Os pais ou os educadores nunca devem
se esquecer de dar feedback à criança. Tanto críticas como elogios são
fundamentais para o aperfeiçoamento, emocional e comportamental das crianças. É
difícil para as crianças ficarem motivadas quando elas não têm certeza se estão
ou não no caminho certo. Sem dúvida que transmitir informação bem estruturada e
frequente (feedback) é uma das coisas mais importantes na árdua tarefa
educacional dos pais ou educadores.
Mas, como todos os pais sabem, às
vezes o feedback que se dá parece ser tudo, menos motivador e orientador. Mesmo
com as melhores intenções, as palavras de encorajamento ou desaprovação podem
facilmente sair pela culatra e muitos de nós temos dificuldade em entender o
porquê. Felizmente, estudos científicos sobre motivação lançaram
luz sobre a razão pela qual alguns tipos de feedback funcionam e outros não. Se
você errou no passado (e quem não cometeu este erro por favor atire a primeira
pedra), ou está com dificuldades de comunicação com a sua criança, então você
pode fazer um trabalho melhor dando
o seu feedback mais assertivo, a partir de agora, aderindo a algumas regras
simples:
REGRA 1
Quando as coisas não correm bem,
seja realista. Não é fácil dizer à criança que ela errou (ou que agiu de forma
inadequada), sabendo que pode causar ansiedade, decepção ou constrangimento. Mas
não cometa o erro de proteger os sentimentos da criança à custa de não
dizer-lhe o que ela realmente precisa ouvir. Lembre-se que sem feedback honesto
a criança não pode descobrir o que fazer de forma diferente (adequadamente) da
próxima vez.
Além disso, não retire o sentido
de responsabilidade à criança pelo que correu mal (assumindo que ela na verdade
não é o principal responsável), só porque você não quer ser “duro” com ela.
Transmitir-lhe uma verdade distorcida, protegê-la de experimentar a frustração
e de gerir o seu próprio erro ou fracasso, dizendo que ela “tentou o seu
melhor” quando está claro que ela não fez, pode deixá-la sentir-se impotente
para melhorar, e inibir a experiência de novas tentativas frente ao mesmo obstáculo.
REGRA 2
Quando as coisas saem mal,
instala-se a dúvida, combata isso. A criança precisa acreditar que o sucesso
está ao seu alcance, não importando os erros que cometeu no passado. Para
implementar esta estratégia, aplique o seguinte:
Seja específico. Observe o que
precisa ser melhorado e o que é que exatamente pode ser feito para melhorar.
Enfatize as ações que ele tem
capacidade para mudar. Falar sobre os aspectos do desempenho que dependem dele,
como o tempo e o esforço que ele colocou em prática, ou o método de estudo que
ele usou.
Evite elogiar o esforço quando
isso não trouxer nenhum benefício. Muitos pais tentam consolar as crianças,
dizendo coisas como “Bem querida, você não fez muito bem, mas trabalhou duro e
realmente tentou o seu melhor.” Esta afirmação até pode parecer reconfortante,
mas garanto-lhe que não é (a menos, claro, se era uma situação sem saída, desde
o início).
Estudos mostram que ser elogiado
por “esforço” depois de uma falha não só faz as crianças sentirem-se estúpidas,
como também lhes transmite a noção que elas não podem melhorar. Nestes casos, é
realmente melhor restringir-se a comentários puramente informativos. Se o
esforço não é o problema, deverá ajudar a criança a descobrir o que é, e o que
pode ser feito no sentido de lhe transmitir confiança e melhorar o processo que
levou ao insucesso, falha, erro ou comportamento inadequado.
REGRA 3
Quando as coisas vão bem, evite
elogiar a habilidade. Eu sei que todos nós gostamos de ouvir o quão inteligente
e talentoso que somos, e tão naturalmente assumimos que a nossa criança quer
ouvir também. É claro que elas gostam. Mas não é o que o elas precisam ouvir
para se manterem motivadas.
Estudos mostram que quando as
crianças são elogiadas por terem uma elevada capacidade, isso acaba por
deixá-las mais vulneráveis à insegurança quando são confrontadas com um novo desafio
principalmente um que seja difícil e possa apresentar-se como uma frustração.
Se for bem sucedido significa que ela é “inteligente”, então ela provavelmente
irá concluir que não é inteligente quando tem ter de esforçar-se mais que o
normal ou o desafio parecer ser mais exigente, ou pior, quando não conseguir ser
bem sucedida.
Certifique-se de que você também
elogia os aspectos do desempenho da sua criança, principalmente aqueles que
estão sobre o controlo dela (que ela é capaz de executar). Fale sobre a sua
abordagem criativa, o seu planejamento cuidadoso, a sua persistência e esforço,
a sua atitude positiva. Elogie as suas
ações, não apenas as habilidades. Dessa forma, quando a criança se encontrar em
apuros mais tarde, vai lembrar-se o que a ajudou a ter sucesso no passado e colocar
esse conhecimento ao seu serviço, fazendo um boa utilização da experiência
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