Bom dia pessoal!
Hoje muito feliz! O meu blog Ponto de Equilíbrio comemora mais de 65.000 mil acessos. Ufa! Muito trabalho e dedicação para tentar levar informações, dicas e aconselhamentos para uma vida emocional e psíquica mais saudável.
Não poderia portanto, deixar de agradecer todo o carinho e apoio apresentados por todos.
Valeu!
Aproveito para divulgar o meu espaço no facebook. Acessem e curtem ao máximo.
Acesse: www.facebook.com/psicologosergiosiqueira
quarta-feira, 17 de julho de 2013
quarta-feira, 3 de julho de 2013
domingo, 30 de junho de 2013
Pílulas anti estresse
Você sabia que o estresse é uma reação normal de nosso
organismo? Isso mesmo. Não podemos viver sem nos estressar. Afinal, o termo
estresse está relacionado a nossa capacidade de adaptação frente a situações
novas e/ou inusitadas. O problema que nossa sociedade está exigindo de nós cada
vez dedicação e exigência no que se refere a nossa capacidade laboral e
consequentemente produtiva. Temos que
ser pais, mães, profissionais, filhos, esposos, esposas, namorados, namoradas e
por aí vai.... A cada dia assumimos mais um função e aí é que os problemas
começam a surgir.
Por este motivo resolvi criar esta tag “Pílula anti estresse”.
Desejo informar através de orientações simples formas adequadas de começarmos a
controlar nosso estresse para que ele não se transforme em algo patológico.
Portanto vamos começar.
1 - Evite o estresse desnecessário;
1.1- Aprenda a dizer “não” – Conheça os seus limites e
tente cumpri-los. Seja na sua vida pessoal ou profissional, se recuse a aceitar
responsabilidades adicionais antes de se comprometer com elas. Aceitar mais
responsabilidades do que você consegue ou está preparado é uma receita infalível
para o estresse;
1.2- Evite pessoas que lhe provoquem estresse incapacitante –
se alguém consistentemente lhe irrita em sua vida e você não consegue evitar
que isso aconteça, limite o tempo que passa com essa pessoa. Se isto não for
possível, tente perceber se existem alternativas que o capacitem na
determinação de uma solução intermédia.
1.3 - Tente ganhar controlo sobre o seu ambiente – Se
as noticias dos jornais e TV o fazem ansioso, desligue a TV ou feche o jornal.
O tráfico te deixa tenso, tente ir por um caminho com menos fluxo de veículos.
Se ir às compras sozinho o estressa, arranje companhia. Tente sempre que
possível descobrir uma alternativa que esteja sobre o seu controlo, que possa
decidir por si e executar na hora.
1.4 - Evite tópicos “quentes” – se fica facilmente
chateado com assuntos religiosos ou políticos, ou outro qualquer assunto que
funcione como um gatilho para lhe disparar a resposta de stress, evite, risque
esses assuntos da sua lista de prioridades. Aborde essas questões só em
situações extremamente necessárias e preparado para tal. Se você repetidamente
argumenta sobre os assuntos “incómodos” com as mesmas pessoas, pare de o fazer
ou arranje uma boa desculpa e evite entrar na discussão.
Organize por prioridades a sua lista de coisas a fazer –
analise o seu calendário, responsabilidades, e tarefas diárias. Se tem muitas
coisas para realizar, distinga entre os “deveria” e os “tenho”. Tente perceber
aquilo que realmente importa fazer e não aquilo que acha que deveria fazer.
Tente hierarquizar em termos funcionais as sua prioridades. Por exemplo,
pergunte-se: “de 0 a 10 qual o grau de importância que esta tarefa tem?”, “de 0
a 10 qual destas tarefas tem de estar pronta hoje?”. Coloque as tarefas que não
são efetivamente necessárias no fim da sua lista ou elimine-as mesmo.
E você? Tem se sentido estressado? Compartilhe conosco sua
experiência.
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Psicologia clínica,
Psicopatologia
segunda-feira, 24 de junho de 2013
É IMPORTANTE COLOCAR ALEGRIA NA SUA VIDA!
Existe uma enorme diferença entre
prazer e alegria. Quando conseguimos fazer uma distinção clara, movimentamo-nos
muito mais rapidamente para aquilo que pretendemos atingir na vida e com muito
mais energia. Mihaly Csikszentmihalyi descreve muito bem esta diferença no seu
livro, Flow – o estado psicológico que entramos quando a noção de tempo
desaparece e nos sentimos completamente emersos naquilo que estamos a fazer.
Csikszentmihalyi distingue aquilo que fazemos por prazer (sexo, comer, beber,
descansar, etc.) daquilo que fazemos por alegria e gozo.
A Alegria e gozo, são mais
profundos. A alegria e gozo, envolvem sempre o uso de uma habilidade ou
capacidade, e igualmente a noção de desafio. Certamente o objetivo de subir ao
Evereste, tem como fim último a alegria e contentamento retirada do fato de ter
conseguido ultrapassar o desafio árduo, e assim ter como recompensa todas as
sensações vividas. Desta forma, velejar, jardinar, pintar, jogar futebol,
cozinhar, cantar, ou outra qualquer atividade, envolvem habilidades, como tal constituem
um desafio que leva a alegria, contentamento e gozo. Retirar da vida o que ela
tem de melhor, promover as forças e virtudes de cada indivíduo é uma perspectiva
abraçada pela Psicologia. Esta é uma abordagem que expresso na grande maioria dos meus
artigos, pois olho para a vida de uma forma projetiva, virada para o futuro e
para os objetivos que as pessoas pretendem alcançar através daquilo
que melhor nelas existe. A alegria, é algo inato a todos nós, vimos ao mundo
com um código genético preparado para o sentimento de esplendor, o nosso corpo
é um templo da felicidade, se assim olharmos para ele.
FATOR PROMOTOR
No entanto, para que o gozo
na vida possa ser vivenciado é necessário dominar um conjunto de habilidades. O
gozo emerge do mais íntimo da pessoa, está associado a algo que
depende dela e da aprendizagem e aprimoramento que fez. Por outro lado, dedicar-me
ao ócio, a ficar somente assistindo a filmes, ao sabor de uma bela refeição, de
um cigarro, ou dos videogames não será necessário grande investimento
psicológico ou habilidades para tirar prazer disso. As pessoas que estão
conscientes disso, começam a retirar mais gozo e alegria das suas vidas. Elas
conseguem alcançar o estado psicológico de preenchimento total, de felicidade e
emersão na atividade, conhecido como, “Fluxo”. Melhorar as habilidades e
propor-se a desafios para retirar alegria e gozo dessas mesmas habilidades é um
fator promotor para ter uma vida muito mais agradável e realizada.
