Olá!
Meu nome é Felipe, tenho 26
anos e não sei mais o que fazer. Tenho autoestima muito baixa, já fui a dois
psicólogos e não consegui me sentir melhor.
Há mais de cinco anos que venho me
sentindo desta forma; mais feio menos inteligente do que as outras pessoas,
isso em todo lugar que tenha gente.
Até os 16 eu não apresentava nada
disso, com 17 comecei a apresentar um quadro de acne, o que me levou a ficar
mais introspectivo. Com 18 anos ela foi desaparecendo e eu fiquei com algumas
cicatrizes (que são bem tranqüilas) e linha de expressão um pouco mais
acentuada do lado da boca. Também sou bem baixinho.
Enfim, desde então não consigo passar
um dia sequer sem pensar na minha autoimagem, mas posso dizer que escuto mais
elogios (que sou bonito, inteligente, bom aluno, funcionário, etc.) do que
criticas.
Aonde quer que eu vá fico pensando o
que as pessoas estão achando de mim, tenho a impressão de que elas ficam me
reparando, quando converso com alguém tenho que pensar no assunto que estamos
discutindo e ao mesmo tempo tentando imaginar qual será o julgamento que ela
está fazendo de mim.
Com isso não consigo fazer nada
direito, não concentro no trabalho, na faculdade, é muito difícil me
relacionar, arrumar uma namorada, sempre tem alguém melhor do que eu.
Quero saber o que posso fazer,
preciso dar um jeito de deixar isso de lado e viver.
Grato
Primeiramente quero agradecê-lo pelo
confiança e disposição em me escrever e claro, destacar sua perseverança e
coragem. É muito difícil encontrar pessoas tão jovens conscientes da
importância da saúde mental.
Através do seu relato Felipe, me
pergunto se realmente você lida tão bem com o processo desencadeado pela acne.
Ressalto que é muito comum adolescentes apresentarem o quadro mencionado por
você. Vale destacar que o processo inflamatório da derme popularmente conhecido
como espinha pode variar de pessoa para pessoa. Diversos fatores contribuem
para sua emissão ou agravamento como alimentação, produção de hormônios,
determinadas medicações, pouco higiene dentre outros. Portanto, é de extrema
relevância procurar um médico dermatologista para analisar e tratar o caso.
Isso mesmo. Acne tem tratamento.
Outro ponto destacado por você: “lido
bem com isso”, “na verdade ouço mais elogios do que críticas”, “sou bem
baixinho” e por fim “desde então não consigo passar um dia sequer sem pensar na
minha autoimagem”. Felipe consegue perceber quantas ambivalências você
apresentou em seu texto? Ora você se sente bem, confiante. Ora apresenta um
grande sentimento de menos valia.
Diante do apresentado considero
importante destacar alguns pontos. Primeiro devemos compreender o que é
autoestima e como ela é formada.
De uma forma mais simplificada este
sentimento consiste na forma como elaboramos a nossa percepção sobre nós
mesmos, ou seja, como nos vemos; bonitos, feios, atraentes, inteligentes e
extrovertidos. Claro que nossa autoestima está relacionada com nossos
“defeitos” ou características físicas e comportamentais que não gostamos muito.
Para que nossa autoestima seja formada ou elaborada é necessário que analisemos
3 importantes variáveis. São elas;
1. O que eu penso sobre
mim;
2. O que as pessoas
que me cercam pensam sobre mim;
3. E por fim, o que eu
penso que as pessoas acham de mim.
Felipe através destas 3 variáveis é
que vamos compreender a forma como você estrutura sua autoestima.
Fica claro, portanto, que o
sentimento de autoestima está diretamente relacionado ao processo de
aprendizagem, ou seja, ao analisarmos o caso apresentado por você devemos
realizar o que chamamos de analise funcional e descrevermos de forma
sistemática todos os comportamentos que são considerados por você como problema
identificando a frequência com que os mesmos acontecem e quais os estímulos que
o desencadeiam. Através desta análise o psicoterapeuta comportamental poderá
planejar seu plano de ação.
Ilustrando minha explicação; como o
Felipe percebe as pessoas baixinhas? Elas são menos atraentes? Não conseguem
ter sucesso profissional? E suas marcas de expressão o que elas representam
para você? Por que as meninas teriam menos interesse por você? Estes questões,
por exemplo, poderiam ser abordadas em sua terapia.
Portanto, Felipe considero
interessante que você busque o seu terceiro psicológico. Um profissional que
trabalhe com a abordagem Comportamental. Acredito que você terá uma maior
identificação. Aproveito para destacar que o explanado aqui não deve ser
encarado como um diagnóstico e sim como uma orientação.
Mais uma vez Felipe agradeço sua
atenção e conto com seu apoio na divulgação deste espaço virtual.
1 comentários:
Puxa achei que ele teria uma resposta solucionadora.
Tenho o mesmo problema fui no terapeuta e ele me mandou pesquisar em livros na internet.
É triste isso, não temos apoio de ninguém, a mídia narcotizadora impõe esteriótipos ditos como perfeitos, qualidades interiores não valem mais nada, a beleza, altura valem muito sim, nós baixinhos somos invisíveis praticamente para as mulheres.
Todo homem precisa de afeto e atenção, se sentir importante para o sexo oposto, com este apartheid maldito, não temos condições de chegar na menina e não ser humilhados.
Caras de altura superior conseguem em uma noite o que um cara de baixa estatura não consegue em uma vida.
Isto é injusto, somos todos racionais.
Fico muito triste por não ter horizonte em relação a mulheres, elas não dão nenhuma esperança. Dizem que esperam um homem carinhosos e legal, mas só se ele for alto.
A discriminação está em alta, um preconceito irracional, corroendo o emocional de muita gente.
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