor.
Você pode pensar que a comunicação sincera e analítica é a melhor maneira de lidar com um problema sério. Dacher Keltner no seu livro, Born to Be Good: The Science of a Meaningful Life, diz que os casais que utilizam o bom humor no calor de um conflito sentem-se mais ligados após os acontecimentos. Quando ele encenou uma discussão de um conflito no seu laboratório e comparou os casais que se comunicavam de forma direta e lógica, com os que usavam o conflito, ele descobriu que os casais que gracejam são mais felizes e alcançam resoluções mais pacíficas.
Utilizar o sentido de humor de forma sensata pode ser uma estratégia que se comprova muito eficaz para lidar com algumas das situações difíceis que todos nós enfrentamos nos relacionamentos. Mesmo apelidos e expressões “bobos” podem ajudar a transformar alguns dos conflitos em trocas pacíficas.
Lembre-se de brincar: Graceje de forma lúdica, não hostil, use sinais não-verbais que transmitem que você está-se divertindo. Por exemplo, usando uma expressão facial tola ou uma mudança de tom de voz.
  

Você pode potencializar seu relacionamento - Parte II


APROVEITE E POTENCIE AS BOAS NOTÍCIAS
Procuramos o apoio do nosso parceiro quando enfrentamos tempos difíceis, mas a forma como os casais durante os bons momentos se reforçam joga um papel tremendamente importante na estabilidade e florescimento do relacionamento. Os Parceiros que respondem entusiasticamente aos sucessos do outro, fazendo perguntas, dando elogios, e incentivando-se mutuamente, relatam maior satisfação do relacionamento ao longo do tempo.
A saber: A capacidade de um casal para ”capitalizar” os bons momentos e para celebrar os eventos positivos, ficam numa situação vantajosa para enfrentar os momentos em que se debatem com eventos negativos.
Quando algo de bom acontece ao seu parceiro, como uma promoção, um elogio de um colega de trabalho, ou mesmo uma grande gargalhada de alguém que gostou de uma piada que disse, aproveite a oportunidade para reforçar o acontecimento. Você não precisa de um grande evento como “desculpa” para potenciar o outro.

USE AS EXPETATIVAS  ELEVADAS A SEU FAVOR
Podemos ter algumas reticências em colocar o companheiro num pedestal, mas na verdade, os que promovem esse tipo de atitude e comportamento vêem retorno positivo no seu relacionamento. Manter-se neutro na elevação do companheiro, ou ao invés depreciá-lo, criticá-lo duramente ou fazer dele a razão de grande parte dos problemas do outro, não é por certo algo que possamos considerar como construtivo.
Todos sofremos influências e somos influenciados, em Psicologia podemos chamar a este fenómeno de efeito pigmaleão. Se você transmitir uma boa imagem do seu parceiro, se espelhar satisfação e o reforçar nos comportamentos adequados, existe uma elevada probabilidade de o influenciar positivamente. Atenção que ao referir-se à palavra “influenciar” não pressuponho manipulação indevida, mas sim promoção e construção de emoções positivas e realce dos valores e virtudes.
Se você valoriza avaliar e analisar aos seus olhos as outras pessoas, incluindo o seu parceiro, pode ser hora de relaxar um pouco e concentrar-se no que você gosta no seu parceiro. Focando-se nas suas expetativas elevadas, e olhando através de uma lente composta de flexibilidade de pensamento, pode ajudar a construir uma imagem genuinamente positiva ao longo do tempo.

ENCONTRE O SEU “EU” IDEAL NO SEU PARCEIRO
Os casais mais felizes e com melhor entendimento fazem sobressair o melhor de si. Mas quando os parceiros se assemelham mais a cada um dos outros nos seus ideais, os casais saem-se melhor, elevam o benefício para a relação oferecida pelo quão semelhantes são.
Alguém que descreve o seu eu ideal, como estando em boa forma física, por exemplo, pode ser feliz com um atleta disciplinado, alguém que deseja ser mais criativo pode prosperar com um parceiro artístico. Caryl Rusbult, um pesquisador da Universidade Vrije, em Amesterdão chamou-o “efeito de Michelangelo“, referindo-se à maneira pela qual os parceiros “esculpem-se” um ao outro de forma a ajudá-los atingir os objetivos valorizados por cada um deles.
Então, tente listar os seus objetivos pessoais. Pense sobre as qualidades que você mais gosta no seu parceiro. Depois verifique se há sobreposição entre o que você aspira ser ou conquistar e os aspectos do seu parceiro que você aprecia mais. Em seguida, solicite ao seu parceiro para ajudá-lo a melhorar nos domínios que mais interessam a você. Este pequeno exercício pode permitir que você se aproximar do seu ideal, mas também pode promover a aproximação ao seu parceiro.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Pensamento da Semana


