sexta-feira, 27 de agosto de 2010

27 de agosto dia do Psicólogo


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domingo, 22 de agosto de 2010

Pensamento da Semana



Insuficiência renal; paralisação além dos rins


A insuficiência renal crônica (IRC) é uma doença que vem crescendo significativamente e tem como co-responsáveis o aumento da incidência de hipertensão arterial sistêmica e diabetes, pois muitas pessoas desenvolvem a insuficiência renal por causa da falta de acompanhamento adequado e detecção precoce dessas doenças (Associação Brasileira de Nefrologia).

O paciente com IRC passa por graves mudanças na vida social, no trabalho, nos hábitos alimentares e na vida sexual, que acarretam alterações na sua integridade física e emocional. A doença representa prejuízo corporal e limitações, pois, em geral, há afastamento do paciente de seu grupo social, de seu lazer e, às vezes, da própria família. Diante da doença, o indivíduo sente-se ameaçado, inseguro, por saber que sua vida vai ser modificada por causa do tratamento. Portanto, ocorre desorganização no seu senso de identidade (valores, ideais e crenças) e na imagem corporal pelas alterações orgânicas resultantes da doença, o que traz conseqüências à qualidade de vida.

A vida humana é determinada por circunstâncias dentre as quais se destaca a busca contínua de ser saudável, uma esfera da realidade que se confronta entre dois pólos; saúde e doença. O ser portador de insuficiência renal crônica enfrenta situações complexas inerentes à cronicidade da doença e à complexidade do tratamento. Assim, o paciente luta diariamente pela sobrevida e o bem-estar físico, mental e social, que representam dimensões dinâmicas e integradas do processo saúde-doença.

Nesse sentido, a doença renal traz impacto negativo sobre a qualidade de vida relacionada à saúde. Esta constatação é confirmada mediante os avanços tecnológicos e terapêuticos na área de diálise que possibilitam aumento de sobrevida dos renais crônicos, porém, sem lhes possibilitar o retorno à vida em relação aos aspectos qualitativos.

O portador de IRC, para sobreviver, tem o encargo de realizar uma terapia substitutiva, no caso, a hemodiálise, como alternativa para manter suas funções vitais. São circunstâncias que devem ocorrer em todo o curso da doença, enquanto aguarda o transplante renal.

A hemodiálise é um tipo de tratamento substitutivo da função renal, utilizado para remover líquidos e produtos do metabolismo do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. Os pacientes podem ser submetidos à diálise durante o resto de suas vidas ou até receberem um transplante renal bem-sucedido. Por esse motivo, muitas vezes perdem os seus empregos, tendo que se reorganizar para uma outra atividade ou viver da aposentadoria.

São diversos os significados que passam no imaginário do paciente, por exemplo, o reconhecimento da gravidade da doença e do tratamento e suas conseqüências, como: efeitos medicamentosos, limites nos hábitos alimentares e na vida social, dentre outras situações adversas que provocam medo, dúvidas e insegurança quanto à cura e à possibilidade de viver. Assim, a IRC pode gerar sentimentos negativos nas pessoas e afetar sua qualidade de vida.

A equipe de saúde deve estar atenta a essa fragilidade e, ao implementar o tratamento, além dos aspectos biológicos, deverá avançar nos aspectos psicossociais do paciente, ajudando-o para que supere as dificuldades emergentes em face da doença.

Por estes e tantos outros fatores o Psicólogo se faz necessário junto a equipe técnica dos Centros de Terapia Renal Substitutivas uma vez que munidos de seus conhecimentos poderá identificar como esta problemática afeta a vida de uma pessoa e conhecer os significados atribuídos pelo paciente mediante a doença e o tratamento dialítico. Desse modo, é necessário redimensionar estratégias que ajudem o paciente a perceber suas limitações, mas sem interferir nas suas potencialidades de ser humano, implementando terapêuticas que possam diminuir esse sofrimento e concorram para uma melhoria na qualidade de vida.

Cuidar desses pacientes significa atender às suas necessidades, compartilhar saberes e facilitar a compreensão da doença e de meios de recuperação, o que inclui a sua participação e da família. Suas expressões de dor e sentimentos fazem parte da demanda de cuidados aos quais a equipe técnica deve dar atenção.