Não quero transmitir a ideia de que você não deverá dedicar-se às outras atividades naturalmente prazerosas. Este tipo
de prazer é conhecido no mundo da psicologia como adaptação hedónico (adaptação
natural a acontecimentos considerados positivos e prazerosos). Este tipo de
prazer tem o seu lugar e é importante para o nosso bem-estar, deveremos
usufruir dele. Entretanto se faz necessário perceber que este tipo de prazer
que nos é natural, é regulado pela lei dos retornos decrescentes. Este tipo de
felicidade raramente dura mais que um bom par de horas, atinge um pico e depois
desce. Desta forma, deveremos tentar a coexistir com os dois tipos numa relação
saudável e confortável.
Poderemos encaixar o estado
psicológico de fluxo, no conceito de capital psicológico. Este conceito,
transmite a ideia de que deveremos investir nas habilidades, competências,
virtude e valores que possuímos e associar-lhes um conjunto de sensações de
bem-estar e realização pessoal. Deveremos aumentar o nosso capital
psicológico, com o objetivo de podermos retirar gozo e alegria desse
investimento. Se eu não tiver nenhum tipo de capital financeiro, eu não poderei
comprar nada, não poderei gastar nada. Para gastar é necessário, ganhar, para
ganhar é necessário trabalhar. O mesmo se aplica ao capital
psicológico e ao retorno desse investimento.
IMPORTANTE: Quanto mais
investir, maior será a possibilidade de retorno. Aqui o retorno será em
alegria, gozo, contentamento, gratificação e realização pessoal.
E VOCÊ, EM QUE ATIVIDADE SENTE O
PULSAR DA VIDA?
Partilhe conosco algumas das
atividades em que se sente emerso, alegre, realizado. Grande abraço. Participe
e comente!
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Psicologia clínica,
saúde mental
domingo, 23 de junho de 2013
Sexualidade e Transplante de Órgãos
A sexualidade é um aspecto
central do ser humano ao longo da vida e abrange sexo, identidade de gênero e
papéis, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A
sexualidade é vivida e expressada em pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes,
valores, comportamentos, práticas, papéis e relacionamentos. Enquanto a
sexualidade pode incluir todas as dimensões, nem todas elas são sempre
vivenciadas e expressadas.
A sexualidade é influenciada pela
interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos,
culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais.
Neste contexto, pacientes em
programa de transplante de órgãos vivenciam uma doença crônica de caráter
irreversível, que indubitavelmente altera sua qualidade de vida e
consequentemente sua sexualidade. Assim, o funcionamento sexual é um dos
primeiros aspectos da vida “normal” que é interrompido pelos sintomas físicos e
emocionais acarretados pela doença.
A sexualidade no transplante não
deve ser subestimada, uma vez influencia na qualidade de vida dos pacientes. Na
literatura há poucos estudos que trabalham esta temática nos transplantes. Sem
dúvida, ainda é um tabu conversar sobre este assunto com os pacientes, de modo
que muitos profissionais da saúde não questionam seus candidatos e receptores
de transplante sobre alterações relacionadas a sexualidade.
Tratar sobre a sexualidade não
deve ficar limitados aos pacientes submetidos a um transplante de órgãos, uma
vez que na fase pré-transplante, quando o paciente apresenta uma doença crônica
irreversível, alterações desta natureza causam impacto significativo na sua
vida, incluindo a presença de distúrbios que podem causar problemas no
relacionamento do paciente com seu cônjuge. Neste período, os fatores etiológicos
associados com disfunções sexuais estão associados a condições médicas (doença
crônica, alterações endócrinas, doenças cardiovasculares e alterações
neurológicas), fadiga crônica, perda da libido, uso de medicamentos (agentes
anti-hipertensivos, antidepressivos, anticonvulsivantes, estatinas), além do
uso abusivo de nicotina, álcool, esteroides, anabolizantes dentre outras
drogas.
Os candidatos a um transplante,
desde a indicação para cirurgia, direcionam sua vida para a sobrevivência e
recuperação. Após o transplante os receptores recuperam sua saúde e
resistência, e uma nova questão torna-se importante: quando e quanto a vida
sexual e a intimidade voltarão ao normal? Para responder a este questionamento,
as equipes de transplante precisam estar preparadas para auxiliar seus
pacientes a obterem respostas a esta pergunta.
Indubitavelmente, a sexualidade é
uma parte importante da vida cotidiana e também uma parte de quem somos como
homem, mulher e parceiros. A sexualidade é uma forma de satisfazer as necessidades
para o toque, proximidade, cuidado lúdico e prazer.
Sentimentos sobre a sexualidade
fornecem entusiasmo para a vida, tem grande impacto sobre a autoestima e imagem
corporal, e, sem dúvida, afetam as relações com os outros. Tão importante
quanto isso é para cada um, muitos pacientes e profissionais da saúde das
equipes de transplante não discutem o impacto da doença, do tratamento ou da
cirurgia na saúde sexual dos pacientes.
Dentre os possíveis distúrbios
relacionados à sexualidade nos homens destaca-se a disfunção erétil relacionada
a medicamentos, alterações hormonais, alterações da irrigação vascular da área
pélvica e presença de depressão. Nas mulheres destacam-se a disfunção ovariana,
amenorreia, diminuição ou perda da libido e da fertilidade. Nestes caso, após o
transplante, pacientes do sexo feminino precisam tomar várias precauções para
se evitar uma gestação ainda durante o período de recuperação da cirurgia,
sendo recomendado o uso de métodos contraceptivos. Ressalta-se que a gravidez bem
sucedida após o transplante é possível, no entanto, ela deve ser planejada sob
supervisão médica.
Em relação a atividade sexual, as
equipes de transplante normalmente recomendam esperar de 4 a 6 semanas após a
cirurgia para se iniciar.
Após o transplante os pacientes
ainda podem apresentar pouco interesse no sexo. A perda de interesse em sexo
pode ser devido a problemas muitos reais incluindo as preocupações com a
sobrevivência, medo e depressão, presença de náuseas e vômitos, conflitos de
relacionamento ou qualquer emoção ou pensamento que mantém o longe de se sentir
sexualmente excitado. Isso pode incluir ansiedade do parceiro por não gostar
das alterações no corpo do receptor do transplante. Outras causas de
interrupções na sexualidade podem ter base na presença de doenças, uso de
medicamentos e mudanças físicas no corpo. Estas incluem o ganho ou perda de
peso, acne, crescimento de pelos indesejados ou perda de cabelo. Para alguns
pacientes, cicatrizes, cirúrgicas podem levá-los a se sentir pouco atraente e
assim diminuir o seu interesse pelo sexo.