Você pode potencializar seu relacionamento


A maioria dos casais foca-se em evitar conflitos. Mas os casais felizes sabem como maximizar os acontecimentos positivos, potenciando-se uns aos outros, fornecendo suporte em segredo, e, quando for o caso, não se focam em demasia no seu parceiro. Se você já tentou melhorar o seu relacionamento, provavelmente já ouviu muitas proibições. Não critique. Não seja rancoroso. Não culpe. Não deixe a tampa da sanita levantada, não esprema a pasta de dentes no meio. Bem, isto é totalmente errado. Os casais mais felizes focam-se em fazer o que tem de ser feito e não naquilo que não devem fazer. Ao invés de apenas se focarem nas interações negativas, eles trabalham ativamente para a construção da positividade nos seus relacionamentos. Eles executam o que nós psicólogos chamamos de “abordagem de orientação“, movendo-se para o que é bom, ao invés de afastarem-se do que é ruim.
Tradicionalmente, a pesquisa nos casais centrou-se  em minimizar os aspetos negativos (argumentos, a distância emocional, a infidelidade) do que em maximizar os aspetos positivos. Mas uma nova onda de investigação está a mudar tudo isso. Psicólogos orientados para a psicologia positiva, tal como eu próprio, achamos que manter um equilíbrio favorável das emoções positivas relativamente às negativas ajuda as pessoas e respetivos relacionamentos a prosperar.
A saber: Há toda uma ciência nova de como construir boas emoções.

Sua relação: vale a pena sim investir no parceiro(a)

O positivismo tem uma força imensa para mudar a nossa perspectiva: enquanto as emoções negativas nos “resignam”, as emoções positivas tornam-nos receptivos. As emoções e atitudes positivas ajudam-nos a “ampliar, construir e criar”. As emoções positivas realmente estimulam o pensamento, gerando benefícios como uma perspetiva mais alargada, aumento da criatividade e consequentemente promoção de um melhor relacionamento.
Encontrar maneiras de injetar humor, leveza e ser positivo numa situação difícil, não é apenas uma estratégia de distração. É um processo que ajuda as pessoas a olhar para outras possibilidades. Parceiros que se encontrem presos ao seu passado e a um único tipo de atitude tendencialmente derrotista, devem mover-se para uma maior positividade, aproveitando “micro-oportunidades” e fazendo “micro-compromissos“ para reforçarem a sua ligação. Trabalhar as emoções positivas é mais do que apenas divertir-se, inclui a gratidão, empatia, compreensão, inspiração, alegria, curiosidade e sobretudo uma orientação comum face aos valores estabelecidos no relacionamento.
A reter: Quando os parceiros estabelecem um compromisso ”bondoso”, uma forma de consciência focada em gerar sentimentos calorosos, meigos em relação ao outro, o quociente de emoções positivas aumenta largamente nas suas vidas, que por sua vez aumenta a satisfação com o relacionamento.
Na verdade, ao estabelecer mais objetivos positivos no relacionamento pode promover a felicidade mútua do casal. Os casais que procuram aumentar o bem-estar nos seus relacionamentos, concentrando-se na partilha de experiências significativas em conjunto, promovem o crescimento e desenvolvimento do relacionamento, e criam satisfação e intimidade (abordagem orientada para objetivos), comparativamente aos casais que se focam na esquiva da negatividade (objetivos orientados para a esquiva).
Não é humanamente possível atingir todos os aspectos positivos que você procura, mas facilmente percebemos que a positividade é importante para definir metas, e que os resultados obtidos refletem essa mesma positividade. A recompensa é grande: mais divertimento, mais crescimento, melhor sexo e mais intimidade sustentada.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pensamento da Semana


Estresse no trabalho e os agentes estressores psicossociais


O tipo de desgaste à que as pessoas estão submetidas permanentemente nos ambientes e as relações com o trabalho são fatores determinantes de doenças. Os agentes estressores psicossociais são tão potentes quanto os microorganismos e a insalubridade no desencadeamento de doenças. Tanto o operário, como o executivo, podem apresentar alterações diante dos agentes estressores psicossociais.

