sábado, 9 de abril de 2011

Solidariedade; a dor compartilhada pelo Brasil


Torna-se praticamente inevitável não comentar sobre o terrível fuzilamento ocorrida na Escola Municipal Tasso da Silveira localizada no estado do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (07/04).

O resultado? 13 adolescentes mortos, 22 feridos e um assassino também morto após suicidar-se. Sem sombra de dúvidas este acontecimento abre mais uma vez uma grande discussão acerca de diversos problemas sociais ocorridos em nosso país como, por exemplo; falta de controle por parte de nossos governantes no que se refere ao contrabando de armas, violência exacerbada nas mais diferentes esferas, despreparo de profissionais, falta de ações profiláticas no que tange a saúde mental de nossa população dentre outros.

Bem! Após o atentado os canais de televisão não paravam de procurar de forma desesperada alunos, pais ou testemunhas que pudessem apresentar ou relatar o que de fato teria acontecido. Não sei se todos concordam comigo, mas inicialmente algumas informações não “batiam” quando nos remetíamos a outros canais de TV.

Sei que as intenções destes canais pautam-se grande parte das vezes em promover situações para que seu IBOPE aumente e consequentemente também seus lucros.

E diante desta realidade me chamou muito a intenção quando uma criança de aproximadamente 12 anos apoiada por sua genitora deu uma entrevista com grandes detalhes para os repórteres. Esse momento comoveu várias pessoas. Não se falava de outro assunto.

A menina ganhou um espaço na mídia. Não demorou ela já estava em uma das maiores emissoras do país participando de um programa de TV. Bem vestida, com o cabelo mais produzido e mais uma vez acompanhada por sua genitora.

Preocupa-me sinceramente a atenção que esta pré-adolescente tem recebido diante de um momento tão doloroso e marcante. Acredito que seja interessante pensarmos sobre este comportamento que estamos tendo. Refiro-me a nós, porque afinal de contas se assistimos e damos audiência para o programa também concordamos que esta atenção e supervalorização realmente se faz necessária.

Então me pergunto: será que depois de passado alguns dias os canais de TV continuarão a monitorar esta garota? Não podemos nos esquecer que a vivência de situações tão traumáticas podem desencadear uma cascata de problemas comportamentais e psicológicos como; crises de ansiedade, fobias, alteração na qualidade do sono e apetite, estresse pós-traumático dentre tantos outros. Acredito que seja interessante avaliar esta postura.

Outro ponto que gostaria de explanar está ligado as diversas reportagem e questionamentos que a mim foram reportados no que tange o quadro psicopatológico do assassino, ou seja, o mesmo poderia ser considerado um sociopata mais comumente conhecido como psicopata? A resposta é afirmativa. O cidadão em questão apresentava um comportamento de ira para com o ser humano especialmente para com as mulheres. Observando algumas entrevistas que nos reportavam a sua história de vida pôde-se identificar que o mesmo apresentava comportamento de agressividade em alguns momentos, de forma singela, nenhum interesse no contato humano, total falta de empatia e claro uma capacidade de encenação, afinal mesmo com esse “jeitinho estranho”, que em uma linguagem mais elaborada poderia ser descrito como fundo esquizóide conseguia manter um espaço em nossa sociedade para trabalhar e sanar suas necessidades mais básicas.

Vale ressaltar que o diagnóstico para sociopatia não é de simples elaboração. O profissional da saúde mental deve estar ancorado em seu arsenal teórico bem como de sua experiência prática para observar os mais singelos comportamentos para se chegar a tal diagnóstico.

Poderíamos ter evitado esta tragédia? Com certeza. O dia em que nossos governantes começarem a compreender o real motivo de suas funções poderemos viver de forma mais harmônica e porque não dizer estressante. Não temos mais tempo. É hora de começarmos a exigir leis mais severas diante do crime. Leis que possam punir não somente os pobres ou desprovidos de padrinhos. Presenciei através da mídia diversos governantes chorando dividindo a dor com a população. Não coloco tal comportamento em cheque. Todavia, destaco que choro não trará os abraços que tantos pais e mães não poderão receber dos filhos nas mais diversas comemorações.

1 comentários:

eatequefazsentido disse...

SHOW! Adorei! Mto boa a sua explanação sobre o ocorrido! ;)

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