Referências Bibliográficas

Site da Associação Brasileira de Nefrologia - http://www.sbn.org.br/leigos/index.php?dialise&menu=8

domingo, 15 de agosto de 2010

Pensamento da Semana


Resolução proíbe psicólogo de atuar como inquiridor na escuta de crianças e adolescentes


O texto aqui apresentado fora retirado do Jornal Federal de Psicologia – Ano XXII n˚ 97
A resolução que regulamenta a atuação do psicólogo na escuta psicológica na rede de Proteção de crianças e adolescentes em situação de violência proíbe o psicólogo de atuar como inquiridor e estabelece um conceito de escuta escuta psicológica.
De acordo com o documento, a escuta psicológica consiste em oferecer lugar e tempo de expressão das demandas e desejos da criança e do adolescente: a fala, a produção lúdica, o silêncio e as expressões não verbais, entre outros. Dessa maneira, os procedimentos técnicos e metodológicos devem levar em consideração as peculiaridades do desenvolvimento da criança e do adolescente e respeitar a diversidade social, cultural e étnica dos sujeitos.
A resolução prevê que o psicólogo, ao realizar um estudo psicológico decorrente da escuta, deverá incluir todas as pessoas envolvidas na situação de violência, identificando as condições psicológicas, suas consequências, possíveis intervenções e encaminhamentos. Na impossibilidade de escuta de uma das partes envolvidas, o psicólogo deverá incluir em seu parecer os motivos do impedimento e suas possíveis implicações.
A conselheira do Conselho Federal de Psicologia Maria Luiza Moura explica que o que moveu a construção do debate em torno dessa temática e que gerou algumas divergências foi definir se cabe ao psicólogo participar do processo de inquirição, ou seja, se é papel dele tomar depoimento para levantar dados e provas que subsidiem a decisão judicial.
Segunda ela, o Seminário Nacional Escuta de Criança e Adolescente envolvidos em situação de violência e a rede de proteção, realizados nos dias 7 e 8 de agosto de 2009, e a oficina: O papel do psicólogo no processo de escuta de crianças e adolescentes realizada nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2010, que embasaram a construção da resolução. Foram espaços importantes para avançar a discussão e estabelecer um diálogo com outras áreas, afirma.
Para a conselheira a resolução materializa o compromisso político, ético e social da Psicologia nas questões que envolvem direitos violados da criança e do adolescente. ”A resolução fala de um desafio de olhar para a criança como um ser, um sujeito de direitos, uma pessoa que exige interlocução das políticas públicas e das profissões”, afirma.
Na visão da conselheira do CFP Iolete Ribeiro, a finalidade da escuta é fazer que a criança tenha recursos emocionais e psicológicos, sinta-se apoiada e tenha os recursos necessários para enfrentar a situação. Segundo ela, é preciso uma articulação entre os diferentes serviços de proteção para o fato proteger a criança e o adolescente, e não revitimizá-los, com intervenções muitas vezes desarticuladas, como acontece hoje.
A resolução apresenta ainda referências técnicas para o exercício profissional da escuta psicológica de crianças e adolescente.

domingo, 8 de agosto de 2010

Pensamento da Semana


Esta semana é super especial. Afinal, não é todo dia que podemos dizer feliz dias dos pais!

domingo, 1 de agosto de 2010

Pergunte ao Psicólogo


Boa Tarde!

Gostaria de ter uma orientação sua. Tenho um filho de 23 anos que sempre teve dificuldades nos estudos. Atualmente está fazendo faculdade, mas está passando por mais dificuldades ainda. Lendo um artigo sobre déficit de atenção e de concentração, achei que poderia ser o caso dele. Gostaria de obter informações se para obter um diagnóstico sobre esta deficiência qual seria o profissional necessário a consultar; um psicólogo, um psiquiatra ou um clínico geral?.

Ficarei muito grata por qualquer orientação.

Atenciosamente, Lourdes Dias

Saudações Lourdes!

Antes de qualquer coisa quero parabenizá-lo por estar buscando informações que poderão ampliar seus conhecimentos e quem sabe auxiliar o seu filho na problemática em questão. Entretanto, devo esclarecer que a opinião aqui apresentada não deverá ser encarada como um diagnóstico e sim uma orientação frente a problemática apresentada ok?

Assim Lourdes, devemos ter clareza que seu filho apresenta através de seu relato um histórico relacionado à dificuldade de aprendizagem. Diversos fatores podem contribuir para que um aluno não obtenha um desempenho esperado e aqui me refiro a uma nota mediana ou a comportamentos apresentados por grande parte dos alunos. Conflitos familiares, baixa autoestima, falta de habilidade social, bulling (comportamentos agressivos ou ofensivos nos colegas), transtornos de aprendizagem como disgrafia, discalculia dentre outros.