O Brasil está se tornando uma
referência no que se refere a transplante de órgãos. As equipes envolvidas
buscam constantemente aperfeiçoar todo o processo que se inicia com a inscrição
do paciente na fila única até o transplante propriamente dito. Desta forma,
estudar e buscar compreender de forma mais refinada o tema abordado se faz
presente. Afinal, o principal objetivo de um transplante deve estar pautado no
resgate da qualidade de vida de nossos pacientes.
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domingo, 19 de maio de 2013
Estimule assertivamente sua criança.
Os pais ou os educadores nunca devem
se esquecer de dar feedback à criança. Tanto críticas como elogios são
fundamentais para o aperfeiçoamento, emocional e comportamental das crianças. É
difícil para as crianças ficarem motivadas quando elas não têm certeza se estão
ou não no caminho certo. Sem dúvida que transmitir informação bem estruturada e
frequente (feedback) é uma das coisas mais importantes na árdua tarefa
educacional dos pais ou educadores.
Mas, como todos os pais sabem, às
vezes o feedback que se dá parece ser tudo, menos motivador e orientador. Mesmo
com as melhores intenções, as palavras de encorajamento ou desaprovação podem
facilmente sair pela culatra e muitos de nós temos dificuldade em entender o
porquê. Felizmente, estudos científicos sobre motivação lançaram
luz sobre a razão pela qual alguns tipos de feedback funcionam e outros não. Se
você errou no passado (e quem não cometeu este erro por favor atire a primeira
pedra), ou está com dificuldades de comunicação com a sua criança, então você
pode fazer um trabalho melhor dando
o seu feedback mais assertivo, a partir de agora, aderindo a algumas regras
simples:
REGRA 1
Quando as coisas não correm bem,
seja realista. Não é fácil dizer à criança que ela errou (ou que agiu de forma
inadequada), sabendo que pode causar ansiedade, decepção ou constrangimento. Mas
não cometa o erro de proteger os sentimentos da criança à custa de não
dizer-lhe o que ela realmente precisa ouvir. Lembre-se que sem feedback honesto
a criança não pode descobrir o que fazer de forma diferente (adequadamente) da
próxima vez.
Além disso, não retire o sentido
de responsabilidade à criança pelo que correu mal (assumindo que ela na verdade
não é o principal responsável), só porque você não quer ser “duro” com ela.
Transmitir-lhe uma verdade distorcida, protegê-la de experimentar a frustração
e de gerir o seu próprio erro ou fracasso, dizendo que ela “tentou o seu
melhor” quando está claro que ela não fez, pode deixá-la sentir-se impotente
para melhorar, e inibir a experiência de novas tentativas frente ao mesmo obstáculo.
REGRA 2
Quando as coisas saem mal,
instala-se a dúvida, combata isso. A criança precisa acreditar que o sucesso
está ao seu alcance, não importando os erros que cometeu no passado. Para
implementar esta estratégia, aplique o seguinte:
Seja específico. Observe o que
precisa ser melhorado e o que é que exatamente pode ser feito para melhorar.
Enfatize as ações que ele tem
capacidade para mudar. Falar sobre os aspectos do desempenho que dependem dele,
como o tempo e o esforço que ele colocou em prática, ou o método de estudo que
ele usou.
Evite elogiar o esforço quando
isso não trouxer nenhum benefício. Muitos pais tentam consolar as crianças,
dizendo coisas como “Bem querida, você não fez muito bem, mas trabalhou duro e
realmente tentou o seu melhor.” Esta afirmação até pode parecer reconfortante,
mas garanto-lhe que não é (a menos, claro, se era uma situação sem saída, desde
o início).
Estudos mostram que ser elogiado
por “esforço” depois de uma falha não só faz as crianças sentirem-se estúpidas,
como também lhes transmite a noção que elas não podem melhorar. Nestes casos, é
realmente melhor restringir-se a comentários puramente informativos. Se o
esforço não é o problema, deverá ajudar a criança a descobrir o que é, e o que
pode ser feito no sentido de lhe transmitir confiança e melhorar o processo que
levou ao insucesso, falha, erro ou comportamento inadequado.
REGRA 3
Quando as coisas vão bem, evite
elogiar a habilidade. Eu sei que todos nós gostamos de ouvir o quão inteligente
e talentoso que somos, e tão naturalmente assumimos que a nossa criança quer
ouvir também. É claro que elas gostam. Mas não é o que o elas precisam ouvir
para se manterem motivadas.
Estudos mostram que quando as
crianças são elogiadas por terem uma elevada capacidade, isso acaba por
deixá-las mais vulneráveis à insegurança quando são confrontadas com um novo desafio
principalmente um que seja difícil e possa apresentar-se como uma frustração.
Se for bem sucedido significa que ela é “inteligente”, então ela provavelmente
irá concluir que não é inteligente quando tem ter de esforçar-se mais que o
normal ou o desafio parecer ser mais exigente, ou pior, quando não conseguir ser
bem sucedida.
Certifique-se de que você também
elogia os aspectos do desempenho da sua criança, principalmente aqueles que
estão sobre o controlo dela (que ela é capaz de executar). Fale sobre a sua
abordagem criativa, o seu planejamento cuidadoso, a sua persistência e esforço,
a sua atitude positiva. Elogie as suas
ações, não apenas as habilidades. Dessa forma, quando a criança se encontrar em
apuros mais tarde, vai lembrar-se o que a ajudou a ter sucesso no passado e colocar
esse conhecimento ao seu serviço, fazendo um boa utilização da experiência
anterior
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Pais e filhos
domingo, 12 de maio de 2013
Como manter os laços emocionais no relacionamento?
Por vezes, à medida que a tensão aumenta
nos relacionamentos, seja através das desavenças e pontos de vista opostos, a
tolerância vai diminuindo, a irritabilidade e a frustração vão aumentando. É
usual que a luta pelo controle e pela supremacia tome o lugar
principal. Perante tais cenários é primordial aprender a relacionar-se como
iguais, como parceiros. Isso é crucial. É semelhante ao que muitas pessoas
tiveram de aprender numa rápida
mudança do local de trabalho, por necessidade. É importante perceber
que uma nova forma de estar, de dialogar e abordar temas de tensão tem de existir.