O desgaste emocional a que pessoas são submetidas nas relações com o trabalho é fator muito significativos na determinação de transtornos relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedade patológica, pânico, fobias, doenças psicossomáticas, etc. Em suma, a pessoa com esse tipo de estresse ocupacional não responde à demanda do trabalho e geralmente se encontra irritável e deprimida.

Um dos agravantes do Estresse no Trabalho é a limitação que a sociedade submete as pessoas quanto às manifestações de suas angústias, frustrações e emoções. Por causa das normas e regras sociais as pessoas acabam ficando prisioneiras do politicamente correto, obrigadas a aparentar um comportamento emocional ou motor incongruente com seus reais sentimentos de agressão ou medo.

No ambiente de trabalho os estímulos estressores são muitos. Podemos experimentar ansiedade significativa (reação de alarme) diante de desentendimentos com colegas, diante da sobrecarga e da corrida contra o tempo, diante da insatisfação salarial e, dependendo da pessoa, até com o tocar do telefone. A desorganização no ambiente ocupacional põe em risco a ordem e a capacidade de rendimento do trabalhador. Geralmente as condições pioram quando não há clareza nas regras, normas e nas tarefas que deve desempenhar cada um dos trabalhadores, assim como os ambientes insalubres, a falta de ferramentas adequadas.

Fatores intrapsíquicos (interiores) relacionados ao serviço também contribuem para a pessoa manter-se estressada, como é o caso da sensação de insegurança no emprego, sensação de insuficiência profissional, pressão para comprovação de eficiência ou, até mesmo, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais. Isso tudo sem contar os fatores internos que a pessoa traz consigo para o emprego, tais como, seus conflitos, suas frustrações, suas desavenças conjugais, etc.

O extremo oposto, ou seja, ter uma vida sem motivações, sem projetos, sem mudanças na ocupação ao longo de muitos anos, sem perspectivas de crescimento profissional, assim como passar por período de desocupação no emprego também pode provocar o mesmo desenlace de Síndrome de Burnout. Mesmos sintomas podem surgir em ambos casos, ou seja, falta de autoestima, irritabilidade, nervosismo, insônia e crise de ansiedade, entre outros.

Falta de Estímulos
A falta de estímulos também pode resultar em estresse patológico e doença. O risco de ataques cardíacos, por exemplo, são significativamente maiores nos dois primeiros anos após a aposentadoria. Nesses casos a condição associada ao estresse costuma ser o tédio, a sensação de nulidade e/ou a solidão, portanto, a falta ou escassez de solicitações também proporciona situações estressoras.

Ruído
O ruído excessivo pode causar estresse pela estimulação do Sistema Nervoso Simpático, provocando irritabilidade e diminuindo o poder de concentração. Dessa forma, o ruído pode ter um efeito físico e/ou psicológico, ambos capazes de desencadear a reação de estresse. Este fator estressante pode produzir alterações em funções fisiológicas essenciais, como é o caso do sistema cardiovascular.

Alterações do Sono
O contínuo atraso do sono pelos horários de trabalho, viagens e variações do rítmo das atividades sociais, facilitadas pelo uso da luz elétrica e atrações noturnas, pode levar à insônia e, conseqüentemente ao estresse. Na síndrome de fusos horários das viagens internacionais, recomenda-se não tomar decisão importante ou não competir antes da readaptação fisiológica.

Falta de Perspectivas
A esperança, perspectiva ou expectativa otimista é uma das motivações que mais aliviam as tensões do cotidiano. Saber (ou achar) que amanhã será melhor que hoje, ou o mês que vem melhor que este, ou ano que vem será bem melhor, etc, são sentimentos que aliviam e minimizam a ansiedade e a frustração do cotidiano.

Mudanças Constantes
Esse assunto merece considerações mais amplas. As necessidades de mudanças podem ser comparadas a um ciclo vicioso; o momento presente está quase sempre exigindo mudanças, essas mudanças acabam trazendo novos problemas. Esses problemas despertam novas soluções, as quais passam a exigir novas mudanças e assim por diante.

Mudanças determinadas pela empresa
Esses tipos de mudanças podem ser determinadas por uma nova chefia ou devido à nova orientação geral da empresa, seja por causa de alguma fusão ou aquisição da empresa. Normalmente esse tipo de mudança pode gerar muita insegurança, inicialmente.