Atualmente muito se tem dito sobre o déficit de atenção que pode vir associada a hiperatividade. Mas então Lourdes; o que vem a ser o défict de atenção? Este transtorno de forma muito simplificada atinge a capacidade dos indivíduos em manterem sua atenção em algum conteúdo específico como tarefas escolares, trabalho ou atividades rotineiras. Esses sinais também podem aparecer em pessoas sadias, mas nos portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção são exagerados. Vejamos outras características:

  • Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras pessoas, parece não escutar o que lhe falam;
  • A pessoa é pouco persistente, não completa tarefa, não obedece às instruções passo a passo e não completa deveres, ou tarefas no trabalho, por impaciência ou falta de persistência;
  • Apresenta um estilo de vida desorganizado, tem dificuldade em ser organizado em trabalhos ou outras atividades, em controlar o talão de cheques, contas, etc;
  • Costumeiramente perde objetos ou pertences, como chaves, canetas, óculos, etc;
  • Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita e se mostra relutante a envolver-se em tarefas que exigem um esforço mental prolongado, tais como deveres escolares ou trabalhos de casa;
  • Muda freqüentemente de uma atividade para outra, quase sempre sem completar a anterior;
  • Vive freqüentemente atrasada;
  • Sofre a ocorrência de "brancos" durante uma leitura, conversa ou conferência.

No que tange a esfera do diagnóstico ressalto a importância de se procurar profissionais com experiência sobre o assunto e que esteja devidamente credenciado junto ao órgão que regulamenta sua profissão como o Conselho Federal de Psicologia ou o Conselho Federal de Medicina. Lourdes, tanto o psicólogo como o psiquiatra podem oferecer um atendimento frente a este questão. O Psicólogo através dos testes psicológicos poderá avaliar o nível de atenção e concentração do seu filho identificando assim qualquer tipo de alteração. Já o Psiquiatra poderá fornecer um acompanhando frente as alterações neurológicas que podem estar acontecendo. O ideal seja caso confirmado o diagnóstico Lourdes um acompanhamento com estes dois profissionais pois poderão assim ofertar uma intervenção mais rica e sistêmica para o quadro referido.

Espero ter contribuído para com sua temática me colocando à disposição para quaisquer dúvidas.

Pensamento da Semana

Reflexão


Vitiligo; conseqüências para além da pele


O vitiligo é uma doença de causa desconhecida. Caracteriza-se pela presença de manchas acrômicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação do pigmento melanina, que dá cor a pele) nos locais afetados.

A causa destas alterações ainda não está clara, mas fenômenos auto-imunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, é comum a correlação com alterações ou traumas emocionais que poderiam atuar como fatores desencadeadores ou de agravação da doença.

As manchas típicas do vitiligo são brancas, com total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.

O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.

O vitiligo tem curso crônico. Não há como prever a evolução da doença que pode permanecer estável durante anos, voltar a se desenvolver ou regredir espontaneamente. Em um mesmo paciente pode ocorrer simultaneamente a regressão de algumas lesões enquanto outras se desenvolvem.

Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar interferindo negativamente na evolução da doença. Quando necessário, o acompanhamento psicológico dos pacientes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.

Isto porque a pele tem sido entendida por autores tradicionais da psicologia como o principal meio de contato do sujeito com o mundo. Winnicott (1983) compreende a pele como sendo um importante elemento na constituição do ego, sendo a membrana limitante entre eu e não-eu, nas relações iniciais do bebê com sua mãe. Anzieu (1989) completa, colocando a pele como envoltório relacional do ser humano.

Assim, podemos ponderar com relação ao impacto social, psicológico, ambiental e físico das doenças dermatológicas para o sujeito afetado, e porque não dizer, ao seu grupo de convivência. Somos hoje cada vez mais levados a considerar que um corpo, são ou doente, é sempre um corpo em relação. Médicos, psicólogos e demais profissionais da saúde são levados a considerar no funcionamento somático do paciente e seus desregramentos, um dado indissociável do equilíbrio psíquico do sujeito.

A importância dos estudos com relação à pele torna-se bastante evidente ao considerarmos que se trata do maior órgão do corpo, e são muitas as implicações, tanto no psiquismo do sujeito, quanto em sua vida diária, quando considerada a existência de problemas. Montagu (1988) fala da pele como o mais extenso órgão dos sentidos, e o primeiro a tornar-se funcional em todas as espécies até o momento pesquisadas - humana e animal. Talvez depois do cérebro, seja, segundo o autor, o mais importante de nossos sistemas de órgãos.

As causas psicológicas oriundas dos pacientes que apresentam o vitiligo podem assim ser descritas;

Rebaixamento de sua autoestima;

Isolamento social;

Comportamento ansiogênicos;

Freqüentes crises de choro;

Tonus vital rebaixado;

Pensamentos com conteúdos pessimistas;

Alteração em seu humor;

Irritabilidade;

Portanto, o tratamento para os pacientes que apresentam esse transtorno demartológico deve ser vivenciado de forma individualizada visto cada paciente apresentar um estrutura psíquica e fisiológica única. Todavia o tratamento estará pautado na administração de medicamentos que visem catalisar a estimulação dos melanócitos paralelo a psicoterapia sempre que necessário.

Referências Bibliográficas

Anzieu, D. (1989). O Eu-pele. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Montagu, A. (1988). Tocar - o significado humano da pele. São Paulo: Summus.
Winnicott, D. (1983). O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas