quarta-feira, 2 de junho de 2010

Consequências psicológicas e sociais acerca da revelação do resultado de soropositividade para HIV

Antes de discutirmos sobre a temática proposta é imprescindível esclarecermos aspectos conceituais sobre a AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Esta por sua vez é uma doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV (sigla para vírus da Imunodeficiência Humana), que compromete o funcionamento do sistema imunológico, pela destruição dos linfócitos T4, impedindo-os de executar sua tarefa de proteger o organismo contra os agressores externas como, por exemplo, o controle imunológico originado pela exposição a bactérias, vírus e parasitas. Com o avanço da doença, o corpo humano fica cada vez mais a mercê de doenças oportunistas, onde se destaca a pneumonia e alguns tipos de cânceres bastante comuns em pacientes portadores do vírus HIV, que desenvolvem a AIDS (Ministério da Saúde, 1998).
O vírus da AIDS é transmitido através de contato direto e/ou troca de sangue bem como fluidos corporais de uma pessoa já infectada, ou seja, através de atividade sexual sem proteção, ao dividir agulhas, transfusão de sangue contaminado (possivelmente testado) e de mãe para filho por meio de três vias: a via placentária, durante o primeiro trimestre de gravidez; no momento do parto e durante a amamentação (Smeltzer & Bare, 2000).
O diagnóstico de HIV/AIDS está pautado no exame físico, na história clínica do paciente na confirmação dos fatores de risco, nos sintomas e, por fim, na identificação laboratorial (Smeltzer & Bare, 2000).
Atualmente três exames são utilizados para a confirmação da contaminação pelo HIV. O teste ELISA (Ensaio Imunoabsorvente a Enzima) identifica anticorpos destinados especificamente contra o HIV, comprovando que a pessoa foi exposta ou infectada pelo vírus. Não estabelece, portanto, um diagnóstico de AIDS. Caso o resultado apresentado pelo ELISA seja positivo, outro exame é aplicado a fim de confirmar o primeiro – Western blot – que tem como objetivo identificar anticorpos para o HIV. Outro exame, o ensaio da radioimunoprecipitação (RIPA), é utilizado para detecção da proteína encontrado no vírus HIV no lugar dos anticorpos, este teste é o de maior especificidade, sendo também o mais trabalhoso e de alto custo.
Consequencias psicológicas e sociais acerca da revelação do resultado
Segundo Smeltzer & Bare, (2000), os pacientes cujos resultados forem a soronegatividade podem manter o comportamento de risco ou sentimento de que estão imunes ao vírus, sendo estes, decorrentes de uma falsa sensação de segurança. Destaca-se então a necessidade de um constante acompanhamento para esses pacientes no que se refere ao aconselhamento com o intuito de alterar esse padrão de comportamento.
Já os pacientes que recebem o diagnóstico de soropositividade vivenciam sensações completamente distintas das anteriores. Segundo Kaplan (1993), esses pacientes passam por certo nível de ansiedade que pode incluir: agitação, ataques de pânico, insônia, taquicardia ou transtornos fóbicos. Sentimentos de menos-valia, desesperança e depressão também podem ser vivenciados.
As conseqüências interpessoais e sociais decorrentes do conhecimento do diagnóstico podem ser devastadores. Os pacientes podem perder seus parceiros sexuais, serem discriminados em seu local de trabalho ou em sua residência, dificultando e/ou reduzindo seu contato com o meio social. Desta forma, “estar contaminado pelo vírus HIV significa, na maioria das vezes, passar a viver uma situação aversiva onde se observam alterações comportamentais, cognitivas e afetivas” (Avi,2001,p.116).
Por estes motivos Kaplan (1993), esses pacientes devem receber a garantia de que serão realizados todos os esforços necessários para que estes enfrentem as possíveis complicações médicas e psicológicas, juntamente ao apoio familiar, o que auxiliará no alívio da dor e da sensação de desesperança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVI, Giovana Delvan Stuhler. Atendimento Comportamental a Portadores do Vírus HIV. In:GUILHARD, Hélio José et al. Sobre Comportamento e Cognição: expondo a variabilidade. Santo André, SP: ESETec e Editores Associados. 2001. V.7, cap.15,p.116-119
Brasil. Ministério da Saúde – Coordenação Nacional de DST e AIDS. AIDS no Brasil: um esforço conjunto governo-sociedade. Brasília. 1998.120 p.
HAROLD, Kaplan. Aspectos psiquiátricos da Síndrome da Imunodeficência Adquirida(AIDS). In:Compêndio de Psiquiatria: Ciências Comportamentais- Psiquiatria Clínica. Porto Alegre:Artes Médicas Sul, 1993. Cap.11, p. 289-296.
SMELTZER, Suzanne C. & BARE, Brenda G. Tratamento de Pacientes com Infecção por HIV e AIDS. Trabalho de enfermagem médico-cirúrgico.Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 2000. V3, cap.48,p.1288-1315.

1 comentários:

Anônimo disse...

odorei mim ajudou muito no meu trabalho

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