É mais do que apenas aprender novas habilidades de comunicação ou de novas
técnicas sexuais. Isso não irá criar reciprocidade ou igualdade por si mesmo. O
que importa é afastar-se daquilo que aprendeu e não serviu, para iniciar uma
nova abordagem. Esta nova abordagem é pautada na ideia de ter comportamentos e
atitudes que sirvam e promovam o relacionamento, e não apenas os desejos e
necessidades individuais.
Lutas de poder, de supremacia, e
de prisão emocional, são um modelo de amor egoísta, de amor adolescente. A
maioria das pessoas carregam esse modelo com elas nos seus relacionamentos adultos,
consciente ou inconscientemente, dificultando uma aceitação mútua e uma conexão
amorosa entre parceiros. No entanto as pessoas querem sentir-se plenas, e não
terem de viver o medo da rejeição, do castigo ou abandono.
As relações convencionais
com características pautadas em torno da domínio e
controle, conjuntamente com o modelo que transita da adolescência, criam
produtos emocionais destruidores de relacionamentos. Esta falta de igualdade e
desconexão emocional correspondente torna-se visível nas relações, distorcendo
a forma como os casais vivem os relacionamentos, levando na grande maioria
das vezes ao terrorismo íntimo.
O que proponho é a mudança da sua
mentalidade sobre o seu relacionamento e igualmente os comportamentos que o
suportam. Não é uma fórmula, mas sim algo que você tem que trabalhar e praticar.
Algumas orientações que podem
ajudar:
DÊ SEM TENTAR OBTER
Não quero ser radical ao ponto de
transmitir-lhe a mensagem que não deve esperar obter nada das suas ações ou
atitudes relativamente ao seu parceiro, nada disso. Todos esperamos algo.
Mas esse algo deve ser muito mais uma consequência, do que propriamente uma
troca contratual. Deixe de olhar o seu relacionamento como uma transação, um
dar e receber imperativo, um investimento para o qual
se espera um retorno específico. Nós vivemos numa cultura comercial, não
comercialize o seu relacionamento. Em vez disso, pondere a possibilidade de
comprometer-se em demonstrar apoio e amor ao seu parceiro, sem esperar nada de
concreto ou idealizado em troca. Você diz que sente amor? Mostre-o para o seu próprio
bem, ponto final. Essencialmente, isso significa deixar de mover-se por um
auto-interesse secundário. Abandone a sua ânsia de “obter” algo para si mesmo.
Dica: Redirecione as suas
energias para apreciação que cada um pode ter relativamente ao outro, e se distancie
do objetivo autocentrado de tentar obter algo de volta. Vivencie, esse é o seu
retorno.
Talvez tudo isto lhe soe como
algo “angelical” e altruísta. Sim, à primeira vista até
posso concordar. No entanto, se fizer uma análise mais apurada, é fácil
perceber que ”conseguir o amor que você quer”, não é através da
avidez. Se vier livremente, do seu parceiro, até você, isso é ótimo. Mas não
faça disso o seu principal objetivo. Observações de pesquisa clínica têm
mostrado o valor desta forma de relacionamento. Por exemplo, estudos realizados
pelo investigador John Gottman concluíram que o apoio mútuo é
fundamental para uma relação positiva. Isso significa renunciar a grande parte
dos interesses pessoais como o seu objetivo principal e colocar as necessidades
do seu parceiro acima das suas, por difícil e paradoxal que possa parecer.
NIVELE O CAMPO DE AÇÃO
Tentar controlar ou dominar o seu
parceiro através de manobras ostensivas, certamente ajudará a cavar um buraco
no relacionamento. Se for o caso, pondere reformular a sua ideia de
relacionamento, abandone a busca de poder e substitua para: ter poder com…
Para melhorar um relacionamento,
demonstre reciprocidade e igualdade através das suas ações. Isso é mais do que
apenas comprometer-se em torno das diferenças. Mostre através das suas ações
que você reconhece e apoia o seu parceiro como um ser igual, não um “objeto”
para servir, ou frustrar o seu próprio ego. Embarque na experiência da partilha
do poder. Por exemplo, em decisões diárias ou conflitos tente descobrir o que
melhor serve o relacionamento, entre os dois, em vez de qualquer um de vocês.
Que ações, atitudes e ideias constrói maior consideração, respeito e empatia
pelo outro? Além disso, a pesquisa mostra que a decisão compartilhada entre
parceiros, realmente leva a melhores decisões.
Exemplo: Se você tem uma
discussão com o seu parceiro, e qualquer um de vocês consegue distanciar-se do
impacto emocional que a disputa possa ter em vós, ou seja, você não deixa o
assunto transbordar para outras áreas do relacionamento, então ambos os
parceiros sentem-se mais ligados positivamente, em relação ao outro.
COLABORAR PARA O CRESCIMENTO
MÚTUO
Se você foi condicionado em
papéis rígidos que o empurram constantemente para um relacionamento
de terrorismo íntimo associado a um modelo mais tradicional (como a
maioria das pessoas ainda são), reconhecer que isso pode ser mudado é um fator
impulsionador da mudança para melhor. Ter o
objetivo de fazer crescer o relacionamento, deve ser suportado por uma forte honestidade emocional. A
capacidade de expressar os sentimentos, sem ofensas, e sem restrições formam a
base necessária à abertura para expressar os incômodos e as insatisfações, sem
medos. Se os parceiros, forem construindo um campo psicológico aberto à livre
expressão, sem críticas cortantes por parte do outro, mas sim, vontade para a
procura de soluções, certamente o relacionamento desenvolve-se de forma
saudável, beneficiando a ambos.
Como um homem, demonstre o apoio
ativo da autonomia da mulher, independência e competência, e ao mesmo tempo,
mostre que valoriza e apoia a sua sensibilidade emocional e necessidade de
conexão.
Como uma mulher, mostre apoio à
capacidade do homem para a abertura, crescimento, e vulnerabilidade.
Você vai fortalecer o seu
relacionamento, incentivando e apoiando o seu parceiro para promover e
desenvolver as capacidades subdesenvolvidas.
APOIAR UM AO OUTRO COMO PESSOAS
INDIVIDUAIS
Olhe para as diferentes perspectiva,
interesses e desejos como uma experiência a abraçar, não algo a ser
temido ou suprimido. Abraçar as diferenças fornece uma “mentalidade” que ajuda
a manter a relação energizada. Você vai sentir uma maior estimulação e conexão
positiva quando se tratam como seres humanos iguais, como pessoas distintas,
que estão também ligadas. Sentir e demonstrar interesse um no outro, promover o
crescimento e desenvolvimento como indivíduos, constrói maior ligação e energia
emocional, relacional, sexual e espiritual sustentável. Ambos estão
interligados.
A reciprocidade é reforçada
quando também compartilham uma visão maior da vida, valores e propósito geral.
Tenha em mente que a vida próspera do seu relacionamento, é uma troca
de energia em movimento. A energia saudável está sempre fluindo, é flexível,
equilibrada e associada a sentimentos positivos. A energia insalubre é
redutora, rígida, e associada a emoções negativas. Com esta perspectiva
os parceiros têm a capacidade para construir entre eles, um estado de
energia fluída e saudável. A reciprocidade é uma parte crítica para
mantê-lo conectado em torno de uma visão acerca da razão porque está nessa relação.
Se essa é a viagem que pretende fazer, comece hoje mesmo a mudar para melhor.
E você? Quais instrumentos utiliza para manter saudável o seu relacionamento? Comente, participe!
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Terapia de Casal
domingo, 5 de maio de 2013
Saúde mental; um direito de todos
A ideia da saúde mental como a
conhecemos no passado, chegou a um beco sem saída. Ao debruçar-se mais nos
aspetos dos transtornos, focando a sua atenção nas incapacidades e disfunções
das pessoas, tornou-se excessivamente hermética no modelo da doença mental e
não propriamente numa abordagem focada na promoção da saúde mental. Na
atualidade, este antigo modelo não adiciona muita coisa na vida das
pessoas.
Da velha a nova forma de saúde psicológica
Felizmente tem vindo a surgir
na psicologia positiva uma nova forma de
olhar a saúde mental, exatamente pelo prisma principal que é focar muito mais a
atenção nos mecanismos do bem-estar, superação e florescimento do que
propriamente nos mecanismos da perturbação.
A saúde psicológica está a ser
repensada para o bem de todos nós. Existe agora a possibilidade de interpretar,
implementar e alinhar emoções, pensamentos, atitudes, valores e
comportamentos por uma perspectiva positiva.
De acordo com este novo paradigma
de mudanças bruscas na sociedade que abalam o equilíbrio emocional a espaços
curtos, também o velho conceito de psicoterapia e/ou consulta psicológica
deixou de ser um modelo adequado para ajudar as pessoas a lidarem com os problemas do dia-a-dia. O
modelo antigo baseado no processo alterou-se por necessidades impostas da
dinâmica da vida atual para um modelo consultivo orientado para os
resultados. O modelo antigo orientava-se muito mais para o problema específico
da pessoa não dando relevância ao enquadramento da vida da pessoa e ao
fornecimento de ferramentas promotoras de saúde psicológica.
Os desafios psicológicos incluem
uma mistura de questões sociais, econômicas e políticas que afetam a
nós mesmos, aos outros e o nosso futuro coletivo.
O campo da saúde mental está muito preso
dentro de uma mentalidade do século XX, que assumia uma relativa estabilidade e
mudança previsível na sociedade em geral e na vida pessoal em particular. Mas,
como eu descrevo abaixo, o mundo de hoje está em constante alteração, com
rápidas mudanças tecnológicas e interligação global. Esta mudança tem empurrado
a vida das pessoas e as expectativas de futuro para um turbilhão de decisões
constantes. Despertou medos contínuos e fez com que as velhas formas de lidar
com as mudanças e conflitos ficassem ineficazes.
Além disso, apesar da prevalência
da psicoterapia e medicamentos psiquiátricos, os conflitos emocionais continuam
a permear a nossa sociedade. Perturbações psicológicas como
a ansiedade e depressão tem vindo a aumentar entre as pessoas “funcionais”. Ou
seja, quer dizer que uma pessoa funcional, “sem doença mental” tal como poderia
ser diagnosticada no antigo modelo, sofre hoje de estados ansiosos e
deprimidos. Relacionamentos fracassados, casos de divórcio são uma constante,
apesar da prevalência de terapia de casais e de programas “salvadores de
relacionamentos”. Egoísmo desenfreado, narcisismo e mentalidades “fechadas”
influenciam negativamente as vidas pessoais e as políticas públicas.
Pesquisas tem trazido
esclarecimento sobre o papel dos medicamentos e do poder de placebos para a ansiedade e depressão,
revelando uma ausência de provas da eficácia da grande maioria desses
medicamentos, ou pior, que podem alterar o cérebro de maneira prejudicial. Por
exemplo, novos estudos têm vindo a desacreditar a velha teoria do desequilíbrio
químico como a “causa” da depressão. Outros mostram que o efeito placebo de medicamentos é muito mais
profunda do que se pensava anteriormente. Proeminentes investigadores estão
agora criticando o uso excessivo e mau uso de medicamentos psiquiátricos em
geral, e como eles podem afetar o cérebro, a longo prazo.
O IMPACTO PSICOLÓGICO DO MUNDO DE
HOJE
Há um novo ambiente mundial em
que os profissionais de saúde mental têm de conseguir reconhecer e levar em
consideração: as rápidas transformações que todos sentimos no nosso
dia-a-dia. Existe uma turbulência constante e altamente interconectada entre
todos os povos do planeta e, cada vez mais fica clara esta nova realidade que
se apresenta a todos nós como a nova “normalidade”. A antiga visão da saúde
psicológica nem sequer reconhece o impacto dos atuais desafios, muito menos
fornece uma visão de saúde psicológica no contexto deste “novo normal”. O
antigo modelo continua preso às premissas de um pensamento em torno de uma
“normalidade estável” e está desajustado a esta nova realidade que nos empurra
a implementar uma nova mentalidade baseada agora numa “normalidade temporária”
Ironicamente, grande parte do
mundo dos negócios está mais em sintonia com as novas realidades e do impacto
que têm nas organizações, na noção de liderança e na carreira das pessoas. Esta
perspectiva oferece uma imagem melhor acerca do que consiste a saúde
psicológica, hoje, e daquilo que a ajuda a construir. O mundo empresarial de
hoje tornou-se num ambiente de caos, incerteza e perturbação em progresso. Tudo
isto leva a que o ritmo de interrupção aumente, especialmente com a adoção da
mobilização social global, redes sociais móveis e de outras novas tecnologias.
O modelo que irá definir a próxima época é incerto. Este novo modelo de vida e
consequentemente de saúde psicológica será marcado por mais fluidez do que por
qualquer novo paradigma estabelecido. O padrão que se reconhece em tudo isto, é
que não há um padrão. O insight mais valioso é que estamos a caminhar num
sentido crítico, num momento de transformação constante que deita por
terra as velhas formas de adequação à vida e ao equilíbrio emocional.