Ergonomia
O conforto humano em seu trabalho deve ser sempre considerado, em se tratando de estresse. Como enfatizamos sempre, não devemos privilegiar apenas as razões emocionais em relação ao estresse, por ser este uma alteração global do organismo (não apenas emocional).

Síndrome do Comportamento e Relacionamento Conjugal


Na rotina do relacionamento eles emergem, incluindo a dificuldade de manter o vínculo afetivo, causando a Síndrome do Comportamento de Hospedagem. Ela vai distanciando o casal através de comportamentos independentes ao extremo. A pessoa exerce os papéis cotidianos normalmente, todavia, demonstra frieza e comporta-se como um hóspede dentro de casa. Neste caso, especificamente, a precariedade vincular é a causadora deste comportamento, visto ser difícil para o seu portador manter um contato afetivo que ele próprio não pode oferecer.

A tendência da síndrome é gerar um conflito pessoal e, conseqüentemente, no casal, que pode acabar se separando. A conversa conjugal é capaz de abrir a primeira porta para a identificação desta síndrome, bem como buscar ajuda especializada, objetivando a melhora pessoal e uma vida conjugal qualitativa com psicoterapia.

Ao observar os conceitos sobre o vínculo afetivo, bem como as suas implicações no ser humano, é possível prospectar formas favoráveis e desfavoráveis de relacionamento ao longo da vida. Se a formação da personalidade de uma pessoa contar com a existência de um vínculo precário, torna-se incompatível a existência de um relacionamento conjugal. Em relatos clínicos obtêm-se históricos onde o marido ou a esposa não tiveram essa formação vincular com os seus pais. Posteriormente, na vida a dois, encontram dificuldades em manter o relacionamento por falta desta condição vincular.

Muitos obstáculos nas relações humanas estão ligados a esta precariedade de vínculo. O casal não consegue perceber este tipo de deficiência em seu relacionamento. Focaliza os problemas em outras questões, ou ainda, prefere nem tocar no assunto. Há casos em que ignora a possibilidade de lançar mão de uma psicoterapia. E, existem situações em que a resistência impera. Fato comum é dizer que não se precisa de tratamento algum, pois que as dificuldades são de outra ordem. Todavia, perde-se a chance de resolver na causa os efeitos de uma convivência difícil.

Nestes casos, especificamente, onde houve uma deficiência na formação de vínculo e as decorrências comprometem os relacionamentos subseqüentes, denominar-se-á Síndrome do Comportamento de Hospedagem ou SCH.

No relacionamento de um casal onde há a presença da SCH, quando entra na rotina da convivência, faz surgir um novo tipo de comportamento. Ele é extremamente prejudicial. A pessoa age, inconscientemente, de forma semelhante a um hóspede dentro de sua casa. Realiza as suas atividades comuns. Mantém a comunicação e os hábitos rotineiros, inclusive os financeiros.

No entanto, a sua forma de ser e estar apresentam um novo item: a frieza ocasionada pelo distanciamento. Aos poucos vai agindo como se fosse alguém que está hospedado na casa, cumprindo com alguns papéis pertinentes, todavia, trata as questões, antes parcimoniosas, de forma independente. Deixa as responsabilidades, sobretudo as domésticas, para o outro cuidar. Onde havia uma atmosfera de cordialidade e doçura, passa a existir um espectro de isolamento e pesar. O outro vai percebendo, sensivelmente, as diferenças no tratamento recebido e acaba por se sentir, pouco a pouco, só. A sensação deste isolamento origina-se na forma pela qual a ausência do vínculo se manifesta nesta relação.

As discussões passam a existir com uma freqüência crescente em virtude do mal-estar alojado e da falta de compreensão acerca da síndrome. Os conflitos podem surgir e avoluma-se no processo bola-de-neve. A pouca consciência a respeito da SCH provoca a discórdia entre o casal, atingindo quem estiver por perto nesta convivência, via de regra, os filhos. Lembranças e cobranças de como a vida conjugal era boa anteriormente são lançadas no calor das discussões. Isto faz aquecer ainda mais o desentendimento. Esta é uma situação estressante para o casal, podendo levar os seus envolvidos à depressão e outros males. E, carrega a possibilidade de desencadear a separação. São duas polaridades se confrontando. De um lado, a ausência de vínculo, a vida isolada. De outro, a força presente da relação a dois. Os compromissos da união "pressionam" o contato mais íntimo da esfera afetiva. Caso ela não exista, torna-se um problema permanente.

