domingo, 1 de agosto de 2010

Vitiligo; conseqüências para além da pele


O vitiligo é uma doença de causa desconhecida. Caracteriza-se pela presença de manchas acrômicas (sem pigmentação) na pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação do pigmento melanina, que dá cor a pele) nos locais afetados.

A causa destas alterações ainda não está clara, mas fenômenos auto-imunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, é comum a correlação com alterações ou traumas emocionais que poderiam atuar como fatores desencadeadores ou de agravação da doença.

As manchas típicas do vitiligo são brancas, com total ausência de pigmento. Têm limites bem definidos e podem apresentar um fino halo de pele mais escura ao seu redor. As lesões não apresentam quaisquer sintomas.

O vitiligo costuma atingir principalmente a face, extremidades dos membros, genitais, cotovelos e joelhos, mas pode chegar a acometer quase toda a pele. Quando atinge áreas pilosas, os pêlos ficam brancos.

O vitiligo tem curso crônico. Não há como prever a evolução da doença que pode permanecer estável durante anos, voltar a se desenvolver ou regredir espontaneamente. Em um mesmo paciente pode ocorrer simultaneamente a regressão de algumas lesões enquanto outras se desenvolvem.

Apesar do vitiligo não causar nenhum prejuízo à saúde física, as alterações estéticas muitas vezes causam distúrbios psicológicos que podem prejudicar o convívio social. O grau de comprometimento emocional pode acabar interferindo negativamente na evolução da doença. Quando necessário, o acompanhamento psicológico dos pacientes em tratamento pode ser fundamental para um bom resultado.

Isto porque a pele tem sido entendida por autores tradicionais da psicologia como o principal meio de contato do sujeito com o mundo. Winnicott (1983) compreende a pele como sendo um importante elemento na constituição do ego, sendo a membrana limitante entre eu e não-eu, nas relações iniciais do bebê com sua mãe. Anzieu (1989) completa, colocando a pele como envoltório relacional do ser humano.

Assim, podemos ponderar com relação ao impacto social, psicológico, ambiental e físico das doenças dermatológicas para o sujeito afetado, e porque não dizer, ao seu grupo de convivência. Somos hoje cada vez mais levados a considerar que um corpo, são ou doente, é sempre um corpo em relação. Médicos, psicólogos e demais profissionais da saúde são levados a considerar no funcionamento somático do paciente e seus desregramentos, um dado indissociável do equilíbrio psíquico do sujeito.

A importância dos estudos com relação à pele torna-se bastante evidente ao considerarmos que se trata do maior órgão do corpo, e são muitas as implicações, tanto no psiquismo do sujeito, quanto em sua vida diária, quando considerada a existência de problemas. Montagu (1988) fala da pele como o mais extenso órgão dos sentidos, e o primeiro a tornar-se funcional em todas as espécies até o momento pesquisadas - humana e animal. Talvez depois do cérebro, seja, segundo o autor, o mais importante de nossos sistemas de órgãos.

As causas psicológicas oriundas dos pacientes que apresentam o vitiligo podem assim ser descritas;

Rebaixamento de sua autoestima;

Isolamento social;

Comportamento ansiogênicos;

Freqüentes crises de choro;

Tonus vital rebaixado;

Pensamentos com conteúdos pessimistas;

Alteração em seu humor;

Irritabilidade;

Portanto, o tratamento para os pacientes que apresentam esse transtorno demartológico deve ser vivenciado de forma individualizada visto cada paciente apresentar um estrutura psíquica e fisiológica única. Todavia o tratamento estará pautado na administração de medicamentos que visem catalisar a estimulação dos melanócitos paralelo a psicoterapia sempre que necessário.

Referências Bibliográficas

Anzieu, D. (1989). O Eu-pele. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Montagu, A. (1988). Tocar - o significado humano da pele. São Paulo: Summus.
Winnicott, D. (1983). O ambiente e os processos de maturação. Porto Alegre: Artes Médicas

2 comentários:

CLAUDINHA disse...

descobri hoje que meu filho de 3 anos tem vitiligo.esta sendo um choque estou sem chão.não sei ainda como lidar com essa doença,peço a DEus pra ter muita fé e cabeça pra ajudar meu filho a enfrentar pois vai ser dificil.me ajudem

Gê Santos disse...

Claudia, não sei como vc está hoje 16.12.2012 mas quero que procure ajuda de um profissional de psicologia ele irá ajudá-la nesse processo de compreensão, de aceitação e principalmente de entender que seu filho precisará muito do seu apoio e da sua força. Se precisar desabafar...gesantosunp@hotmail.com

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