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saúde mental
domingo, 28 de abril de 2013
Potencialize sua mente! O poder dos pensamentos positivos
Se você fosse colocado num
scanner de ressonância magnética, uma estrutura tubelar que permite imagens de
vídeo das alterações neurais que acontecem no seu cérebro, e verbaliza-se
a palavra “não” associada a imagens negativas durante alguns segundos, seria
possível observar a imensidão de hormônios relacionados ao estresse. Estes
produtos químicos interrompem imediatamente o funcionamento normal do cérebro,
prejudicando o pensamento lógico, a razão, o processamento da linguagem e a
comunicação. Palavras, pensamentos e imagens negativas empobrecem o
ótimo funcionamento do ser humano, a felicidade, o bem-estar e a
satisfação com a vida.
A PALAVRA TEM PODER
Na verdade, apenas ler, pensar ou
verbalizar uma lista de palavras negativas por alguns segundos, poderá ser o
suficiente para fazer disparar numa pessoa a ansiedade e a diminuição do humor.
Acresce o fato de que se a pessoa de forma recorrente passar a refletir sobre
isso, irá sedimentar uma estrutura mental fundamentada na negatividade. Pouco a
pouco, dia após dia, vamos construindo o nosso mundo interno, ou seja, a forma
de pensar e atitudes face ao mundo, aos outros e a nós mesmos. Os tipos de
palavras, pensamentos e atitudes que vamos tendo, no sentido positivo, ou ao
invés do negativo, potencia ou incapacita a nossa mente.
ALERTA: Se você verbalizar a
sua negatividade, ou utilizar por diversas vezes palavras de teor depreciativo,
de incapacidade irá existir uma reação correspondente no seu corpo e neste
caso, serão lançados na corrente sanguínea hormônios relacionados ao stress,
não apenas no seu cérebro, mas eventualmente também no cérebro de quem possa
estar a interagir consigo. Os outros ouvintes irão sentir um aumento da
ansiedade e irritabilidade, comprometendo assim a cooperação e a confiança.
As palavras têm uma forte relação
com os nossos pensamentos, com as nossas crenças e com a forma como nos vemos a
nós mesmos. São armas poderosas ao nosso serviço. A capacidade de
conseguirmos ganhar consciência do
nosso diálogo interno, verbalizado ou não
é extremamente importante para potenciarmos a nossa mente e
consequentemente mudar a vida para melhor.
Se você percebe que utiliza um discurso pessimista, negativista, derrotista e
depreciativo é hora de ponderar a possibilidade de melhorar o seu diálogo interno autocrítico.
CICLOS NEGATIVOS
O pensamento negativo também é
auto-perpetuador e quanto mais você se envolver no diálogo negativo, em casa ou
no trabalho, mais difícil será
romper este difícil ciclo. Palavras negativas, ditas com raiva, fazem ainda
mais danos. Elas enviam mensagens de alarme através do cérebro, interferindo com
os centros de tomada de decisão do cérebro (lobo frontal), e isso aumenta a propensão para que uma
pessoa aja irracionalmente.
O medo excessivo é incapacitante,
tolda-nos o raciocínio e inibe-nos muitos dos nossos comportamentos.
Palavras como pobreza, doença, morte, crise, acidente, estimulam o cérebro de
forma negativa. E mesmo que esses pensamentos de medo não sejam reais, outras
partes do seu cérebro (como o tálamo e amígdala) reagem a fantasias ou imagens negativas, como se
fossem ameaças reais que ocorrem no mundo exterior. Curiosamente, parece que
estamos programados para nos preocuparmos. Talvez esta propensão para
a preocupação seja um artefato de memórias antigas, herdadas de
tempos ancestrais, quando havia incontáveis ameaças à nossa sobrevivência.
PARA INTERROMPER ESTA PROPENSÃO
NATURAL A PREOCUPAR-SE EXCESSIVAMENTE, AO PONTO DE TORNAR-SE UM INCÓMODO,
DUAS ETAPAS SIMPLES PODEM SER EFETUADAS:
Primeiro, pergunte a si mesmo: “A
situação é realmente uma ameaça para a minha sobrevivência pessoal?”
Normalmente, não é, e quanto mais rápido você conseguir interromper a reação da
amígdala (regulador emocional) de uma ameaça imaginária, mais rápido conseguirá
tomar medidas para resolver o problema.
Segundo, depois de ter
identificado o seu pensamento negativo (que muitas vezes opera abaixo do nível
da consciência), você poderá reformulá-lo, escolhendo concentrar-se em
palavras e imagens positivas. Aumentando assim, a possibilidade de diminuir a ansiedade e a
depressão, e pouco a pouco diminuir também os pensamentos negativos
subconscientes.
CICLOS POSITIVOS
Quando ensino aos meus
clientes como mudar
pensamentos negativos para pensamentos positivos, o processo de comunicação
com a própria pessoa melhora, promovendo o seu auto-controle e confiança. Mas
há um problema, o cérebro não responde tão prontamente aos nossos pensamentos e
palavras positivas. Eles não são uma ameaça para a nossa sobrevivência, o
cérebro não precisa responder tão rapidamente como faz para palavras e para
pensamentos negativos.
Para superar esse viés neural
para a positividade, devemos repetidamente e conscientemente gerar
tantos pensamentos positivos quanto conseguirmos. De acordo com
os princípios da Psicologia Positiva, é preciso
gerar pelo menos três pensamentos e sentimentos positivos para cada expressão
de negatividade. Se você expressar menos de três, torna-se extremamente difícil
inverter o processo. Esta ideia é reforçada por uma pesquisa de Marcial Losada com equipes corporativas, e uma
pesquisa de John Gottman com casais conjugais. Fredrickson, Losada, e
Gottman perceberam que se você quiser que o seu negócio e os seus
relacionamentos pessoais realmente prosperem, você precisa gerar pelo menos
cinco mensagens positivas para cada diálogo ou pensamento negativo que tenha,
por exemplo, “Estou desapontado” ou “Isso não é o que eu esperava” contam como
expressões de negatividade, tal como fazer uma careta ou um aceno de cabeça.
Nem sequer importa se os seus
pensamentos positivos são irracionais, ainda assim melhoram o seu sentimento de
bem-estar, felicidade e satisfação com a vida. Na verdade, o pensamento positivo pode
ajudar-nos a construir uma atitude melhor e mais otimista em relação à vida.
Pensamentos e palavras positivas
impulsionam os centros motivacionais do cérebro para a ação e ajudam-nos a
construir a resiliência quando nos deparamos com os problemas da vida. Segundo Sonja Lyubomirsky, uma das principais
investigadoras do mundo sobre a felicidade, se você quiser desenvolver uma
maior satisfação ao longo da sua vida, deve regularmente envolver-se em
pensamentos positivos sobre si mesmo, focar-se nas suas experiências mais
felizes, relacionar-se bem com os outros, e saborear cada experiência positiva
na sua vida.
E você? Como lida com seus pensamentos negativos?
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domingo, 21 de abril de 2013
O incrível poder da motivação

A motivação é, literalmente, o
desejo de fazer as coisas. É o elemento crucial na definição e execução de
metas. O mais extraordinário e capacitador é que você pode influenciar os seus
próprios níveis de motivação e auto controle. Para que a motivação possa ser
canalizada com eficácia e objetividade é necessário descobrir o que você quer.
Alguma vez você disse a si mesmo
que queria fazer algo, mas depois nunca deu o passo seguinte? Talvez você
quisesse perder alguns quilos, parar de fumar ou encontrar um emprego melhor.
Às vezes você não termina o que iniciou, ou talvez mesmo não comece algo
que desejava, porque não sabe exatamente o que quer, por onde começar ou não
acredita em si mesmo. Então, há momentos em que o seu humor ou sentimentos
sobre as coisas impedem-no de prosseguir. É como se o seu diálogo interno auto
crítico matasse a sua motivação.
A MOTIVAÇÃO É UM CATALISADOR PARA
O SUCESSO
A motivação é
vital se você quiser ter um bom desempenho. Esta força, intenção, energia,
vontade ou aquilo que você lhe possa chamar vem de dentro, tem de pertencer-lhe
e viver dentro de si. Ninguém vai ser capaz de influenciá-lo se você for
resistente, por isso, a motivação é algo que depende de você. Quero
dizer-lhe que é possível aprender a criar e a manter o impulso durante tempos
difíceis que eventualmente esteja a enfrentar. Você é a força motriz capaz de
manter-se no caminho para o êxito, as outras pessoas podem ajudar, mas no final
você detém o poder. Se não aprender como caminhar durante os tempos difíceis, e
a enfrentar de forma tenaz as adversidades e os contratempos da vida, terá
perdido antes mesmo de começar.
Às vezes, a motivação é
temporária ou completamente inexistente. Você pode ter-se sentido animado para
começar alguma coisa, pode ser que até tenha feito algumas coisas mas com o
passar do tempo acaba por desistir.
Desta forma, porque não aprender
algumas estratégias que vão permitir trabalhar sua motivação. Mantendo-a e
também potencializando-a.
PRIORIZAR E FOCAR-SE
OBJETIVAMENTE
Por vezes, a falta de motivação
emerge da percepção de uma vida sobrecarregada. O stress está cada vez mais
intenso, chegando ao ponto da nossa capacidade de resposta ser inferior aos
desafios e tarefas que temos que desempenhar. Provavelmente muitas coisas estão
acontecendo ao mesmo tempo, vamos sentindo o desanimo quando os nossos esforços
não chegam para a resolução dos problemas. Instala-se a frustração e a confusão
mental. Perdemos o nosso foco naquilo que devemos dar prioridade e sentimos
dificuldade em organizar o dia a dia.
Como resultado nossa indignação
vai crescendo, quanto mais esforço se faz pior nos sentimos. Então o que
pode ser feito? Você precisa descobrir o que é mais importante e focar-se
nesse objetivo. Depois de concluída essa tarefa ou resolução do problema,
deverá passar para o próximo.
Isto parece óbvio, mas a maioria
das pessoas não pensa muito sobre o assunto. É claro que numa situação de
ausência de motivação, é muito difícil arranjar força para fazer
algo. Mas, então como pode você propor-se a fazer algo se não se sente
motivado? Não deve movimentar a sua vontade pelo sentimento presente, mas
sim pela ideia daquilo que pretende alcançar. Para facilitar este processo deve
ter em mente que existe a possibilidade de vir a ser bem sucedido (ver os
benefícios do objetivo na sua mente). Depois, é apenas uma questão de focar a
sua energia nos passos e processo que o conduzirão ao resultado pretendido.
Durante o processo você pode ainda visualizar, e pensar sobre como se sentirá
depois de conseguir alcançar o seu objetivo. E,
é com este sentimento que a sua motivação pode aumentar e manter-se firme no
caminho do resultado pretendido.
DESAPEGAR-SE DO SEU SENTIMENTO DE
INCAPACIDADE
Se você se encontra num estado
abatido, sentindo-se deprimido, ansioso, desesperançado ou desesperado,
provavelmente tem tendência para orientar o seu dia a dia por esses sentimentos
negativos que lhe sugam a motivação, energia e força de vontade. Ao
focar-se nesses sentimentos pouco a pouco a sua mente perde a noção das
possibilidades que existem e foca-se apenas num cenário catastrófico e
desanimado.
Se você se encontra de alguma
forma numa situação parecida, digo-lhe que é possível reverter o seu processo
de raciocínio e passar a orientar-se por um sentimento que lhe dê
esperança. Mas, então como é que isso se faz na prática? Você deve
distanciar-se daquilo que nesse momento sente (refiro-me aos sentimentos e
sensação que o colocam em baixo). Não deve querer deixar de sentir aquilo que
sente. Não é isso que funciona. O que é útil e eficaz é, mesmo sentido-se mal,
criar uma imagem mental daquilo que você quer, como gostaria de vir a
sentir-se, e visualizar-se a fazer algo que permita atingir o que deseja.
Utilize o passo anterior para
reorientar o seu foco, colocando-o em sentimentos positivos e construtivos que
lhe transmitam capacidade, esperança e alegria. Para isso, faça uso da sua
imaginação. A ferramenta para guiar a imaginação para onde pretende é a atenção
através do seu poder de foco.
MANTER O SEU OBJETIVO POSITIVO EM
MENTE
Quanto mais você pensar em algo
positivo, melhor a chance disso tornar-se numa realidade. Mantenha o seu
objetivo na vanguarda de sua mente. Se você quer que algo aconteça, como por
exemplo sentir-se bem, deve perspetivar que coisas gosta de fazer que lhe dão
prazer e satisfação. Em seguida deve focar-se nisso, ter isso presente na sua
mente em forma de imagens. Construa um conjunto de lembretes. Por exemplo,
colocando palavras de incentivo agendadas no seu celular, ou escrevê-las numa
folha e colocar na porta do seu quarto, pode relembrar-se antes de ir deitar-se
e logo pela manhã antes de sair de casa. Se é algo que você quer que aconteça,
deve orientar-se em consciência e não apenas por aquilo que sente
(principalmente se forem sentimentos negativos que nessa altura prevaleçam).
Faça um plano para dar um pequeno passo todos os dias no sentido de
aproximá-lo da realização. Estes pequenos lembretes e ações promovem a sua
motivação. Não fique frustrado com o fato de isso ainda não ser uma realidade,
no entanto, continue a focar-se no quão bom será quando lá chegar.
MANTENHA RELAÇÕES SOCIAL
SAUDÁVEIS
Se o seu objetivo envolve a
mudança, alteração de crenças e reestruturação de
pensamentos, pode ser difícil fazê-lo sozinho. Alterar hábitos, formas de
pensar e de olhar o mundo, quando se está numa situação de desanimo pode
parecer impossível. Procure alguém, um grupo, um conselheiro, consultor,
psicólogo que possam orientá-lo e fornecer-lhe informação mais detalhada sobre
como pode ser mais eficaz, positivo e reaver esperança no futuro e em si mesmo.
Querer fazer tudo sozinho e desapoiado pode vir a comprovar-se como uma
estratégia ineficaz. Você pode até conectar-se com alguém que já andou
por caminhos semelhantes e perguntar-lhe que estratégias seguiu.
FOCAR-SE NO POSITIVO E NÃO NO
NEGATIVO
O condicionamento cultural
ensina-nos a sermos críticos, mas por vezes de forma exageradamente negativa.
Não pense sobre as dificuldades, reconheça-as para que possa planejar
adequadamente, mas não se concentre e fixe demasiadamente nelas. Essa seria a
maneira mais simples de destruir a sua motivação. Foque-se no resultado e como
isso irá beneficiá-lo. Se você está procurando um emprego,
por certo deve focar-se no processo de entrevista, mas isso não deve impedi-lo
de pensar na possibilidade de ser bem sucedido. Dirija a sua energia para
o que você quer que lhe aconteça. Certamente a sua motivação irá aumentar e
ajudá-lo a obter o que deseja.
Lembre-se ninguém nasce motivado. É com base em
nossos desejos, sonhos que construímos nossos objetivos e nos tornamos, ou não
motivados para alcançá-los. E você? Tem se sentido motivado para realizar seus objetivos?
Compartilhe conosco sua experiência. Forte abraço!
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domingo, 14 de abril de 2013
Essa tal ansiedade...
A ansiedade é um
grande mal da civilização contemporânea. Ela decorre normalmente da excitação
constante em que vivemos, das situações de stress e de pressão, principalmente
no âmbito profissional.
A vida agitada, a velocidade dos acontecimentos, o excesso de informações, a
aceleração do tempo, tudo isso estimula excessivamente o Sistema Nervoso
Central, que geralmente é incitado diante de situações de perigo. Esta emoção é
da mesma família do
medo, distinguindo-se dele pelas motivações – no caso do medo, as causas são
concretas, evidentes, enquanto no da ansiedade, todos os sintomas são gerados
pela expectativa, por motivos vagos e abstratos, mais subjetivos.
Fruto de uma conexão entre
sintomas orgânicos e psíquicos, a ansiedade é inerente ao sistema biológico
do homem,
precedendo eventos que envolvem tensão, perigo ou apreensão. Seus sintomas são
patentes e inegáveis, mas não necessitam de tratamento, pois são passageiros.
Eles são desencadeados a partir de uma descarga da Noradrenalina, um neurotransmissor produzido
nas glândulas supra-renais, nos lócus cerúleos e no núcleo amigdalóide. A
ansiedade provoca então sinais físicos de que algo está errado, tais como taquicardia, sudorese, tremores, tensão
muscular, aumento das secreções urinárias e fecais, aumento da mobilidade
intestinal, cefaléia, fadiga, insônia, falta de ar, sensação de desmaio,
dores no peito, boca seca, dificuldades de engolir e de relaxar, um nó na
garganta, entre outros.
Um estado agudo da ansiedade pode
provocar um transtorno conhecido como Síndrome do Pânico, que exige tratamento
específico. A ansiedade tem-se tornado companheira assídua na vida de grande
parte das pessoas, dependendo da vida que elas levam, quase sempre de baixa
qualidade. Infelizmente, ela pode causar um rebaixamento da auto-estima, pois o
indivíduo começa a acreditar que é incapaz de realizar determinadas tarefas. A
partir deste momento, ele passa a conviver também com o medo, principalmente o
de errar, o que às vezes provoca uma paralisia nas ações e atitudes,
impedindo-o até mesmo de tentar executar um trabalho.
Acredita-se também que
acontecimentos traumáticos do passado – algo dito por alguém, uma ofensa, uma
calúnia, uma ação negativa que, a partir de um dado momento, repercute na vida
da pessoa atingida – podem estar nos bastidores das histórias que desencadeiam
a ansiedade, representando o papel de fatores invisíveis destes distúrbios
emocionais. Muitas vezes é necessário recorrer a uma terapia, aliada a um bom
tratamento psiquiátrico e a outras terapêuticas complementares, para se
libertar desse mal psíquico, encontrando
assim um meio de superação deste desafio, e uma existência imbuída de melhor
qualidade e de um constante amadurecimento mental.
Toda emoção tem na nossa vida um
papel positivo e um negativo. O aspecto positivo da ansiedade é que ela exerce
também a função de sinal de alerta em nosso organismo, contribuindo para a sua
auto-preservação. Não deve ser considerada um estado normal, mas de certa forma
é uma resistência saudável, que assim indica algo negativo ocorrendo no sistema
emocional do indivíduo. Curioso observar, nesse aspecto, os animais, que também
passam por esta experiência, ao se prepararem para fugir ou para lutar, meios
próprios de se preservarem. O homem ainda tem lembranças impressas, na mente e
no corpo, dos seus tempos de habitante das cavernas, quando vivia em estado de
alerta, lutando pela sobrevivência. Desde esses tempos nem tão remotos, o
Sistema Nervoso Central vivia estimulado para enfrentar os perigos, que não
eram poucos.
Os riscos da sociedade atual,
porém, são interpretados como preponderantes aos fatores biológicos dos antigos
primatas. A ameaça de perder o status, o poder, os amores, os amigos, as
possibilidades de concretizar determinados planos, a proximidade do
desconhecido, do novo, e outros tantos perigos modernos, são fatores
desencadeantes deste desequilíbrio emocional.
A ansiedade só não pode se tornar
patológica, porque a partir deste estágio ela impede o crescimento, o
desenvolvimento e o enfrentamento das dificuldades, restando ao paciente uma
paralisia emocional que dificulta sua vida e bloqueia os mecanismos psíquicos
de adaptação às novas situações e contextos existenciais.
E você? Como lida com sua ansiedade? Deixe sua participação e experiência!
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