Este comportamento de hospedagem reflete o quanto o seu portador, inconscientemente, procura manter distância afetiva do outro para que não haja envolvimento. Caso ocorra uma separação, desta forma, evitar-se-á o sofrimento de uma provável desvinculação. A despedida neste tipo de relacionamento demanda apenas a retirada de bagagens.

Por se tratar de uma síndrome enraizada na formação vincular faz-se necessária uma avaliação diagnóstica. Além de indicar tratamento através de profissional especializado nas relações familiares. Este especialista ocupa-se em compreender as relações conjugais e também a formação do vínculo como peça fundamental nas mudanças terapêuticas necessárias. Na descrição de Gaudêncio (2003), a terapia é o melhor atalho para o autoconhecimento, gerador de crescimento. Em uma das fases da terapia de casal, o cuidado está no vínculo, o qual permite uma continuidade na relação. Com os avanços possíveis os cônjuges podem estabelecer novo olhar sobre a relação, investindo energia na construção vincular.

O sofrimento causado pela Síndrome do Comportamento de Hospedagem modifica o foco energético dos investimentos psíquicos. Ou seja, ao invés das pessoas empregarem as energias e esforços no convívio, utilizam tais recursos na manutenção do isolamento. Soma-se a esta condição o desgaste ocasionado pelo conflito entre as polaridades (ausência vincular e a necessidade do elo afetivo), além dos resultados nefastos, colhidos após as discussões familiares. Há uma sensação de impotência e frustração perante os fatos, que ganham, cada vez mais, uma dimensão que sinaliza o triste fim da vida a dois.

Não raro, crê-se que a síndrome nasceu dentro do relacionamento. Todavia, ela, apenas, foi desencadeada durante o convívio. O seu portador não enxerga o problema já antigo, Brazelton (1988), Bee (1997), Bowlby (1990), Hoffman et al (1996), Winnicott (1993), Siqueira (2003), Adler (1937) e Maranata e Rezepka (1999). É possível comparar relações anteriores a atual e sentir que há algo semelhante nelas. Contudo, é insuficiente para entender e aceitar a síndrome e a sua demanda por tratamento. O jogo de culpa é apenas um instrumento para se defender, na tentativa de diminuir as péssimas sensações que ganham terreno no cotidiano. De nada adianta. Só aproxima o casal da separação.

Separar, por sua vez, traz de volta o estado de isolamento requerido pela síndrome. Porém, ao mesmo tempo, causa dor e sofrimento. O que se acreditou ser bom anteriormente enquanto manter uma gostosa e importante relação familiar transforma-se em um pesadelo aterrador com a ruim convivência e a separação.

Buscar ajuda especializada é o remédio para este mal. Crer numa solução de poucos recursos como o esperar o tempo como agente de mudanças é dar oportunidade para que se instale a piora da SCH. Uma boa avaliação psicológica pode dar novos rumos às vidas das pessoas que pretendem o convívio. Respeitando-se as individualidades e construindo relações afetivas, conforme Bowlby (1990), que sustentem os dissabores que a vida se encarrega de apresentar a todos, sem exceção.

Dialogar, e, entenda-se bem, conversar com o coração aberto, oferece uma primeira abertura para se compreender a vida do casal. Dar o primeiro passo pode modificar aquilo que já era considerado algo inevitável, como a separação. Empreender esta tarefa não é simples. Requer coragem e vontade para mudar. Aceitar os problemas e lutar para transformar o prejudicial em saudável. Há uma necessidade de crescimento por parte das pessoas envolvidas. O grau de maturidade determinará o quanto se quer conviver bem. Ambas as partes devem estar dispostas e comprometidas em participar deste processo, apoiando-se.

É preciso administrar os problemas existentes dando lugar ao desenvolvimento qualitativo de vida. Isto se dá de dentro para fora. Leva tempo, entretanto, deve-se considerar que os resultados, conforme a vontade empregada no processo, trarão maior liberdade para viver, individualmente e de forma conjunta. A Síndrome do Comportamento de Hospedagem nos prende a circunstâncias de isolamento, contrariando e causando dor diante dos nossos desejos de vida familiar. Cuidar da questão, alterando o comportamento de hospedagem para o de comprometimento afetivo em conjunto permite existir a unidade fundamental das relações conjugais: a dependência equilibrada e necessária do vínculo. Vale a pena lutar com vontade, ajuda e conhecimento.