domingo, 19 de dezembro de 2010

Pergunte ao Psicólogo


Pergunta enviado por M.M
Olá, gostaria de saber sobre o poder da nossa mente. É possível que nossa mente desenvolva sintomas de doenças sem agente Tê-las? Por exemplo. Eu descubro que minha família tem um grande histórico de câncer, então eu me informo sobre os sintomas do câncer e não os tiro mais de meus pensamentos, e de repente eu passo a ter muitos sintomas dessa doença. (esse não é meu caso, é so um exemplo).
Isso é possível?
Grato pela atenção.

Caro amigo, primeiramente quero agradecer sua participação neste espaço virtual. Aproveito a oportunidade para pedir desculpas na demora em responder os email´s que estão sendo enviados. Todavia, minha jornada de trabalho neste segundo semestre aumentou de forma abrupta o que tem dificultado maior dedicação a esta tag.
Em relação a pergunta por você enviada M é possível sim, que nossa mente desenvolva sintomas fisiológicos sem a presença de agentes externos que possam desencadear uma determinada patologia. Inicialmente é importante destacarmos que quando nos remetemos ao termo saúde devemos ampliar a nossa percepção sobre o mesmo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde o termo saúde dever ser compreendido como o completo bem-estar físico, mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade.
Portanto, M a mente por você mencionado pode também ser compreendida como vida psicológica. É na esfera psicológica que se encontra nossa saúde mental que nada mais é do que um estado de bem-estar em que o indivíduo percebe suas próprias habilidade e consegue enfrentar as situações estressantes que são comuns nas rotinas diárias e de possuir uma vida ocupacional produtiva.
A esfera psicológica apresenta relação direta com o corpo fisiológico. Você já ouviu aquela frase muita dita pelos professores de academia e esportistas de uma forma geral; "Mente sã corpo são". Qualquer alteração em uma destas vertentes modificará a forma de funcionamento do indivíduo como um todo.
Existe uma psicopatologia um comportamento chamado hipocondríaco que descreve bem a ilustração apresentada por você. Esta doença caracteriza-se pela crença persistente na presença de pelo menos uma doença física grave, progressiva com sintomas determinados, ainda que os exames laboratoriais e consultas com vários médicos assegurem que nada exista. Muitas pessoas quando passam por uma doença grave e se restabelecem ficam sensibilizadas com o que aconteceu, preocupando-se demais.
Portanto, como você pôde perceber M podemos estar falando de uma doença. Assim, caso você tenha maiores interesses sobre a temática apresentada o aconselho a procurar o auxílio de uma profissional podendo este ser um psicólogo ou psiquiatra. Aproveito a oportunidade para mais uma vez esclarecer que as ideias apresentadas neste texto não devem ser compreendidas como um diagnóstico mas sim, como a emissão de uma opinião a uma tema por você indagado.
Espero que minha resposta tenha contribuído para sanar sua dúvida. Um Feliz Natal e um 2012 repleto de saúde e realizações.

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Transplante de órgãos: responsabilidade de todos


Artigo publicado no Jornal Cinorreio Braziliense de 13 de setembro de 2010 como parte integrante da matéria "Apesar do aumento de doadores, espera por órgãos ainda é longa"

O transplante de órgãos e tecidos distingue-se das demais modalidades terapêuticas por ser a única cuja matéria-prima não pode ser comprada, pois, para salvar o paciente, faz-se necessário obter a doação de partes do corpo de um semelhante. A construção da cadeia de solidariedade, como o elo doador-receptor, no qual a partida de um possibilita o renascer de muitos é tarefa complexa, que requer uma intensa articulação entre aqueles que necessitam de transplantes, os profissionais que realizam esse procedimento, os poderes públicos que regulamentam esses atos e a sociedade, que precisa estar sensibilizada para atender ao apelo da doação.
A população, uma vez informada, responde bem a esse apelo. Após cada campanha ou mensagem positiva sobre doação, o país inteiro experimenta imensas ondas de solidariedade, que materializam a tese de Edgar Morin, de que "a espécie manifesta comportamentos solidários, de que nós temos um potencial de solidariedade, a questão é como fazer para despertá-lo", o que nos incita a conceber a solidariedade não apenas como um valor humanista, mas sobretudo como condição prática da sobrevivência de uma sociedade.
O Brasil alcançou, já no primeiro semestre de 2010, a marca de 10 doadores por milhão de habitantes, prevista para o fim do ano. Esse aumento, majoritariamente concentrado em alguns centros, deve-se a ações e iniciativas direcionadas para aumentar a eficiência na detecção e efetivação de doadores, somadas às atividades de capacitação, articulação e sensibilização desenvolvidas pela Associação Brasileira de Transplante de Órgão (ABTO). Decisão política de gestores, planejamento racional, educação e informação são, portanto, elementos infalíveis para uma política de transplantes eficiente.
Em um sistema de saúde descentralizado como o do Brasil, é de vital importância o engajamento dos governos estaduais para combater a desigualdade regional ainda tão gritante. O fosso existente entre os vários "Brasis do transplante" só será reduzido mediante o estabelecimento de metas a serem progressivamente alcançadas pelos gestores estaduais na captação de órgãos para transplantes, definidas a partir do patamar em que se encontram. A história dos direitos à saúde, não se fez num único lance. Essa responsabilidade política e ética é difícil de ser assumida e, exatamente por isso, é uma necessidade assumí-la. Juntos, governo e sociedade, podemos fazer muito.
Autor: Henry de Holanda Campos